Não tem por onde fugir: o cinema, a TV e os jogos mudaram. E não só em gênero ou tendências da moda, mas, principalmente, em um fator crucial: onde são feitos.
É só olhar para o hábito de consumo das pessoas. Há 15, 20 anos, a grande maioria dos filmes e séries assistidos eram de Hollywood ou, no máximo, da Inglaterra. Hoje, as coisas não são bem assim.
Com cada vez mais opções de streaming, mais globalizado é o catálogo dessas obras. E isso tem gerado um fenômeno curioso: a criação de “grandes franquias” com base em histórias geradas em outros países que não os EUA. Quer ver alguns exemplos? Siga a leitura!
Da Colômbia, da Coreia do Sul, da Alemanha, da Espanha… para o mundo
Faça um exercício para tentar lembrar de séries de destaque nos últimos anos. Se você for listar 20, é bem provável que mencione nomes como Narcos, Dark, La Casa de Papel e Round 6. Sabe o que todos têm em comum? Além de serem da Netflix, são também histórias internacionais.
Narcos é uma criação da Colômbia e dos EUA, enquanto Dark é alemã, La Casa de Papel é espanhola e Round 6 é um fenômeno da Coreia do Sul. Todas faladas em seus idiomas originais e, todas, com grande sucesso em todo o mundo.
Só Round 6, por exemplo, acumulou 60,1 milhões de exibições nos primeiros dias da sua temporada final, um recorde para a Netflix.
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Mas mais do que apenas serem fenômenos nas telas, essas obras também se caracterizam por um detalhe curioso: viraram franquias de alcance global.
Quando a história vira franquia e os produtos que vêm depois
A característica principal para uma história virar uma “franquia” é quando ela se torna uma marca explorável em outros produtos. Por exemplo, quando uma série ganha produtos temáticos, sua imagem é comercializada de diferentes formas.
Isso vale, por exemplo, para adaptações. A série Narcos foi adaptada para slots em plataformas de cassino e apostas online. Quem desenvolveu os jogos foi a Netent, criando um título principal, que usa a imagem dos personagens (incluindo Wagner Moura como Pablo Escobar) e outro chamado Narcos: México, inspirado no spin-off também exibido na Netflix.
Round 6, por sua vez, vai virar um remake americano (dirigido por David Fincher), além de já ter sido adaptado para um reality show e ter virado um jogo online para Android e iOS.
Algo parecido aconteceu com La Casa de Papel: ganhou spin-offs (um na Alemanha e outro na Coréia), além de ter sido adaptada para jogos de tabuleiro, celular e até uma história jogável na própria Netflix.
O futuro terá histórias mais globais?
Um ponto curioso a pensar nisso tudo é: será que essas histórias teriam esse alcance sem o poder de transmissão dos streamings? É difícil de acreditar. Afinal, não dá para dizer que esses países não sabiam produzir histórias que engajam.
O que faltava para histórias regionais se tornassem globais era algo mais simples: a distribuição. E o streaming resolve isso, colocando filmes e séries de todos os lugares do mundo a um clique de distância.
Por isso, a tendência é vermos cada vez mais histórias internacionais, nascidas de qualquer região do mundo. A próxima grande febre da TV pode vir de qualquer lugar, inclusive do Brasil.