As moedas virtuais já são parte do dia-a-dia das pessoas. Não à toa que serviços como o 777bet.io mostram que elas fazem parte, por exemplo, do universo das apostas virtuais. Mas estão longe de se restringirem a elas.
Diversos produtos financeiros, oferecidos por bancos, mercado financeiro e empresas de investimentos, usam criptomoedas como principal mecanismo. Compras de vários produtos e serviços também têm sido cada vez mais feitas com elas. Ou seja, o cenário é de expansão.
Por conta disso, termos próprios do mundo das criptos tem se tornado cada vez mais comuns. E um deles é resumido na sigla ICO, que quer dizer Initial Coin Offering. Muitas novas empresas recorrem a esse tipo de operação para obter um financiamento inicial com o qual podem realizar seus projetos.
A primeira ICO da qual se tem registro foi da empresa Ripple Labs, que oferta no mercado soluções de troca de valor virtual. A Lisk e a Ethereum são também exemplos de empresas de sucesso que venderam tokens para financiarem suas plataformas.
Aqui, vamos explicar como funciona e também discutir um pouco sobre alguns de seus aspectos, atualizando o debate atual sobre IPO no universo das criptomoedas.
IPO: o que é e como funciona
A oferta inicial de moedas ou apenas ICO é um meio não regulamentado a partir do qual um novo projeto de criptomoedas pode arrecadar fundos por meio da venda de moedas recém-criadas.
Em uma campanha ICO, uma porcentagem dessa nova criptomoeda é vendida aos primeiros apoiadores em troca de uma moeda corrente ou mesmo alguma outra criptomoeda já existente, como o bitcoin. Se o valor arrecadado não atingir o mínimo exigido no projeto, o valor é devolvido aos patrocinadores e a ICO é encerrada sem sucesso.
Existem muitos paralelos entre a ICO e a IPO (Initial Public Offering, oferta pública inicial, em tradução livre), feita por empresas que buscam estrear no mercado financeiro. A diferença, aqui, é que na ICO o processo necessariamente deve ter alguma conexão com a blockchain, além de não garantir participação na futura empresa.
E como funciona?
Tudo começa quando uma startup tem uma boa ideia e busca financiamento para ela, estando de alguma forma conectada à blockchain. Assim, de forma a arrecadar recursos, a startup lança um token e o vende para investidores, oferecendo algum prêmio ou benefício em troca.
Aos investidores, a compra desses tokens pode significar uma forma bem atrativa de conseguir retorno dos investimentos, já que eles podem se valorizar muito rapidamente, sobretudo se a ideia desenvolvida no projeto obter muito sucesso.
Um projeto de ICO de alguma startup costuma ter um site e um white paper. Neste último, ficam todas as informações relevantes do projeto, como equipe envolvida, projeto e seus objetivos e metas, entre outros aspectos.
É comum haver entre a startup emissora do token e o investidor o que se chama de Contrato Inteligente. Trata-se de um acordo entre empresa e investidor segundo uma lógica de que se ocorrer algo, determinada coisa acontece. Seria algo como estipular em contrato que se alguém investir na startup até determinada data, poderá vender os tokens adquiridos por preço fixo, por exemplo. Enfim, há inúmeras possibilidades.
Mas também existem formas de vender participação no negócio, por meio dos equity tokens. Os utility tokens, por sua vez, vendem recompensas, que podem ser produtos ou serviços, conforme a natureza do negócio, geralmente.
As negociações referentes a ICO, via de regra, acontecem em fóruns dedicados às criptomoedas. O mais famoso deles é o Bitcointalk. Também existe o site ICO Countdown, que lista as próximas ICOs disponíveis no mercado.
Quem realiza ICOs?
A não regulamentação torna projetos financiados por ICOs bem atrativos para startups, sobretudo por serem menos burocráticos. De maneira geral, a startup, através de uma ICO, recorre à blockchain para criar seu próprio token.
Mas existem alguns outros aspectos que levam às startups a recorrerem à ICO para financiarem seus projetos. Um deles é uma maior facilidade de obter investidores de diversas partes do mundo, algo possível por conta de o processo ser feito na blockchain.
Isso sem contar que com a IPO é vendido um serviço futuro, e não ações da empresa. Ou seja, a startup tem garantido todo o controle do seu negócio no processo. Trata-se de um mecanismo de baixo custo e pouco burocrática de uma startup obter financiamento inicial.
Então ICO é vantajoso?
Assim como qualquer coisa no mundo dos investimentos e na vida, há seus prós e seus contras, além de algumas questões sobre as quais é necessária alguma reflexão.
De modo geral, tudo depende de fatores como o perfil do investidor e o conhecimento que tem sobre criptomoedas. Além disso, é preciso entender dos riscos e saber se deseja optar por algum deles ou não — além de decidir quais riscos assumir ou não.
Um dos atrativos é a facilidade. Com poucos cliques e alguma quantia qualquer pessoa já recebe seus tokens. Além disso, pode-se investir em projetos com ICO de qualquer lugar do mundo. São raras as ICOs que limitam países que podem participar, ou que exigem documentos.
Mas a pouca regulamentação é uma faca de dois gumes. A falta de respaldo pela lei abre margem para golpes e fraudes. Sem contar que há uma possibilidade de que o negócio financiado pela ICO fracasse, e o retorno do valor investido seja menor do que o esperado — ou, num cenário mais pessimista, que ele nem aconteça ou que gere até prejuízo.
Atualidade das ICOs
Podemos dizer que as ICOs são bastante relevantes atualmente, atraindo a atenção de investidores e se apresentando como formas de startups financiarem seus negócios.
É preciso, no entanto, antes de investir em uma ICO, entender que por mais interessante que seja o white paper da startup e por mais experiente e competente que seja a equipe envolvida no projeto, nunca há garantia de que o negócio terá sucesso ou não. Portanto, sempre haverá algum fator de incerteza.
Mas mesmo com esse problema, as ICOs ajudaram a quebrar várias barreiras, permitindo que várias empresas consigam investimentos no mundo todo, de maneira ágil e eficiente. Assim, há considerável relevância e a atualidade dessa forma de obter investimentos.
