The Electric State | Crítica The Electric State | Crítica

The Electric State | Crítica

Um lembrete de que grandes orçamentos e elencos estrelados não garantem um bom filme
Divulgação/Netflix

Desde que Anthony e Joe Russo entregaram no MCU Vingadores: Ultimato, o maior êxito comercial de suas carreiras, os irmãos têm lutado para encontrar uma identidade cinematográfica fora do universo Marvel. The Electric State, adaptação da graphic novel de Simon Stålenhag, surge como uma tentativa ambiciosa de mudar essa maré. No entanto, o que se esperava ser uma revolução narrativa e visual, acabou se tornando mais uma obra grandiosa apenas em orçamento. Com um custo estimado em 320 milhões de dólares, o filme se consagra como a produção mais cara da Netflix e uma das mais caras da história do cinema. O resultado, no entanto, é decepcionante.

The Electric State | Crítica

A produção se apoia excessivamente no elenco e nos efeitos visuais, esquecendo-se de desenvolver uma história coesa e cativante. As ideias que compõem o cerne de The Electric State são jogadas de forma solta, sem conexão clara entre si, resultando em uma narrativa desestruturada e pouco envolvente. A tentativa de compensar essa falha com cenas visualmente deslumbrantes e rostos conhecidos falha em entregar um filme memorável.

Na trama, Millie Bobby Brown interpreta Michelle, uma jovem órfã que vive em um mundo onde robôs humanizados já conviveram pacificamente com a sociedade, mas que agora estão marginalizados após uma revolta fracassada. O enredo ganha impulso quando Michelle encontra Cosmo, um robô carismático que a convence de que seu irmão Chris ainda está vivo. Acompanhada por Keats (Chris Pratt), um contrabandista que carrega consigo uma personalidade cansativa e clichê, Michelle parte em uma jornada que mistura elementos de road movie com ficção científica.

Os irmãos Russo apostam em referências visuais e sonoras para despertar nostalgia. As canções clássicas dos anos 90 preenchem a trilha sonora, uma tentativa clara de replicar o encanto de Guardiões da Galáxia — ironicamente estrelado pelo próprio Chris Pratt. Essa semelhança é tamanha que o personagem Keats parece uma cópia barata de Peter Quill, mas sem o mesmo carisma e profundidade.

A premissa envolvendo a revolução das máquinas e o impacto da inteligência artificial na sociedade poderia ser o grande trunfo de The Electric State, mas acaba subaproveitada. O material original de Simon Stålenhag trazia uma narrativa melancólica e poética sobre tecnologia e humanidade, que se perde completamente na versão cinematográfica. Os conceitos são apresentados de forma rasa e nunca atingem a complexidade que mereciam.

O elenco, repleto de grandes nomes, também decepciona. Millie Bobby Brown, embora talentosa, parece deslocada no papel, incapaz de transmitir a força necessária para conduzir a trama. Chris Pratt, por sua vez, entrega uma atuação genérica, quase robótica, que não agrega à narrativa. A presença de atores consagrados como Stanley Tucci, Giancarlo Esposito e Colman Domingo é desperdiçada, limitando-os a papéis esquecíveis e sem impacto.

No fim, The Electric State confirma uma tendência preocupante: Anthony e Joe Russo parecem incapazes de replicar seu sucesso fora do MCU. Sem a estrutura sólida e o direcionamento criativo proporcionado por Kevin Feige, a dupla se mostra perdida em suas próprias ambições. O roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely, que funcionou bem em filmes anteriores da Marvel, aqui não encontra um rumo claro e fracassa ao tentar explorar uma história independente.

The Electric State não é apenas uma decepção narrativa, é também um lembrete de que grandes orçamentos e elencos estrelados não garantem um bom filme. Mesmo que alcance bons números de audiência na Netflix, o longa será lembrado como um desperdício de potencial e investimento. Em uma época em que o streaming busca firmar seu espaço com produções memoráveis, The Electric State acaba sendo apenas mais um filme esquecível.


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1.5

RUIM

The Electric State não é apenas uma decepção narrativa, é também um lembrete de que grandes orçamentos e elencos estrelados não garantem um bom filme. Mesmo que alcance bons números de audiência na Netflix, o longa será lembrado como um desperdício de potencial e investimento.