Recentemente na San Diego Comic Com, o diretor Bruce Timm, conhecido por seus excelentes trabalhos em Batman Animated Series, Superman Animated Series e Liga da Justiça, anunciou a adaptação de uma das melhores histórias do Batman, se não a melhor, A Piada Mortal. A épica graphic novel de Alan Moore e Brian Bolland vem da espetacular leva dos anos 80, que nos trouxe grandes histórias do Morcegão como: O Cavaleiro das Trevas de Frank Miller, O Ano Um também com roteiros de Frank Miller e arte David Mazzucchelli e Asilo Arkham de Grant Morrison e Dave McKean.
Alan Moore e Brian BollandO Mago dos Quadrinhos, Alan Moore, vinha embalado por sua principal HQ, Watchmen, e desembarcou nas histórias do Cruzado Encapuçado para fazer mais uma das melhores graphic novels de todos os tempos. A sinopse da HQ é basicamente simples, mais um confronto eclode entre o Batman e o Coringa, no qual o Príncipe Palhaço do Crime aleija Barbara Gordon e tenta provar, que tudo que uma pessoa precisa para ser como ele é um dia ruim. Só que o felizardo a passar por esse tal “dia ruim” é o Comissário Gordon, entretanto, apesar dos terríveis esforços do Coringa para quebrar Jim, o policial se mantém firme e Batman consegue impedir o vilão.
O tiro do CoringaA HQ causou muita polêmica na época, a cena do tiro em Bárbara é até hoje controversa (é bom lembrar que a arte de Brian Bolland contribui de forma magistral para a cena) por de uma certa forma reforçar o fim da inocência nas HQs; mais recentemente, foram divulgados alguns quadros não usados que deixam claro que a intenção de Moore era que o Príncipe Palhaço do Crime abusasse sexualmente da Batgril; some isso a declaração de outro grande roteirista, Grant Morrison, que explodiu a cabeça de todos ao revelar que no fim da história o Batman acaba matando o Coringa e, por fim, tivemos a capa variante de Rafael Albuquerque, que buscou homenagear a clássica HQ e foi rechaçada pelo público.
Capa de Rafael Albuquerque homenageando A Piada MortalComo podemos perceber, a história em questão é envolta em polêmicas. Dessa forma, fica difícil imaginar até que ponto a DC/Warner está disposta a ir para adaptar a graphic novel. Em minha opinião, muita coisa deve ser cortada (a cena do abuso deve ser a primeira a pular fora), mas não seria possível recontar a história sem mostrar o tiro ou as torturas psicológicas sofridas pelo Comissário Gordon e, a origem do Coringa tem que ser contada da forma mais similar possível. Se levarmos em consideração a adaptação de Cavaleiro das Trevas, veremos que a Warner tem a capacidade de fazer transposições quase perfeitas para as animações, mas essa HQ não é tão polêmica quanto A Piada Mortal.
A Piada MortalAqui temos uma rara oportunidade de ver como o estúdio lidaria com polêmicas envoltas com personagens mainstream da editora. Watchmen quando foi adaptado por Zack Snyder para os cinemas, apesar de polêmico, lidava com personagens desconhecidos do grande público. No caso, só podemos torcer para que Bruce Timm nos agracie com mais um de seus excelentes trabalhos e nem preciso dizer que Mark Hamill tem que voltar para dublar o Coringa (se também não for pedir muito, quero Kevin Conroy na voz do Batman). Por fim, acho que o que realmente torna A Piada Mortal algo tão único e apaixonante são justamente as polêmicas, o roteiro atrevido e sem inibições de Alan Moore somados aos desenhos sensacionais de Brian Bolland.