Crítica 2 | Esquadrão Suicida demonstra que a Warner é o grande vilão do universo DC

poltrona-esquadrao-suicidaA Warner Bros. corre contra o tempo, de maneira desnecessária, para repetir a eficiência da Marvel de criar seu universo compartilhado de heróis no cinema. Ao ver o sucesso do concorrente, os executivos acreditam que repetir a sua fórmula irá funcionar. Mas, não é por aí!

Ao estar finalizado, Esquadrão Suicida sofreu uma dura refilmagem, para desgosto do elenco e diretor David Ayer, com o objetivo de seguir, por exemplo, o sucesso do recente Deadpool, que utilizou bem a ação com o humor apimentado. O resultado final é um longa mais divertido do que aparentava ser e, foi visível o corte de algumas cenas, que teriam o tom mais violento.

A mudança repentina trouxe um ponto positivo: finalmente a melancolia presente desde O Homem de Aço (2013) deu lugar ao que os quadrinhos da DC realmente representam: entretenimento. O longa trouxe mais dinamismo, mais alegria e, utiliza de maneira efetiva o sarcasmo dos vilões.

Dirigido e escrito por David Ayer (Marcados para Morrer), pouco do seu trabalho é notado pela refilmagem. O diretor gostaria de algo mais urbano, mais cru e violento. Mas, as críticas negativas Batman vs Superman complicaram o desenvolvimento de seu trabalho.

Pois bem, Esquadrão Suicida começa a partir do final de Batman vs Superman, com o governo americano preocupado com a segurança mundial, após a morte do Superman. O ambicioso projeto de Amanda Waller (Viola Davis) é posto em prática. Ela está convencida de que é possível usar temidos criminosos para formar um time de elite para combater forças sobre-humanas. Se forem efetivos, terão sua penas reduzidas. Se falharem, serão culpados ou mortos.

Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie), Capitão Bumerangue (Jai Courtney), Diablo (Jay Hernandez), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje), Amarra (Adam Beach) e Magia (Cara Delevingne) são os vilões escolhidos pelo governo, juntando forças com os “mocinhos” Rick Flag (Joel Kinnaman) e Katana (Karen Fukuhara).

A interação entre os personagens é o ponto forte do longa, mesmo diante de um roteiro bagunçado e remexido pelo estúdio. Will Smith se esforça e emprega uma boa atuação como Pistoleiro, mais anti-herói do que vilão.

Mas, a dona do filme é Margot Robbie como Arlequina. A atriz consegue captar o espírito da série animada, bem como a versão mais recente dos quadrinhos. Mas, é necessário citar novamente a refilmagem que, deixou a personagem mais engraçadinha, mas em momentos pontuais, percebe-se que há muito mais a se explorar sobre ela. Quem domina também a tela é Viola Davis, incrivelmente ameaçadora como Amanda Waller. Uma personagem que tende muito a crescer no universo DC.

Contudo, a grande pressão estava sob os ombros de Jared Leto como Coringa. Depois de um desempenho ímpar e inesquecível de Heath Ledger como o vilão, Leto buscou explorar o lado mais psicopata do palhaço do crime. Contudo, o Coringa foi mais alegoria do que uma ameaça, culpa da desastrosa montagem e edição. Leto confirmou que muitas cenas foram cortadas, cenas violentas, que iriam simbolizar o que será este novo Coringa. Resultado: o personagem foi subaproveitado e ficou desconexo durante o filme. Ele é quase completamente irrelevante para a trama. Se eliminar todas as cenas dele no filme, ainda teremos a mesma história base, sem fazer sentir falta.

A maneira como a grande ameaça do filme é introduzida ficou confusa. Tipo, não existiria uma ameaça se a formação do Task Force X tivesse existido. Além disso, um dos momentos mais vexatórios é visto nesta produção com a personagem Magia lançando um feitiço na sequência final. Arquitetado ou não, a dança bizarra que ela faz, em seguida, soou um pouco ridículo. Acabou se tornando uma cena cômica no momento mais sério do longa. Outra decepção é a presença de Scott Eastwood, que entra mudo e sai calado.

Se as cenas de ação são regulares, sem nada que fique marcado e te faça lembrar ao sair da sessão, a trilha sonora é algo que ficará na lembrança. Esquadrão Suicida repete o êxito de Guardiões da Galáxia em termos de opções de música. Cada canção ajuda a contar a história e definir a personalidade de cada personagem. É o tipo de trilha sonora que dá vontade de adquirir logo após sair da sessão.

O longa ainda possui alguns fan-services. Ben Affleck surge rapidamente como Batman. Além disso, há uma grata surpresa de uma participação especial de outro membro da Liga da Justiça.

Ao final, Esquadrão Suicida demonstra que o grande vilão dos filmes da DC Comics não é General Zod, Lex Luthor, Apocalipse ou Coringa. O grande vilão está sendo a própria Warner Bros. que, definitivamente, não está sabendo conduzir seu universo compartilhado. Agora a batata quente fica nas mãos do filme solo da Mulher-Maravilha, a próxima oportunidade para nos convencer de que este universo seja promissor.

Ps.: Há uma cena pós-créditos no filme. E vale a pena conferir!

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  • Bom
3

Resumo

Ao final, Esquadrão Suicida demonstra que o grande vilão dos filmes da DC Comics não é General Zod, Lex Luthor, Apocalipse ou Coringa. O grande vilão está sendo a própria Warner Bros. que, definitivamente, não está sabendo conduzir seu universo compartilhado. Agora a batata quente fica nas mãos do filme solo da Mulher-Maravilha, a próxima oportunidade para nos convencer de que este universo seja promissor.

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