O Comedy Central anunciou o seu mais novo programa humorístico, Turma Da Escola. Apresentado pelo comediante Diogo Almeida, a cada programa ele receberá um comediante diferente para descobrir como todos eram na época da escola. Ele vai descobrir quem na escola ele era o mais popular, o que era queridinho pelo professor, ou se era aquele que não via a hora de ir embora. E, claro, que tudo isso será embalado de muito humor.
Na terça-feira, 16 de setembro, tivemos a oportunidade de conversar com Diogo Almeida, que falou sobre a produção do programa, como surgiram essa ideia e o que esperar de Turma Da Escola. Confira o que rolou nesse bate papo:
Bruna Dolores (Poltrona Nerd): Em um programa sobre escola feito por comediantes e humoristas, podemos esperar muito humor quinta série?
Diogo Almeida: [risos] Sim. Inclusive, eu acho que tá faltando isso, né? A ideia é isso, é trabalhar o humor e a educação. E mostrar que os dois podem encaminhar juntos, né? Então, pode esperar muita piadinha, não só 5ª série, mas acho que de todos os níveis escolares, desde a 5ª série até o ensino médio, até a faculdade.
Bruna Dolores (Poltrona Nerd): No seu canal você tem muitos vídeos fazendo humor com as situações envolvendo professores. Agora eles são a plateia do seu programa. O que te fez querer mostrar o lado dos alunos em Turma da Escola?
Diogo Almeida: Então, eu acho que… Eu sempre tento, de todas as maneiras possíveis trabalhar essas duas realidades: humor e educação. E quando a gente teve a ideia de trazer humoristas e conversar sobre a escola, é justamente para tentar desmistificar essa história de que humor e educação não podem andar juntos, porque uma aula boa é uma aula extremamente comportada… E não necessariamente, né? Tanto é que os professores que a gente conhece ou que vem mais fácil na memória, são os professores que brincavam, que eram mais lúdicos, que eram mais engraçados.
Então, trazer os humoristas… E também vários dos humoristas deram depoimentos de como a escola foi fundamental nessa construção artística deles. Então, para quem está nos assistindo, a ideia, de repente, é até do professor olhar um aluno e às vezes ver que ele tem um viés artístico, ao invés de podar, vamos trabalhar em cima disso, né? Você pode ter um talento ali nas suas mãos. Então, a gente quis inverter esses papéis justamente para mostrar o outro lado ali. Mas foi legal ter uma plateia de professores, porque elas estavam sempre do meu lado, né? [risos].
Bruna Dolores (Poltrona Nerd): Além dos convidados contarem histórias sobre o tempo de escola, o programa tem outros quadros? Você pode dar um pouquinho de spoiler pra gente?
Diogo Almeida: Posso, sem dar spoiler. Mas a gente tem vários quadros. A gente quis trazer um pouco de depoimento de gente que conviveu com eles na época da escola, porque o humorista não é um povo que dá para confiar muito. Então, será que… para corroborar, será que é verdade, será que não é. Dentre os humoristas, alguns têm familiares que atuaram na escola, a gente trouxe esses depoimentos também. Por exemplo, dando spoiler, sem dar spoiler, a mãe do Maurício Meirelles é professora, o pai do Serginho Lacerda, que é um dos convidados, é professor. Então, a gente trouxe eles aí, para desmistificar, será que eles realmente eram bons alunos? Será que não?
Além da entrevista, tem vários quadros. O pessoal do Barbixas, por exemplo, participou do programa e a gente aproveitou do talento deles. A gente improvisou com o tema de escola. Eles improvisaram com o tema de escola. Então, rendeu muito. A Leia e o Paul, que são estrangeiros que moram no Brasil e fazem humor. A gente teve vários quadros comparando a realidade da educação do Brasil com a da França e com a da Alemanha. Então, tudo isso rendeu bastante. Acho que ficou bem legal esse molho, essa mistura, sabe?
Bruna Dolores (Poltrona Nerd): Você já está acostumado a trabalhar com vídeos, afinal tem um canal no YouTube, e também está acostumado com plateia nos seus shows. Apesar disso, teve alguma coisa que foi diferente na gravação do programa e que deu aquele frio na barriga?
