Uma Mulher Sem Filtro | Fabiula Nascimento salva com carisma uma comédia nacional sem fôlego
Divulgação/Laura Campanella
Uma Mulher Sem Filtro | Fabiula Nascimento salva com carisma uma comédia nacional sem fôlego
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Uma Mulher Sem Filtro | Fabiula Nascimento salva com carisma uma comédia nacional sem fôlego

Uma Mulher Sem Filtro chega aos cinemas como mais uma tentativa do cinema nacional de adaptar sucessos internacionais, trazendo para o público brasileiro uma história que já conquistou plateias em países como México, Espanha, Chile, Argentina, Peru e Itália. Coproduzido com a Star Productions e distribuído pela H2O Films, o longa é baseado no roteiro de Tati Bernardi — conhecida por sua habilidade em criar diálogos afiados e personagens carregados de sarcasmo, como em Meu Passado Me Condena — e dirigido por Arthur Fontes, de Podecrer!. A promessa era de uma comédia atual, com um toque de crítica social e muito humor, mas o resultado oscila entre momentos genuinamente engraçados e a sensação de estar diante de uma esquete alongada demais para segurar o ritmo de um longa-metragem.

Uma Mulher Sem Filtro | Fabiula Nascimento salva com carisma uma comédia nacional sem fôlego

No centro da trama, Fabiula Nascimento interpreta Bia, uma publicitária à beira do esgotamento emocional. A vida profissional é marcada por um chefe machista e inconveniente (Caito Mainier) e a chegada de Paloma, vivida por Camila Queiroz, uma influencer que assume o posto de CEO de conteúdo no momento exato em que Bia esperava por uma promoção. Em casa, a situação não melhora: o marido, interpretado por Emílio Dantas, é o retrato do comodismo; a melhor amiga, vivida por Patrícia Ramos, parece mais preocupada consigo mesma do que com qualquer amizade; e a irmã, papel de Júlia Rabello, é seu oposto em tudo. Esse acúmulo de frustrações leva Bia a aceitar a sugestão de Paloma e procurar a excêntrica Deusa Xana (Polly Marinho), que conduz uma sessão esotérica tão inusitada quanto transformadora. O resultado? Bia perde completamente os filtros e passa a dizer, sem freios, tudo o que pensa — para o bem e para o mal.

Se o ponto de partida é promissor e Fabiula Nascimento mergulha no papel com energia, carisma e um timing cômico invejável, o filme acaba tropeçando na própria estrutura. A narrativa se apoia excessivamente em situações pontuais e exageros caricatos, lembrando mais uma sequência de esquetes televisivas costuradas por um fio narrativo frágil. Ainda assim, há momentos em que o humor flui com naturalidade, sustentado principalmente pelo talento do elenco. O roteiro até se arrisca a trazer reflexões sobre machismo estrutural, desigualdade nas relações e o esgotamento emocional da mulher moderna, mas essas discussões surgem de maneira superficial, quase como uma nota de rodapé para o riso.

Uma Mulher Sem Filtro é, no fim das contas, uma comédia de consumo rápido: diverte em alguns momentos, garante risadas esporádicas e tem uma protagonista magnética, mas carece de fôlego e profundidade para se tornar memorável. Para quem já conhece e gosta de Sin Filtro, talvez não houvesse necessidade de uma versão nacional, já que o original continua sendo mais equilibrado no humor e na crítica social. Para quem for ao cinema sem grandes expectativas, no entanto, pode ser uma boa pedida para uma sessão leve — mesmo que saia da sala com a sensação de ter assistido a um episódio estendido de um programa de comédia.

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REGULAR

Para quem for ao cinema sem grandes expectativas, no entanto, pode ser uma boa pedida para uma sessão leve — mesmo que saia da sala com a sensação de ter assistido a um episódio estendido de um programa de comédia.

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