O Menino e a Garça | Crítica O Menino e a Garça | Crítica

O Menino e a Garça | Crítica

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Nas últimas décadas, Hayao Miyazaki se tornou um dos principais nomes da animação mundial, suas obras são amadas e aguardadas por muitos. Com o anúncio de O Menino e a Garça, as expectativas do público ficaram ainda mais altas com o filme, que estava sendo divulgado como o último projeto de Miyazaki na direção. 

O Menino e a Garça conta a história de Mahito, um menino 12 que precisa se mudar para uma nova casa após a morte de sua mãe. Nesse novo lar, o garoto precisará aprender a conviver com sua madrasta, as mulheres que trabalham no lar e com novas pessoas na escola. No entanto, a vida do garoto sofre uma mudança inesperada quando uma garça falante conta que sua mãe ainda está viva em um outro mundo. 

O Menino e a Garça é uma clássica obra do cinema de Miyazaki, a mistura entre o real e o lúdico acontece de forma natural e se torna difícil separar esses dois mundos. Aqui, temos uma história que utiliza dos elementos imaginários e metafóricos para tratar de dois temas principais, o luto e o amadurecimento. A história de Mahito é apresentada através da perda de sua mãe e um cenário de mudanças, ao mesmo tempo em que existe a promessa de que tudo voltará a ser como antes. 

Nesse sentido, a obra de Miyazaki apresenta discussões que trazem o paralelo entre estar preso a um passado que não existe mais e o medo de encarar o novo e as responsabilidades que a vida exige. 

É claro que, para o impacto surtir efeito, os personagens precisam ser carismáticos e gerar sentimentos no público. Aqui, os personagens principais e os secundários chamam a atenção do público e conseguem despertar a empatia e a suspeita. 

As interações entre Mahito e a garça conseguem desenvolver uma linha de dúvida e insegurança nos primeiros momentos e que, ao longo do filme, serve como fio condutor das mudanças pessoais de Mahito e de sua visão sobre o mundo. 

Para além da trama principal e dos personagens, O Menino e a Garça é visualmente impactante, assim como é esperado das grandiosas obras do Studio Ghibli, a mistura de animação tradicional com técnicas digitais (sem uso do 3D) criam uma sensação de “universo mágico” quando estamos imersos na obra. Os cenários e paisagens, pintados manualmente, não apenas demonstram a vasta beleza do universo criado, mas também mostram um desejo do público em ver mais desse tipo de animação que foge do 3D convencional. 

O filme, no entanto, sofre um pouco em sua condução, aqui o importante é entender o desenvolvimento dos personagens e como eles são afetados pelo passado e quais serão as consequências no futuro. Porém, em alguns momentos isso parece um pouco arrastado, deixando que o final, por conta do pouco tempo restante, seja corrido, e afete a duração total da obra. 

No mais, O Menino e a Garça é uma ode ao cinema de animação e a carreira de Hayao Miyazaki, uma história emocionante sobre os conceitos de vida e morte e o amadurecimento. Os visuais de tirar o fôlego, já conhecidos das produções do Studio Ghibli, constroem cenários grandiosos que ajudam na criação de uma história emocionante e divertida. 

4.5

ÓTIMO

O Menino e a Garça é uma ode ao cinema de animação e a carreira de Hayao Miyazaki, uma história emocionante sobre os conceitos de vida e morte e o amadurecimento. Os visuais de tirar o fôlego, já conhecidos das produções do Studio Ghibli, constroem cenários grandiosos que ajudam na criação de uma história emocionante e divertida.