Diogo Almeida: Foi tudo isso que você falou. Quando mistura tudo [risos]. Quando mistura tudo é bem desafiador, assim, né? De fato, eu saí da minha zona de conforto. Algumas coisas me ajudavam a estar mais próximo da zona de conforto como a questão de ter uma plateia. A gente fez questão, principalmente por dar uma vida, por dar um termômetro, por dar uma troca imediata. Porque o humor precisa de resposta. Então, se a gente não tiver a resposta da piada, a resposta da interação, para a gente fica muito frio. Mas, de fato, interagir com a câmera preocupado com o tempo, além disso, entrevistar humoristas e pessoas que rendem e têm uma expertise tão grande… a grande dificuldade é justamente essa: “Que hora eu corto? Que momento eu corto? Meu Deus, não está rendendo, mas tem que ir para lá, tem um quadro que também vai ser legal”.
E aí, só acaba ficando nessa questão de… a grande dificuldade. O que é uma dificuldade positiva é ter que escolher entre tanta coisa que foi legal e que também não podia extrapolar, porque a gente tem um tempo definido. Mas é um desafio muito interessante e que eu gostei de fazer. E acho que a gente conseguiu cumprir bem o papel de gravar de maneira mais fluida possível.
Bruna Dolores: Você falou da plateia ter reação… No programa a plateia participa ativamente dos quadros, né?
Diogo Almeida: Sim. O professor é um povo… A gente até brinca, tem vários momentos que eu falo. A gente escolheu essa plateia que já está acostumada a avaliar, uma plateia tóxica, a plateia julgadora, plateia que não tem medo de dar nota vermelha. Então, eles participam ativamente julgando, pontuando, aprovando ou desaprovando. Então, ficou muito legal por causa disso. Então, eles participam de maneira bem… Eu diria que é um terceiro integrante do programa, a plateia. E que a gente interage bastante com eles.
Bruna Dolores (Poltrona Nerd): E como você era na escola? Era do tipo que rendia muita história ou era um aluno quietinho?
Diogo Almeida: Então, curiosamente, eu por ser filho de professora e ter uma cobrança muito assídua ali em casa, muito ferrenha, uma marcação muito cerrada, eu acho que eu estava dentro do… E eu acho que, assim, não vou falar por todos os humoristas, mas grande parte das pessoas, nós não necessariamente somos os mais zé graças, os mais… No tempo da escola, os mais… A turma do fundão. Eu acho que a gente fica ali meio no limbo. Também seria uma afronta falar que nós somos os melhores alunos. Também não somos. Mas eu acho que a gente fica ali no limbo. A gente não está nem no melhor, também não estamos nos piores. A gente diria que a gente é o centrão pedagógico. A gente convive bem com todo mundo.
Enfim. Mas eu acho que eu sou assim. Eu posso dizer que fui um bom aluno, nunca reprovei, mas também não era o melhor ali. Eu estava ali sempre me relacionando bem para estar bem com todo mundo. Acho que o humorista tem a sensibilidade de, poxa, aquela pessoa… vou colar nela porque ela pode me ajudar no trabalho. E você vai tendo essa boa relação aí. Isso é muito importante.
Bruna Dolores (Poltrona Nerd): A primeira temporada ainda nem chegou, mas já existem planos de continuar com a série, de uma segunda temporada?
Diogo Almeida: Então, eu, nas minhas projeções, eu espero que venham mais. Eu acho que o tema escola é um tema infinito, porque qualquer pessoa que você conversar, ou ela passou pela escola… meu público, majoritariamente professor, passou pela escola atuando como professor, mas qualquer pessoa que você conversar provavelmente passou pela escola na condição de aluno. E todo mundo… por ser uma convivência social e de descoberta tão intensa e tão massiva, a escola naturalmente rende histórias muito peculiares e muito engraçadas e muito traumatizantes. É o primeiro beijo, é a primeira descoberta, é o primeiro trauma, é o primeiro não, é o primeiro sim.
Então, eu acho que é um tema infinito. Eu acho que os convidados também são infinitos. Não só humoristas, mas qualquer pessoa que não seja só do humor, mas qualquer pessoa que tenha uma história legal em relação à escola. Então, a minha expectativa, por ser um tema infinito, pela TV brasileira precisar de programas de humor, eu espero que seja vida longa e que a gente consiga trazer várias temporadas.
Bruna Dolores (Poltrona Nerd): Espero que sim!
Diogo Almeida: Também, também. Estamos na torcida.
Turma Da Escola estreia dia 18 de setembro, quinta-feira, às 21h30, no Comedy Central.