Until Dawn Until Dawn

Until Dawn: Noite de Terror | Crítica

Until Dawn se tornou um dos principais jogos de terror da última década e, com a crescente popularização das adaptações de jogos para a tv e cinema, era apenas uma questão de tempo para que seu momento chegasse. 

O jogo, lançado em 2015, contava com cutscenes muito bem produzidas e cinematográficas e foi um dos responsáveis por destacar Rami Malek para um novo público. Além disso, sua jogabilidade tinha como principal foco e diferencial a múltipla escolha, um dos principais desafios que a produção do filme teria que solucionar. Mas será que essa é uma boa adaptação? 

Until Dawn – Noite de Terror começa por se livrar da múltipla escolha e traz como substituto o “dia da marmota” – viver o mesmo dia repetidas vezes até que os protagonistas entendam o que precisa ser feito ou aprendam uma lição.

Aqui somos apresentados a um grupo de cinco amigos – quatro amigos e o novo namorado de uma das garotas – que partem para o local onde a irmã de Clover desapareceu. Ao chegarem ao Vale Glore, o grupo se vê preso em um hotel onde o pesadelo começa. Eles precisam sobreviver até o amanhecer para escaparem da espiral de repetição de mortes. 

O começo de Until Dawn é engessado e pouco inovador, o elenco consiste em atores estreantes que possuem pouco ou nenhum carisma. Logo nas primeiras cenas percebemos que é só mais um dos muitos filmes de terror que foram e que serão lançados ao longo dos anos e que esqueceremos em poucas semanas. 

Mas parece que esse é um ponto que os próprios realizadores entenderam enquanto estavam filmando o filme. Apesar desse começo esquecível, o filme logo deixa de lado essa falha e abraça de vez a esquisitice e o gore. Apesar de ser um “terror de shopping center” a censura de 18 anos permite que as cenas de violência sejam mais explícitas e chocantes, mesmo que feitas com CGI de pouca qualidade. 

Ao passo que as noites avançam e os eventos são apresentados mais rapidamente, o filme então embarca em sua própria loucura e deixa de se levar a sério. E, por incrível que pareça, esse é seu ponto de maior êxito! Ao abraçar o trash e o exagero, Until Dawn consegue se aventurar e até divertir os espectadores, entramos na espiral de acontecimentos e nos sentimos presos junto com os personagens. 

Esse segundo e terceiro ato conseguem somar de forma positiva ao filme, conseguimos deixar de lado a baixa qualidade das atuações, a falta de desenvolvimento dos personagens e as explicações mais profundas sobre o que está acontecendo, afinal, estamos distraídos com as mortes gráficas. 

Apesar de ter apenas 1h20 de duração, o filme parece arrastado em diversos momentos e isso aparenta ser uma culpa conjunta entre atores, diretor e produtores. Until Dawn não sabe se quer ser um filme sombrio e sério como Silent Hill, se quer embarcar na trasheira de A Morte do Demônio ou se deseja ser um terror adolescente de shopping como Invocação do Mal. 

Until Dawn se escora no sucesso do jogo mas passa longe de ter a mesma qualidade e de uma narrativa similar, apesar de contar com referências certeiras que vão agradar os fãs do game. Temos mais um filme de terror genérico que apresenta ótimas ideias mas que não sabe como aproveitá-las, deixando o público com a expectativa daquilo que poderia ser. Apesar disso, Until Dawn é divertido e entrega boas cenas de susto e muito gore!

2.5

REGULAR

Until Dawn se escora no sucesso do jogo mas passa longe de ter a mesma qualidade e de uma narrativa similar, apesar de contar com referências certeiras que vão agradar os fãs do game. Temos mais um filme de terror genérico que apresenta ótimas ideias mas que não sabe como aproveitá-las, deixando o público com a expectativa daquilo que poderia ser. Apesar disso, Until Dawn é divertido e entrega boas cenas de susto e muito gore!