As Tartarugas Ninja: Caos Mutante I Crítica

Em As Tartarugas Ninja: Caos Mutante, o público acompanha jornada de quatro tartarugas mutantes adolescentes enquanto eles tentam conquistar os corações dos nova-iorquinos através de atos heroicos. para isso, sua nova amiga April O’Neil os ajudará a derrubar um misterioso sindicato do crime, mas as coisas se complicam quando um exército de mutantes se volta contra eles.

Apesar de ser mais um filme sobre as Tartarugas Ninja, personagens que fazem parte da cultura pop desde os anos 80, o enredo é uma história de origem. E uma bastante genérica no qual quatro filhotes de tartaruga entram em contato com uma substância química gosmenta criada por um cientista chamado Baxter Stockman e acabam se tornando mutantes. Elas são criadas por seu pai superprotetor, o rato mutante humanoide Mestre Splinter, que faz com que os meninos fiquem longe dos seres humanos a todo custo ou correm o risco de serem ordenhados por eles (pois é, não parece fazer sentido algum).

Um flashback revela que Splinter tentou apresentar a si mesmo e às tartarugas aos humanos, mas eles ficaram aterrorizados e os mutantes foram perseguidos. Agora todos eles vivem no subsolo e são treinados em artes marciais para se protegerem do mundo exterior. Porém, Donatello, Michelangelo, Raphael e Leonardo estão cansados de se esconder e o que mais desejam é serem adolescentes normais e poderem viver aventuras pelas ruas da cidade, além dos esgotos.

Enquanto isso, um dos experimentos de Baxter responde de maneira muito diferente ao tratamento dos humanos, enquanto Splinter quer se esconder, Super Mosca quer vingança. Ele reuniu um grupo de mutantes para ajudar a por em prática seus planos para eliminar a humanidade.

Uma noite, buscando uma maneira de conquistar aprovação do mundo humano, as tartarugas salvam uma garota chamada April O’Neil. Ela também se sente deslocada no mundo e acaba se tornando amiga deles. Juntos, então, eles procuram derrubar o vilão, afinal, se forem considerados heróis, todos passarão a gostar deles e não precisarão mais viver nas sombras.

Apesar da pouca complexidade nos personagens e quase nenhuma surpresa na trama, o estilo de animação de As Tartarugas Ninja: Caos Mutante é bastante interessante e criativo. Ele é cheio de falhas e rabiscos, dando um ar urbano e jovial que combina totalmente com o clima do filme. O caos do título se mostra principalmente nas cenas de luta, onde a direção de Jeff Rowe traz cenas cheia de ângulos frenéticos e ação alucinante.

A trilha sonora de Trent Reznor e Atticus Ross, que mistura rock com hip-hop dos anos 80 e 90, é muito eficiente e todo o filme tem uma energia efervescente e inegavelmente adolescente.

A versão original conta com um elenco estrelar na dublagem, repleto de nomes conhecidos, como Jackie Chan e Paul Rudd. Já no Brasil, os destaques ficam para Any Gabrielly como April e o cantor Léo Santana como Genghis Rã. A direção de dublagem é assinada por Wendel Bezerra – conhecido por diversos personagens da cultura pop, como Bob Esponja e Goku – que conseguiu adaptar muito bem alguns momentos, trazendo referências que certamente terão muita graça para o público brasileiro.

Os diálogos estão repletos de referências à cultura pop e mostram que os esgotos tem wi-fi e definitivamente as tartarugas passam algumas horas vendo vídeos no YouTube e acompanhando os lançamentos nos serviços de streaming. E claro, são muitas as piadinhas bem bobas com aquele ar de quinta série que podemos esperar de um bando de personagens adolescentes em um filme de Seth Rogen. Em alguns momentos, As Tartarugas Ninja: Caos Mutante se esforça demais para ser descolado e engraçado, mas no geral é um bom entretenimento.


Distribuído pela Paramount Pictures e a Nickelodeon Movies, As Tartarugas Ninja: Caos Mutante chega aos cinemas brasileiros em 31 de agosto de 2023.

 

 

 

3.5

Bom

Apesar da pouca complexidade nos personagens e quase nenhuma surpresa na trama, o estilo de animação de As Tartarugas Ninja: Caos Mutante é bastante interessante e criativo, trazendo todo o caos titular, embalado por uma ótima trilha sonora.