Matilda: O Musical | Crítica Matilda: O Musical | Crítica

Matilda: O Musical | Crítica

Divulgação/Netflix

Matilda é uma das principais obras do escritor Roald Dahl, que ganhou uma nostálgica versão cinematográfica em 1996 dirigida por Danny DeVito e estrelada por Mara Wilson. Apesar de uma bilheteria discreta no cinema, o longa se tornou uma obra cult nas locações e exibições na TV. DeVito esperava uma continuação, o que nunca aconteceu. Com a propriedade de Roald Dahl agora sob direitos da Netflix, o streaming lançou neste domingo de Natal (25), Matilda: O Musical, adaptação da peça escrita por Dennis Kelly, que ganhou uma grande repercussão no teatro em 2010.

Matilda: O Musical | Crítica

Dito isso, a produção da Netflix dirigida por Matthew Archus (o mesmo do teatro) e com canções de Tim Minchin, não é um remake do filme de 1996. O subtítulo já deixa claro que se trata de uma versão que aproveita o potencial que foi visto no teatro britânico.

O grande desafio de Matilda: O Musical está na transição da versão teatral para um longa-metragem. Com o sucesso de Hamilton, muitos apostam que o certo é uma versão gravada ao vivo. Mas, Archus consegue transmitir a magia da obra literária com as canções já conhecidas do palco para um filme divertido e recomendado para toda a família neste fim de ano.

Na trama, Matilda (Alisha Weir) é uma criança apaixonada por literatura, com uma imensa sede por conhecimento. Contudo, ela enfrenta a negligência dos pais, que estão pouco se importando com sua educação escolar. Com habilidades especiais, a garota acaba sendo matriculada na escolada chefiada pela cruel diretora Srta. Agatha Trunchbull (Emma Thompson). Sua sabedoria fora do comum chama a atenção da professora Honey (Lashana Lynch), nascendo aí uma relação que Matilda jamais teve com os pais.

O ponto forte do musical está na relação entre Matilda e Honey. A garota encontra na professora alguém para conversar abertamente sobre livros e autores, enquanto a professora encontra na criança a coragem e ousadia que ela jamais acreditou ter. Uma linda relação de amizade.

Novamente irreconhecível em um papel por uma maquiagem carregada, Emma Thompson está assustadora como Agatha Trunchbull. As cenas musicais de “The Hammer” e “The Smell of Rebellion” dão o tom da ameaça terrível que as crianças enfrentam.

A jovem Alisha Weir é o grande destaque no longa, que conduz com grande maturidade os temas mais delicados do filme, como o abandono dos pais. Se tratando de um musical, o longa dá mais espaço para a fantasia, a inocência das crianças e seus sonhos com vários números musicais, alguns muito bons e outros nem tanto. Duas chamam mais a atenção: “When I Grow Up” e “Revolting Children”.

Matilda: O Musical é uma ótima porta de entrada para quem não conhecia universo de Matilda, seja na obra literária, o filme de 1996 ou a peça de teatro. Uma adaptação divertida que resgata a essência do material original.

3

BOM

Matilda: O Musical é uma ótima porta de entrada para quem não conhecia universo de Matilda, seja na obra literária, o filme de 1996 ou a peça de teatro. Uma adaptação divertida que resgata a essência do material original.