Máquina do Tempo conta a história das irmãs Thomasina e Martha que, durante os anos 40, desenvolvem uma máquina que pode interceptar transmissões do futuro. A criação dessa máquina é capaz de mudar a vida das irmãs que descobrem sobre David Bowie e as mudanças sociais anos antes de acontecerem mas, com o avanço da Segunda Guerra Mundial seu uso deixará de ser um entretenimento das irmãs para se tornar uma máquina de inteligência.

Máquina do Tempo é, esteticamente, um dos filmes mais impressionante dos últimos tempos. A escolha estilística de gravar o filme com câmeras originais dos anos 1930 e processá-lo em um tanque de revelação de 16mm da era soviética é de tirar o folego, principalmente nas cenas iniciais quando, junto das irmãs, vemos as principais mudanças culturais e se torna quase impossível segurar as lágrimas.
Outra escolha estética que no contexto desse filme se torna impressionante é o uso do found footage, técnica que dá a impressão dos personagens estarem gravando o filme e que é usada à exaustão nos filmes de terror, mas em uma ficção científica de época acaba por ser inovador e revolucionário.
Apesar dessas escolhas funcionarem muito bem e as composições das cenas serem todas bonitas, a direção de Andrew Legge se perde em vários momentos e para que a estética é mais importante que a história que está sendo contada. Quando a Segunda Guerra Mundial começa a entrar em seu apogeu e as personagens estão mais inseridas nas questões políticas o filme perde seu rumo, criando uma narrativa separada para cada irmã mas falhando em aprofundá-las.
Esses excesso de informações que são apresentados no segundo e terceiro ato atrapalham e muito a imersão do filme já que, além de não sobrar tempo para desenvolver essas narrativas separadas, a direção de Legge ou a edição de Colin Campbell tentam criar um senso de urgência optando por mais cortes e cenas mais curtas, fazendo com que seja fácil se perder no raciocino já que muitas cenas não são tão lineares ou não encaixam com a anterior, tirando a imersão do expectador que, muitas vezes, tem que parar e se perguntar o que está acontecendo para então tentar entrar na onda do filme mais uma vez.
Essa é a estreia de Andrew Legge na direção de um longa-metragem então se torna compreensível que o corte final não seja perfeito, mas é uma pena que a estética, apesar de linda, tenha sido o foco ao invés da história.
Apesar disso, Máquina do Tempo estreia nos cinemas como um sopro de inovação no meio de milhares de blockbusters hollywoodianos com a mesma estrutura. A escolha das câmeras dos anos 1930 e da revelação em 16mm não são fáceis de serem esquecidas e as imagens criadas conseguem emocionar mesmo dias depois de ter assistido ao filme!
BOM
Máquina do Tempo estreia nos cinemas como um sopro de inovação no meio de milhares de blockbusters hollywoodianos com a mesma estrutura. A escolha das câmeras dos anos 1930 e da revelação em 16mm não são fáceis de serem esquecidas e as imagens criadas conseguem emocionar mesmo dias depois de ter assistido ao filme!