A Dama e o Vagabundo | Crítica | A Dama e o Vagabundo | Crítica |

A Dama e o Vagabundo | Crítica |

Reprodução/Disney
A Dama e o Vagabundo | Crítica |
Reprodução/Disney

A Dama e o Vagabundo foi o primeiro live-action da Disney a ir direto para o streaming, o Disney+. A nova versão da clássica animação de 1955 chegou com pouco alarde e agora está disponível no Brasil com a chegada da plataforma de streaming no país. Essa segunda forma de lançamento foi eficaz, já que o filme foi bastante assistido e elogiado nos EUA e agora está acontecendo o mesmo no território sul-americano.

Enquanto muitos live-actions da casa do Mickey está seguindo o piloto autómático, com intuito de apenas entregar um produto mais atual, A Dama e o Vagabundo surpreende por revitalizar a história clássica, corrigindo alguns erros e entregando uma mensagem atual.

Diferente de O Rei Leão que capturou os movimentos dos animais em CGI, o longa dirigido por Charlie Bean (Lego Ninjago: O Filme) traz cachorros reais interagindo de uma forma que se torna impossível não se encantar por eles. Se você possui um pet em casa, vai compreender demais as reações dos fofinhos. A única tecnologia do longa é o movimento no focinho dos cachorros enquanto conversam, que pode causar uma certa estranheza de início.

A trama inicial não foge muito da clássica animação. Acompanhamos uma mimada cocker spaniel de família rica chamada Lady e o término de sua vida confortável quando seus donos têm um bebê. Depois de algumas circunstâncias tensas, Lady encontra-se solta na rua, fazendo amizade e sendo protegida pelo vira-lata durão Tramp e um romance começa a florescer entre os dois cães.

O live-action é situado na cidade de Savannah, no sul dos EUA, diferente do original que se passava no oeste, trazendo apenas personagens brancos. No novo filme, o longa trouxe um casal interracial vivido pelos ótimos Thomas Mann e Kiersey Clemons, os tutores de Lady.

O roteiro de Andrew Bujalski (Support the Girls) é eficaz em trazer discussões sobre os animais de rua e a importância da adoção. Não a toa que o filme gerou uma grande campanha para a adoção de animais de rua. Além disso, não há nenhuma insinuação durante a narrativa sobre as diferenças de raça entre cada um dos animais. Sabendo que o filme é para toda a família, a narrativa acerta em mostrar que cães são todos iguais e merecem o mesmo tipo de carinho.

Outro ponto importante foi a correção de uma polêmica do longa original, no caso, a canção dos gatos siameses, que causou uma repercussão negativa na Ásia por soar xenofóbica. O número musical dos felinos no novo filme foi alterado e ficou deveras divertido.

Sobre o elenco de atores, F. Murray Abraham (Amadeus, Homeland) faz uma participação memorável na recriação da icônica cena de Lady e Tramp comendo macarrão com almôndegas ao som da clássica “Bella Notte”. Muitos acreditavam ser impossível, mas a cena é tão delicada e repleta de amor quanto a original.

A Dama e o Vagabundo foi o filme mais discreto produzido pela Disney. Sem grande publicidade e sem chegar nas telonas, acaba por ser o melhor live-action entre os recentes lançamentos. E muito se deve a forma acolhedora como a história foi recriada. Sabe aquela magia da Disney? Ela existe e está presente.

5

Excelente

A Dama e o Vagabundo foi o filme mais discreto produzido pela Disney. Sem grande publicidade e sem chegar nas telonas, acaba por ser o melhor live-action entre os recentes lançamentos. E muito se deve a forma acolhedora como a história foi recriada. Sabe aquela magia da Disney? Ela existe e está presente.