Aquaman 2: O Reino Perdido I Crítica

Depois de muitas polêmicas envolvendo os bastidores do longa, Aquaman 2: O Reino Perdido, a continuação direta filme do herói lançado em 2018, chega aos cinemas. Dez anos atrás, O Homem de Aço iniciava uma nova era de filmes baseados em quadrinhos da DC Comics, desde então foram vários altos e baixos, até a decisão de começar tudo de novo. Agora, o segundo longa do Aquaman, cujo primeiro filme foi um enorme sucesso que ultrapassou 1 bilhão de dólares de bilheteria, chega para encerrar o Universo Estendido DC, abrindo caminho para que a nova fase se inicie em 2025.

No longa, o Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II) segue sendo um problema na vida de Aquaman. Após perder o pai no primeiro filme, ele está em busca de vingança contra o Reino de Atlântida. Mas nem tudo permanece igual. Orm (Patrick Wilson), o ex-Rei de Atlântida e vilão do primeiro filme, está na prisão, enquanto seu meio-irmão Arthur (Jason Momoa), mais conhecido como Aquaman, é um homem casado que divide seu tempo entre governar o Reino de Atlântida e cuidar do filho, Arthur Jr. – que também tem as habilidades do pai de falar com os peixes.

Mas ser rei não é tão bom quanto o esperado. Arhtur não consegue convencer o conselho de que eles deveriam revelar sua existência aos habitantes da superfície e só é bom em resolver as coisas na base da luta, além de achar o trabalho chato. Sua esposa, Mera, interpretada por Amber Heard, o ajuda com suas tarefas apesar de não ter muito tempo em cena, porque a atriz foi cortada de boa parte do filme.

Enquanto isso, David Kane, o Arraia Negra, parte em busca de tecnologia que ajude a consertar seu traje, pois sem ele, não é forte o suficiente para lutar contra o Aquaman. Durante as buscas, ele se depara com uma antiga tecnologia que o ajudará em seu propósito. Mas para isso, ele se permitiu ser possuído pelo espírito do Tridente Negro, que foi forjado por habitantes do sétimo reino de Atlântida, uma necrópole cheia de criaturas demoníacas.

Arraia Negra é perigoso para si mesmo e para os outros, pois não tem controle da arma incrível que empunha. Ele passa a usar uma antiga fonte de energia verde brilhante que está acelerando o ritmo das mudanças climáticas, causando problemas tanto para o povo da superfície quanto para os habitantes do Reino de Atlântida. E quando o gelo do planeta acabar de derreter, o dono do Tridente Negro e seu terrível exército serão libertados para destruir o mundo de uma vez por todas.

Para lidar com David Kane, Aquaman vai precisar da ajuda de seu meio-irmão, Orm. Ele o liberta da cadeia e então começa o que o filme tem de melhor: a dinâmica entre o ex-Mestre do Oceano e o atual Rei de Atlântida. Eles são o coração do filme. Orm é um cara sério, que não faz piadas ou ri delas, o que o torna o contraponto perfeito para Arthur Curry, que é cheio de gracinhas o tempo todo, aquele tipo de irmão bem irritante.

Pelo bem de todos, é preciso uma reconciliação de irmãos distantes. Esses personagens devem aprender a admitir seus erros, para que possam aceitar um ao outro e completar essa missão tão perigosa. Uma dinâmica que já vimos com Thor e Loki, algo que até vira piada em Aquaman 2: O Reino Perdido. A relação entre Orm e Arthur ajuda a impulsionar a história e é uma pena que o fim do Universo Estendido DC signifique que provavelmente nunca mais os veremos.

Jason Momoa remodelou o príncipe meio-humano que conhecemos dos quadrinhos. Nos filmes da DC ele é musculoso, tem cabelos compridos, gosta de beber cerveja e de coisas radicais. Basicamente, uma versão do ator na telona. Em Aquaman 2: O Reino Perdido vemos um Arthur Curry ainda mais Jason Momoa e isso é um ponto positivo. Ele é bobo e engraçado, mas ao mesmo tempo sabe como dar conta da ação, além disso, ele parece estar se divertindo muito, então o público também se diverte.

Além do mundo embaixo d’água que fomos apresentados no primeiro filme, a sequência se passa em parte fora na superfície e somos apresentados a um mundo que remete ao que vimos em filmes mais recentes como Kong: A Ilha da Caveira, Viagem ao Centro da Terra 2: A Ilha Misteriosa e até mesmo Jumanji: Bem-Vindo à Selva, com florestas repletas de plantas e insetos gigantes que se tornam ameaças para os protagonistas. Outros elementos como os uniformes utilizados pelos capangas de Arraia Negra e as máquinas que eles descobrem parecem ter saído de antigos filmes de ficção científica. Além disso, a trilha sonora e até mesmo o estilo de direção em algumas das cenas, nos remetem aos filmes dos anos 1980. Ou seja, o segundo filme do herói junta várias referências, o que pode ficar um pouco bagunçado.

No geral, Aquaman 2: O Reino Perdido é um filme divertido, mas que repete a fórmula de seu antecessor, não trazendo nenhuma grande novidade. As cenas de ação e a criação de mundos continuam tão boas quanto as do filme de 2018. Basicamente, se você gostou do primeiro, tem grande chances de se divertir com a sequência.

Dirigido por James Wan, o longa tem produção de Peter Safran, Wan e Rob Cowan. Os produtores executivos são Galen Vaisman e Walter Hamada. O roteiro foi escrito por David Leslie Johnson-McGoldrick, a partir do argumento de James Wan & David Leslie Johnson-McGoldrick e Jason Momoa & Thomas Pa’a Sibbett, baseado nos personagens de Aquaman, da DC, criado por Paul Norris e Mort Weisinger.

Aquaman 2: O Reino Perdido já está em cartaz nos cinemas, com distribuição da Warner Bros. Pictures.

3

Bom

A dinâmica entre Orm e Aquaman é o coração de Aquaman 2: O Reino Perdido. A dupla consegue trazer bons momentos com esse relacionamento entre irmãos que se odeiam e são opostos, mas que precisam se unir pelo bem maior. O filme repete a fórmula de seu antecessor, trazendo uma história divertida e despretensiosa.