Crítica | A Garota no Trem é um thriller psicológico que vale a pena desvendar

Surpreendente, essa é a melhor palavra para descrever A Garota no Trem, suspense baseado no livro da escritora Paula Hawkins, que chega às telas dos cinemas depois de conquistar milhares de leitores ao redor do mundo.

O filme da DreamWorks Pictures, lançado pela Universal Pictures, tem direção de Tate Taylor (Histórias Cruzadas) e a sempre excelente Emily Blunt no papel de Rachel Watson, uma mulher que luta para manter a sanidade após um doloroso divórcio. Ela está sempre no trem, indo e voltando de Manhattan durante a semana, procurando distrair-se na janela. O percurso é uma grande armadilha, afinal, o trem passa em frente à antiga casa que dividia com o agora ex-marido Tom, vivido por Justin Theroux (The Leftovers), ele vive com a nova esposa, Anna (Rebecca Ferguson – Missão Impossível – Nação Secreta) e a filhinha do casal.

Por isso mesmo, Rachel prefere manter sua atenção a uma outra casa, e desenvolve uma obsessão pelos ocupantes da casa 15 da Beckett Road. Nessa casa, mora o casal aparentemente perfeito Megan (Haley Bennett – Sete Homens e Um Destino) e Scott (Luke Evans – Drácula – A História Nunca Contada).

Tudo o que Rachel cria em sua cabeça e acaba vivendo no dia a dia, é feito entre um gole e outro álcool, o que a torna uma pessoa pouco confiável para os que estão ao seu redor. Durante meses, ela fantasia sobre Megan e Scott e imagina que a vida deles seja muito boa e tranquila. Fazendo desse faz de conta um refúgio ao casamento que viveu com Tom.

Com uma jogada que pode ser um pouco confusa, pela ida e volta no tempo, o filme utiliza o recurso de narrar a história por meio das três personagens femininas que estão mais ligadas do que imaginam. No decorrer da trama, vamos descobrindo segredos que estavam bem guardados. Rachel acha que descobriu um segredo de Megan ao observá-la do trem e acaba se envolvendo no desaparecimento da mulher. Ela se torna suspeita da detetive Detetive Riley (Allison Janney – Histórias Cruzadas), além de envolver Scott no possível crime.

O foco em Rachel pode nos fazer perder detalhes que tornam-se reveladores. É interessante notar o quanto uma mulher destruída emocionalmente e entregue ao vício, cai em descrédito perante a sociedade (e espectadores). Um papel executado por Lisa Kudrow (Martha) nos dispara um gatilho e por mais pequena que seja a participação, faz toda a diferença na retomada de Rachel (aliás, sempre muito bom ver Lisa falando “Rachel”). A condução da história nos faz acreditar em tudo o que Rachel foi levada a acreditar, mas quando a verdade vem à tona, você acaba sentindo-se culpado por engolir a versão mais fácil dos fatos.

A Garota no Trem é um bom thriller que vale a pena ser visto e será lançado no dia 27 de outubro.

  • Ótimo
4

Resumo

A Garota no Trem, suspense baseado no livro da escritora Paula Hawkins,tem direção de Tate Taylor (Histórias Cruzadas) e a sempre excelente Emily Blunt no papel de Rachel Watson, uma mulher que luta para manter a sanidade após um doloroso divórcio. Ela está sempre no trem, indo e voltando de Manhattan durante a semana, procurando distrair-se na janela. Observando a vida do casal Megan e Scott, ela acaba se envolvendo no desaparecimento da moça, enquanto luta para acreditar em si mesma.