Asteroid City, novo filme do diretor Wes Anderson (O Grande Hotel Budapeste, A Crônica Francesa e Moonrise Kingdom) já está em cartaz nos cinemas.
Ele é iniciado com uma transmissão de TV em preto e branco liderada por um apresentador, convidando-nos aos bastidores da peça titular. Esta obra teatral, criada por um autor chamado Conrad Earp, se passa no sudoeste americano de meados da década de 1950.
Asteroid City, onde se passa a peça, é uma cidade do deserto com população de 87 habitantes. Ela possui uma lanchonete, um motel com estacionamento e um posto de gasolina. Há também algumas atrações turísticas, incluindo uma cratera gigante deixada por um asteroide de 3.000 anos e um observatório que hospeda uma convenção anual de Astrônomos Júnior/Cadetes do Espaço. Tudo parece um cenário, propositalmente. À distância, nuvens em forma de cogumelo explodem, indicando testes nucleares próximos. Quatro adolescentes gênios que receber prêmios do governo dos Estados Unidos chegarão à cidade acompanhados de suas famílias.
Somos apresentados aos principais personagens, Woodrow Steenbeck, também conhecido como Brainiac, que é um dos Astrônomos Júnior/Cadetes do Espaço. Seu pai, Augie, que tem as cinzas de sua esposa em uma Tupperware, mas ainda não contou a Woodrow e suas irmãs sobre a morte de sua mãe. Augie é um fotógrafo de guerra cujo olhar é atraído por Midge Campbell. Ela é uma atriz com presença glamorosa e tem uma filha também prodígio, Dinah, que se interessa por Woodrow. Enquanto isso, o sogro de Augie, Stanley Zak, está a caminho de Asteroid City para levar seus netos para casa.
Enquanto a cerimônia de premiação acontece dentro da cratera, um OVNI aparece de maneira tímida e foge com o meteoro que fica no centro da cratera. Este incidente gera um alerta de segurança, que exige que todos os visitantes sejam mantidos em quarentena sem comunicação com o mundo exterior. Cabe aos quatro gênios adolescentes encontrar uma maneira de contornar a proibição, enquanto os outros personagens tentam fazer com que o tempo passe na pacata cidade.
Durante o longa, vamos acompanhando o desenvolvimento da peça, assim como seus bastidores. Nos intervalos entre os atos, voltamos à história de Conrad Earp, seu ator principal Jones Hall (que interpreta Augie na peça) e o diretor de teatro Schubert Green, cuja devoção à peça o levou a ser mandado para fora de casa pela esposa, obrigando-o a viver no teatro.
O longa reúne um elenco grandioso formado por Jason Schwartzman, Scarlett Johansson, Tom Hanks, Jeffrey Wright, Tilda Swinton, Bryan Cranston, Edward Norton, Adrien Brody, Liev Schreiber, Hope Davis, Stephen Park, Rupert Friend, Maya Hawke, Steve Carell, Matt Dillon, Hong Chau, Willem Dafoe, Margot Robbie, Tony Revolori, Jake Ryan, Jeff Goldblum. Uma pena que muitos deles apareçam por apenas alguns minutos e não sejam desenvolvidos, fazendo com que o filme tenha um elenco incrível, apenas para ter os créditos e cartaz repletos de nomes conhecidos.
Claro, em um filme de Wes Anderson, a estética é um dos principais pontos que agradam os fãs. Com Asteroid City, isso não é diferente. O filme possui a clássica simetria, marca registrada do diretor, assim como a paleta de cores em tons pastel e as movimentações de câmera calculadas para que tudo seja muito harmônico. O figurino segue o padrão em termos de cores e nos traços vintage. É algo bastante agradável de se ver.
Mas, apesar do visual, não é só de fotografia bonita e belas tomadas – ou de um grande elenco – que um filme é feito. Asteroid City tem uma premissa que deveria ser simples, mas é colocada sob várias camadas que tentam parecer mais do que são. Os diálogos seguem a linha dos trabalhos anteriores do diretor, com falas que não parecem uma conversa natural, mas nesse caso, elas tornam difícil criar uma conexão com a maioria dos personagens, já que eles mantém um aspecto blasé, independente da situação. Embora seja sempre belo, às vezes divertido e peculiar, na maior parte do tempo é um filme cansativo e provavelmente um dos menos interessantes do currículo do diretor.
Regular
Embora seja visualmente muito interessante, como praticamente todos os filmes de Wes Anderson, às vezes divertido e peculiar, na maior parte do tempo Asteroid City é um filme cansativo e provavelmente um dos menos interessantes do currículo do diretor.