Barbie | Crítica

É impossível não associar o nome Barbie a uma boneca, ou vice-versa. Essa criação icônica da Mattel se tornou um símbolo da cultura pop e um sonho para muitas crianças que desejavam ter uma casa rosa cheia de acessórios.

Embora inúmeras animações estejam disponíveis em streamings e na TV, faltava uma adaptação em live-action para a boneca mais famosa do mundo. Houve várias tentativas, mas esbarravam em roteiros que não eram aprovados. O que realmente faltava era a diretora certa e a protagonista ideal.

Agora, a parceria entre Greta Gerwig e Margot Robbie tornou o filme Barbie um dos eventos mais esperados do ano na cultura pop. É um filme que transcende a mera história infantil sobre uma boneca, oferecendo muito mais profundidade e significado. O filme já é um marco na história da Barbie por trazer uma nova perspectiva para o universo dessa personagem tão querida.

No enredo do filme, Barbie desfruta de uma vida perfeita na deslumbrante Barbielândia, juntamente com diversas versões de si mesma, retratadas por talentosas atrizes como Emma Mackey, Issa Rae, Dua Lipa, Alexandra Shipp e outras. Sua existência gira em torno de explorar a deslumbrante Barbielândia, promover animadas festas de pijama com suas diferentes versões e ser cortejada por Ken (interpretado por Ryan Gosling) e suas várias outras formas, desempenhadas por Simu Liu, Kingsley Ben-Adir e outros atores.

Contudo, a boneca mais famosa do mundo começa a experimentar sentimentos incomuns, que parecem não pertencer àquele mundo fictício, mas sim ao mundo real. É nesse universo que Barbie se tornou um ícone e símbolo feminino para mulheres ao redor do globo. No entanto, ela começa a questionar se essa é realmente a imagem que ela representa.

Ao lado de Ken, Barbie decide viajar para o mundo real em uma jornada de autodescoberta, em busca de sua verdadeira identidade e do significado mais profundo por trás de sua existência. Ela se vê confrontada com a pressão de ser um modelo de perfeição e feminilidade, mas questiona se isso é verdadeiramente representativo do poder feminino em sua totalidade.

O filme Barbie é muito do que aparenta ser. Por trás de todo aquele mundo rosa, o roteiro assinado por Greta Gerwig e Noah Baumbach trata de muitos dilemas da boneca em comum com o público. O tempo todo é como se Barbie estivesse dialogando com quem está do outro lado da tela. A narrativa busca desafiar estereótipos e preconceitos, refletindo sobre a importância da autenticidade e diversidade na definição do verdadeiro significado de ser mulher.

Com muitas piadas sobre machismo, consumo e a sexualidade da mulher, Barbie é sobre uma jornada de autoaceitação e a valorização da individualidade, ao mesmo tempo em que incentiva os espectadores a questionar os padrões impostos pela sociedade e a abraçar a diversidade como uma força empoderadora.

Absolutamente deslumbrante, Margot Robbie encarna uma verdadeira boneca ganhando vida em seu papel. Sua atuação é carismática, divertida e genuína. A atriz empresta doçura e autenticidade à sua versão estereotipada de Barbie, retratando com sensibilidade sua jornada de autodescoberta.

Por sua vez, Ryan Gosling entrega momentos hilários ao filme como Ken. Suas atitudes ingênuas provocam uma discussão profunda no terceiro ato, abordando a visão da sociedade sobre as mulheres.

Um dos pontos-chave do filme é a atuação notável de America Ferrera no papel de Gloria, uma mulher que cresceu acompanhando o fenômeno Barbie, e que se torna uma figura crucial para o amadurecimento da boneca durante o desenrolar do terceiro ato.

Além disso, as performances de Kate McKinnon como a Barbie estranha e de Michael Cera como Alan, um boneco genérico, garantem momentos divertidos e risadas garantidas para o público.

Barbie é uma experiência cinematográfica imperdível que irá encantar e emocionar toda a família. Com sua abordagem lúdica e ao mesmo tempo reflexiva, o filme merece o título de fenômeno cultural de 2023.