Sing Sing | Crítica

A maior surpresa dessa temporada de premiações

Inspirado em acontecimentos reais, Sing Sing segue a história de Divine G que, após ser condenado injustamente, passa a integrar um grupo de teatro formado por detentos que busca fazer a ressocialização dessas pessoas.

Com uma premissa que poderia cair no moralismo e nas narrativas maniqueístas já muito exploradas no cinema hollywoodiano, Sing Sing se beneficia e se sobressai ao não escolher esse caminho simplista e comum. 

Para a trama seguir em frente, pouco importa quais foram as ações que levaram essas pessoas para a prisão, a intenção aqui é apresentar como um programa de reabilitação pode ser importante para a sociedade e para essas pessoas de forma mais individual. 

Outro ponto que a obra se distancia do clichê desse tipo de narrativa é a escolha do elenco, ao invés de grandes nomes da indústria, o elenco do filme é composto de pessoas que participaram do programa de ressocialização. 

Essas escolhas fazem com que Sing Sing se destaque nessa temporada de premiações como um dos filmes mais emocionantes e impactantes. Isso faz com que o público se sinta mais perto dessa história e, consequentemente, as discussões se tornam mais profundas e produtivas. 

Além disso, a atuação de Colman Domingo é espetacular e no ponto certo, ele está absorto nesse personagem, entregando as nuances que esse papel precisa sem que a atuação pareça forçada e melodramática. Não é atoa que essa atuação rendeu ao ator a indicação ao Oscar, Globo de Ouro e BAFTA.

No entanto, o fluxo do filme é prejudicado em alguns momentos, seja no alongamento de algumas sequências e nas escolhas estéticas do diretor Greg Kwedar que podem fazer com que o espectador, uma vez imersos na história se distanciem do que está na tela afetando a sensação de imersão que havia sido estabelecida.

Apesar dessas poucas interferências, isso não prejudica a experiência total de apreciar a obra.

Sing Sing é, então, a maior surpresa dessa temporada de premiações, trazendo uma leitura atual de como um filme que se passa em uma prisão pode ser abordado. A escolha de Colman Domingo é certeira, sua atuação é o que faz o público se apaixonar por essa história e é uma pena que o filme tenha ficado de fora da corrida para a categoria de Melhor Filme no Oscar de 2025.

4.5

ÓTIMO

Sing Sing é, então, a maior surpresa dessa temporada de premiações, trazendo uma leitura atual de como um filme que se passa em uma prisão pode ser abordado. A escolha de Colman Domingo é certeira, sua atuação é o que faz o público se apaixonar por essa história e é uma pena que o filme tenha ficado de fora da corrida para a categoria de Melhor Filme no Oscar de 2025.