Cangaço Novo - 1ª temporada | Crítica Cangaço Novo - 1ª temporada | Crítica

Cangaço Novo – 1ª temporada | Crítica

Divulgação/Prime Video

Cangaço Novo é uma série de TV disponível no Prime Video desde 18 de agosto, que gradualmente conquistou força e reconhecimento com suas primeiras análises. Confesso que, inicialmente, a série não me cativou, mesmo sabendo que se trata de uma produção com um elenco nordestino e que explora uma cidade fictícia no Ceará, meu estado natal.

Isso se deve, em parte, ao fato de que as últimas produções nacionais que abordaram o cenário nordestino/cearense, como o filme Bem-vinda a Quixeramobim, muitas vezes pareciam mais caricaturas do que representações autênticas da realidade do povo nordestino.

No entanto, Cangaço Novo, produzida pela renomada O2 Filmes (responsável por obras como Cidade de Deus e Manhãs de Setembro) e dirigida por Aly Muritiba (O Caso Evandro e Deserto Particular) e Fábio Mendonça (Vale dos Esquecidos e O Doutrinador), vai muito além de meras caricaturas. A série não apenas captura a essência do povo nordestino no sertão, mas também explora uma variedade de nuances e camadas profundas. Um nordestern sobre corrupção, violência e política.

Na trama, precisando desesperadamente de dinheiro para cuidar de seu pai adotivo, Ubaldo (Allan Souza Lima) mal chega em Cratará, cidade fictícia do Ceará, e já se envolve com o crime organizado. Com sua irmã Dinorah (Alice Carvalho) ao seu lado, ele se torna um cangaceiro e líder de uma gangue do novo cangaço. Eles dominam cidades inteiras com armas de grosso calibre causando pânico e terror. Ubaldo, inebriado com o poder e a adrenalina, acredita que pode fazer a diferença. Enquanto ele e Dinorah roubam bancos desafiando as autoridades locais, Dilvânia (Thainá Duarte), a outra irmã, mantém viva a influência de Amaro Vaqueiro, o pai biológico dos três, que é uma figura mítica na região. A questão é: qual dos irmãos será aquele que transformará a vida das pessoas ao seu redor se tornando em vida o próximo mito do sertão cearense? A mudança virá pela fé, pela política ou pela bala?

Prepare-se para uma emocionante viagem pelo sertão nordestino com o trio dinâmico composto por Allan Souza Lima, Alice Carvalho e Thainá Duarte. Com oito episódios cativantes, o trio entrega performances excepcionais que evoluem de maneira eficaz ao longo da narrativa.

Allan Souza Lima, no papel de Ubaldo, lidera o elenco com uma interpretação magnética, capturando a complexidade do personagem de forma envolvente. Alice Carvalho e Thainá Duarte, como as irmãs Dinorah e Dilvânia, demonstram uma química cativante e uma profunda conexão com seus personagens, elevando ainda mais a qualidade da série.

Uma adição notável ao elenco é Enio Cavalcante, que brilha como Jeremias, o braço direito de Ubaldo. Sua atuação convincente e apaixonada acrescenta camadas interessantes à história, tornando-o um personagem memorável. Além disso, Cangaço Novo apresenta a participação de Hermila Guedes como uma amiga de infância de Ubaldo, que luta contra a corrupção de Cratará na política. Sua aparição pontual acrescenta uma dimensão adicional à trama, explorando as complexidades das relações pessoais e políticas na região.

A série Cangaço Novo merece destaque por sua notável direção. Ela se destaca de muitas produções estadunidenses. As empolgantes sequências de ação são um verdadeiro show à parte, transportando o espectador para o coração do sertão nordestino com uma eficiência impressionante. Uma jornada repleta de adrenalina e emoção, mostrando a força e a beleza da região nordestina do Brasil. Com uma direção habilidosa, a produção se destaca não apenas pela sua qualidade técnica, mas com um roteiro capaz de envolver o público e contar uma história cativante.

Cangaço Novo brilha não apenas pela sua direção e elenco impecáveis, mas também por sua habilidade em abraçar e celebrar a rica cultura nordestina. Esta produção nos presenteia com uma experiência televisiva emocionante e envolvente que nos transporta para o coração do sertão brasileiro.

5

EXCELENTE

Cangaço Novo brilha não apenas pela sua direção e elenco impecáveis, mas também por sua habilidade em abraçar e celebrar a rica cultura nordestina. Esta produção nos presenteia com uma experiência televisiva emocionante e envolvente que nos transporta para o coração do sertão brasileiro.