Zorro - Primeira temporada | Crítica Zorro - Primeira temporada | Crítica

Zorro – Primeira temporada | Crítica

Divulgação/Prime Video

Criado em 1919 por Johnston McCulley, Zorro é uma figura icônica que influenciou a mística de heróis de capa e máscara, incluindo o próprio Batman. Em meio a várias adaptações, o Prime Video lançou discretamente uma versão espanhola de Zorro, dirigida por Javier Quintas (La Casa de Papel), revelando-se uma grata surpresa para os fãs do icônico vigilante. A primeira temporada, composta por 10 episódios, respeita o legado do herói, oferecendo uma narrativa envolvente sobre a origem de Zorro, ambientada no século XIX.

Zorro - Primeira temporada | Crítica
Divulgação/Prime Video

A trama segue Diego de la Vega em sua jornada para desmascarar os assassinos de seu pai e promover justiça em Los Angeles. Além dos desafios enfrentados como vigilante, Diego deve lidar com as mudanças constantes na Califórnia e compreender o impacto de seu papel na sociedade. A abordagem da série vai além da típica narrativa de ação, apresentando uma camada mais profunda à história do herói.

Diferenciando-se das adaptações anteriores, a série introduz a fascinante ideia de um espírito nativo-americano encarnado em uma raposa, que passa o título de Zorro de geração em geração. Cristo Fernández (Ted Lasso) brilha no papel de uma versão antecessora de Diego de la Vega. O roteiro de Carlos Portela, de As Telefonistas, explora elementos novelescos para explicar a escolha do espírito por Diego de la Vega, criando uma intrigante dinâmica com Nah-Lin, interpretada por Dalia Xiuhcoatl, uma nativa que reivindica o direito de assumir o manto do vigilante.

Miguel Bernardeau (Elite, 1899) assume o papel de Diego de la Vega de maneira segura, explorando eficientemente as duas facetas do personagem. A série introduz uma versão mais jovem do herói, em sua busca para compreender plenamente o significado de ser o Zorro. A trama apresenta Paco Tous como o mudo Bernardo, fiel mordomo de Diego, roubando a cena em vários episódios.

As cenas de ação, embora reminiscentes do recente filme do Batman, são bem conduzidas e coreografadas, apesar de um pequeno exagero nas câmeras lentas.

A narrativa, embora ocasionalmente reminiscente de uma novela, explora elementos de triângulo amoroso envolvendo Diego, sua ex-namorada Lolita (Renata Notni) e o policial Monasterio (Emiliano Zurita), o único oficial justo da cidade.

Diferente das séries anteriores, esta versão de Zorro estabelece uma sociedade secreta como antagonista, adicionando complexidade à trama e exigindo que Diego utilize sua influência política para desvendar mistérios, indo além das habilidades de Zorro e marcar um “Z” nos seus inimigos.

Os últimos episódios oferecem um gancho intrigante para a segunda temporada, sugerindo que o trabalho do vigilante está longe de terminar na busca pela liberdade do povo.

Zorro do Prime Video não recebeu a divulgação que merecia. O primeiro trailer foi lançado em dezembro de 2023, para uma estreia em janeiro de 2024 no streaming, sugerindo que subestimaram o potencial desta produção espanhola. A série diverte e abraça a latinidade do herói mascarado, apresentando-se como uma das melhores versões de Zorro na TV.

Vale ressaltar que a Disney está preparando uma adaptação de Zorro para o Disney+. Essa versão espanhola já elevou o padrão para futuras interpretações.

3.5

BOM

Zorro do Prime Video merecia mais reconhecimento, e é lamentável que tenha recebido tão pouca divulgação. Com elementos que divertem e abraçam a latinidade do herói mascarado, a produção espanhola possui o potencial de se tornar uma das melhores versões de Zorro na televisão.