Entre Penas e Bicadas: uma encantadora jornada sobre identidade
Divulgação/A24
Entre Penas e Bicadas: uma encantadora jornada sobre identidade
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Entre Penas e Bicadas: uma encantadora jornada sobre identidade

Entre Penas e Bicadas (Goldbeak) é o tipo de animação que conquista pela sinceridade de sua proposta. Dirigido por Dong Long, em parceria com Nigel W. Tierney, o longa chinês combina a delicadeza narrativa característica das produções orientais com a estrutura universal das histórias de autodescoberta. Tierney, que trabalhou no departamento de animação de Shrek Para Sempre, traz sua experiência ocidental para o projeto, resultando em uma fusão de sensibilidades que fazem da obra um produto acessível e encantador. No entanto, o lançamento tardio, marcado para outubro, pode limitar seu desempenho nas bilheteiras — afinal, este é o tipo de produção que floresceria melhor nas férias escolares, quando o público infantil está mais disposto a embarcar em aventuras animadas.

Entre Penas e Bicadas: uma encantadora jornada sobre identidade

O enredo gira em torno de Pena Dourada, uma jovem águia criada entre galinhas que acredita ser incapaz de voar. Ao lado de sua irmã adotiva Catraca, ele parte em uma jornada até Bird City, uma metrópole de aves que mistura diversidade, humor e cores vibrantes. A viagem não é apenas física, mas também simbólica: é um voo em busca de si mesmo, um mergulho em questões de identidade, pertencimento e coragem. Quando descobre os mistérios por trás de seu nascimento e se vê no centro de um conflito ancestral entre águias e galinhas, Pena Dourada precisa escolher entre o passado que o acolheu e o futuro que o chama — uma metáfora sensível sobre amadurecimento e aceitação.

Há algo de familiar na trajetória do protagonista, lembrando produções como Kung Fu Panda e Rio, nas quais o herói precisa encarar suas próprias inseguranças para descobrir o verdadeiro significado de ser quem é. Ainda assim, Entre Penas e Bicadas encontra sua autenticidade na relação entre os irmãos. O carisma de Pena Dourada e a irmã adotiva Catraca sustenta o coração da narrativa, criando momentos de humor e ternura que envolvem o espectador. É essa dinâmica — ora divertida, ora tocante — que confere à animação uma força emocional maior do que o esperado, transformando uma história simples em algo profundamente cativante.

Do ponto de vista visual, o longa pode não alcançar o nível técnico das grandes produções da Pixar ou DreamWorks, mas compensa com personalidade estética e identidade visual marcante. O design das aves aposta em formas arredondadas e expressões exageradas, claramente voltadas para o público infantil, mas sem deixar de agradar aos adultos que buscam um entretenimento leve e bem-humorado. As cores vibrantes e os cenários amplos de Bird City reforçam a sensação de um mundo vivo e pulsante, onde cada detalhe parece contribuir para a imersão na história. É uma animação que, mesmo sem a ambição de revolucionar o gênero, entrega um resultado coeso e visualmente agradável.

Veredito de Entre Penas e Bicadas

Entre Penas e Bicadas é, acima de tudo, uma história sobre coragem, pertencimento e amor familiar. Sua simplicidade é também sua virtude: não busca ser grandiosa, mas verdadeira. É uma daquelas obras que, ao final, deixam o coração leve e um sorriso no rosto, lembrando o público de que não é preciso nascer com as asas certas para aprender a voar. Uma boa surpresa que merece ser descoberta — especialmente por quem ainda acredita que as melhores lições podem vir de histórias contadas entre penas e bicadas.

Distribuído pela A2 Filmes, Entre Penas e Bicadas chega no dia 16 de outubro nos cinemas.

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BOM

Uma boa surpresa que merece ser descoberta — especialmente por quem ainda acredita que as melhores lições podem vir de histórias contadas entre penas e bicadas.

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