Máquina do Tempo | Crítica Máquina do Tempo | Crítica

Máquina do Tempo | Crítica

Máquina do Tempo chega aos cinemas no dia 13 de março.

Máquina do Tempo conta a história das irmãs Thomasina e Martha que, durante os anos 40, desenvolvem uma máquina que pode interceptar transmissões do futuro. A criação dessa máquina é capaz de mudar a vida das irmãs que descobrem sobre David Bowie e as mudanças sociais anos antes de acontecerem mas, com o avanço da Segunda Guerra Mundial seu uso deixará de ser um entretenimento das irmãs para se tornar uma máquina de inteligência.

Máquina do Tempo | Crítica
Divulgação

Máquina do Tempo é, esteticamente, um dos filmes mais impressionante dos últimos tempos. A escolha estilística de gravar o filme com câmeras originais dos anos 1930 e processá-lo em um tanque de revelação de 16mm da era soviética é de tirar o folego, principalmente nas cenas iniciais quando, junto das irmãs, vemos as principais mudanças culturais e se torna quase impossível segurar as lágrimas.

Outra escolha estética que no contexto desse filme se torna impressionante é o uso do found footage, técnica que dá a impressão dos personagens estarem gravando o filme e que é usada à exaustão nos filmes de terror, mas em uma ficção científica de época acaba por ser inovador e revolucionário.

Apesar dessas escolhas funcionarem muito bem e as composições das cenas serem todas bonitas, a direção de Andrew Legge se perde em vários momentos e para que a estética é mais importante que a história que está sendo contada. Quando a Segunda Guerra Mundial começa a entrar em seu apogeu e as personagens estão mais inseridas nas questões políticas o filme perde seu rumo, criando uma narrativa separada para cada irmã mas falhando em aprofundá-las.

Esses excesso de informações que são apresentados no segundo e terceiro ato atrapalham e muito a imersão do filme já que, além de não sobrar tempo para desenvolver essas narrativas separadas, a direção de Legge ou a edição de Colin Campbell tentam criar um senso de urgência optando por mais cortes e cenas mais curtas, fazendo com que seja fácil se perder no raciocino já que muitas cenas não são tão lineares ou não encaixam com a anterior, tirando a imersão do expectador que, muitas vezes, tem que parar e se perguntar o que está acontecendo para então tentar entrar na onda do filme mais uma vez.

Essa é a estreia de Andrew Legge na direção de um longa-metragem então se torna compreensível que o corte final não seja perfeito, mas é uma pena que a estética, apesar de linda, tenha sido o foco ao invés da história.

Apesar disso, Máquina do Tempo estreia nos cinemas como um sopro de inovação no meio de milhares de blockbusters hollywoodianos com a mesma estrutura. A escolha das câmeras dos anos 1930 e da revelação em 16mm não são fáceis de serem esquecidas e as imagens criadas conseguem emocionar mesmo dias depois de ter assistido ao filme!

3

BOM

Máquina do Tempo estreia nos cinemas como um sopro de inovação no meio de milhares de blockbusters hollywoodianos com a mesma estrutura. A escolha das câmeras dos anos 1930 e da revelação em 16mm não são fáceis de serem esquecidas e as imagens criadas conseguem emocionar mesmo dias depois de ter assistido ao filme!