O Dilema das Redes da Netflix O Dilema das Redes da Netflix

Por que O Dilema das Redes da Netflix nos deixa Chocados Depois de Assisti-lo?

Reprodução/Netflix

O Dilema das Redes (The Social Dilemma no título original em inglês) já é um dos documentários mais populares da Netflix e das plataformas de streaming em geral.

Dirigido por Jeff Orlowski e estreado mundialmente na Netflix em 26 de janeiro de 2020, não só conta com uma audiência de muitos milhões de espectadores como já vem causando uma imensa influência nas decisões de muitas pessoas em relação ao uso das redes sociais.
Mas, por quais motivos assistir este documentário causa um impacto tão grande nas pessoas? Vamos analisar alguns pontos fundamentais que fazem de O Dilema das Redes uma produção tão impactante.

Uma temática extremamente atual

O Dilema das Redes da Netflix
Reprodução/Netflix

Um dos principais pontos sobre O Dilema das Redes é que o documentário trata de temáticas muito contemporâneas e bastante atuais.
Como o título já deixa claro, a produção aborda o impacto e as dinâmicas das redes sociais em diversos elementos do nosso cotidiano, como o modo com o qual nós lidamos com os outros, construímos nossas amizades, estabelecemos percepções sobre os outros e sobre nós mesmos – e muitos outros temas.
Mais do que uma impressão pessoal de seus criadores, O Dilema das Redes conta com a participação até mesmo de especialistas e pesquisadores do Silicon Valley que inserem informações pertinentes (e, muitas vezes, estarrecedoras) sobre as dinâmicas das redes sociais e seus algoritmos.

Questionamentos importantes

O Dilema das Redes da Netflix
Reprodução/Netflix

A obra é recheada de questionamentos e perguntas muito interessantes e importantes sobre o modo como as redes sociais são estruturadas e como nós lidamos com elas.
Na sinopse oficial, por exemplo, que conta com relatos de ex-funcionários da Google e do Facebook, há a indagação de que “nós twittamos, damos like, compartilhamos – mas quais as consequências da nossa dependência crescente em relação às mídias sociais? Conforme as plataformas digitais se tornam mais e mais o registro das nossas próprias vidas, os especialistas do Silicon Valley revelam como as mídias sociais estão reprogramando nossa civilização ao expor o que está do outro lado da sua tela”.
Os pontos levantados no documentário não tratam apenas das nossas dinâmicas e dilemas pessoais com as redes sociais, mas também lançam um olhar sobre os impactos coletivos e sociais causados pelas plataformas digitais de interação.
Como as redes sociais moldam nossos gostos? Como elas ajudam a condicionar nossos pensamentos, visões e ideias? Como estas ferramentas afetam nossa percepção sobre os outros e sobre nós mesmos? Como elas influenciam nos diversos processos sociais?
Estes são alguns dos questionamentos abordados ao longo da obra – e é por tratar de perguntas tão fundamentais que o impacto nos espectadores é, em geral, qualquer coisa menos nula.

Os impactos causados nos espectadores

Mais do que fomentar uma crítica, O Dilema das Redes causou efeitos imediatos em uma parcela considerável das pessoas que usam redes sociais. As pesquisas sobre como excluir o Facebook, por exemplo, aumentaram em 250% depois da exibição do filme, de acordo com levantamentos da Decode, uma empresa de análise de dados.
“Excluir Instagram” também é um termo que aumentou muito nas pesquisas dos internautas brasileiros: 100% de aumento depois da exibição do filme na Netflix.

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Mas, além de estimular muitas pessoas a simplesmente excluir ou desativar as redes sociais, O Dilema das Redes também estimulou uma reavaliação do uso dessas ferramentas – afinal, se você não pode simplesmente excluir todos os seus perfis, pelo menos é possível melhorar o modo como você interage com elas.
O irônico (e um ponto que tem sido levantado por muitos críticos do documentário) é que, enquanto os algoritmos das redes sociais são colocados em xeque, a própria Netflix, plataforma de streaming que disponibiliza o documentário, também faz uso de algoritmos e padronizações para recomendar conteúdo baseado nos gostos e preferências dos usuários.

Como valorizar sua privacidade online

Os debates estimulados por O Dilema das Redes deixaram claro como a privacidade é algo cada vez mais utópico e distante – mas ainda é uma possibilidade. Há vários mecanismos para melhorar sua privacidade online e melhorar o nível de autonomia que você tem nas redes.

Reprodução/Netflix

O passo mais fundamental é selecionar e estabelecer critérios sobre os conteúdos que você mesmo compartilha. Embora as redes sociais tenham algoritmos para estabelecer padrões com base no que você curte, compartilha e comenta, a imensa maioria dos dados são coletados com informações que os próprios usuários fornecem “livremente”.
Limitar seu uso das redes sociais, usar navegadores que valorizam mais os aspectos de privacidade (como o Tor) e ferramentas como uma boa VPN (saiba aqui o que é uma VPN) são alguns dos meios pelos quais nós podemos melhorar (ou ao menos diminuir) nossa dinâmica não só nas redes sociais, mas na internet como um todo.
Quer você decida excluir suas redes sociais ou não, é importante ter uma visão mais realista dos propósitos que te fazem usar estas plataformas de interatividade, quais suas principais vantagens e efeitos colaterais e como lidar da melhor forma possível com estes processos que, independentemente das nossas opiniões, são impossíveis de se ignorar.