Crítica | O Assassino – O Primeiro Alvo é mais do mesmo e segue fórmula de outros filmes do gênero

O Assassino – O Primeiro Alvo (American Assassin) é a adaptação aos cinemas da série de livros Mitch Rapp do autor Vince Flynn e tem como protagonista um espião nos moldes de Jack Reacher, John Wick e Jason Bourne.

No longa, Mitch Rapp (Dylan O’Brien) é um universitário que está passando férias em Ibiza quando ocorre um ataque terrorista liderado por Adnan Al-Mansur (Shahid Ahmed), no qual centenas de turistas foram mortos, incluindo a noiva de Mitch, Katrina (Charlotte Veja).

Um período de dezoito meses se passa e na intenção de se infiltrar no grupo de Al-Mansur para se vingar, Rapp reaparece com uma série de habilidades que chamaram a atenção da CIA, a Diretora Irene Kennedy (Sanaa Lathan) vê uma oportunidade de usar Rapp como agente para o serviço de inteligência. Ela convoca o veterano Stan Hurley (Michael Keaton) para treinar Rapp para que ele possa ajudar na caçada potenciais inimigos dos Estados Unidos.

Existe uma grande tensão entre Hurley e Rapp, principalmente porque Rapp não obedece a ordens e é temperamental, também pelo fato de Rapp ser muito parecido com o antigo prodígio treinado por Hurley (interpretado por Taylor Kitsch). Mesmo assim eles são obrigados a trabalharem juntos para investigar uma onda de ataques a militares e civis e descobrem que eles têm algo em comum: Ghost, um homem misterioso que pode começar uma guerra.

A direção é de Michael Cuesta conhecido pelo filme O Mensageiro estrelado por Jeremy Renner e por ter dirigido alguns episódios de séries, incluindo Homeland, Elementary e Dexter.

O longa tem muitos problemas, praticamente todos relacionado a falta de cuidado com o roteiro.

O protagonista demonstra uma infinidade de habilidades que parecem um tanto irreais para alguém que treinou por um período tão curto e está em sua primeira missão, o que deixa o personagem forçado em alguns momentos. Por exemplo, Mitch simplesmente se infiltra em uma célula terrorista que nem a própria CIA conseguiu. O recrutamento de Mitch acontece apenas porque Irene Kennedy quis, já que ela não dá mais explicações da razão de achar Mitch tão excepcional. O treinamento com Stan também parece ser um tanto quanto fraco para um grupo de elite, principalmente quando no início do filme é mostrado o treinamento pesado que Mitch faz por conta própria. Annika, a espiã turca interpretada por Shiva Negar, muda de lado tantas vezes durante um período de tempo tão pequeno que fica difícil levar a personagem a sério.

Os confrontos entre Ghost tanto com Mitch quanto com Hurley – que deveriam ser os pontos altos do filme – foram fracos, não por má atuação, mas por causa de um roteiro raso, previsível e cheio de clichês. O diálogo entre Taylor Kitsch e Michel Keaton em uma das partes mais violentas do filme chega a ser bobo.

Um dos lados positivos do longa foi poder ver Dylan O’Brien recuperado do acidente grave que sofreu durante as gravações de Maze Runner: A Cura Mortal e fazendo um papel mais maduro e completamente diferente do que pode ser visto no próprio Maze Runner ou em Teen Wolf.

No geral, O Assassino – O Primeiro Alvo tem coreografias bem ensaiadas, efeitos decentes e boas cenas de ação e o filme funciona justamente por trazer em sua fórmula o que já foi feito em muitos outros dos filmes do gênero. O filme não impressiona e não tem nada que o destaque, para os fãs de filmes de ação pode ser um bom entretenimento por quase duas horas, mas é provável que você se esqueça dele assim que sair da sala de cinema.

O Assassino – O Primeiro Alvo estreia amanhã, 21 de setembro.

  • Bom
3

Resumo

Apesar de todos os clichês e de um roteiro fraco, O Asssassino – O Primeiro Alvo funciona como filme de ação e é um bom entretenimento.