A segunda edição da Comic-Con Experience, maior evento do universo de heróis, quadrinhos, cinema e TV da América Latina, levou à loucura os 142 mil presentes da feira, que aconteceu de 3 a 6 de dezembro no São Paulo Expo Imigrantes.
Entre todas as atrações, uma das grandes sensações foram os cosplayers, com seus detalhes únicos e criativos que circularam pelo evento. Veja as fotos na galeria!
Bira Natchios criou e vestiu o traje da Mulher-Maravilha, denominado “Wonder Bira”, que por onde passou chamou atenção de grande parte do público. Bira comentou que não vestiu apenas um traje, copiado ou recriado, mas que seu propósito foi “levantar uma singela bandeira pró-feminista”.
Bira NatchiosDe onde surgiu a ideia de criar um traje masculino da Mulher Maravilha? Foi a sua primeira opção?
“Não apenas por ser fã da Mulher Maravilha desde a era Lynda Carter, mas também para levantar uma singela bandeira pró-feminista. Simplesmente copiar ou recriar uma uniforme previamente definido ao mesmo sexo, a adaptação é sempre mais desafiadora. Assim como a Supergirl está para o Superman, a Batgirl está para o Batman, eu criei o “Wonder Bira” para a Mulher Maravilha. A ideia já era firme, mas ainda faltavam pular os obstáculos do julgamento alheio. Tendo em vista a falta de tolerância que nos assombra cada vez mais em todos os lugares do mundo e comentários preconceituosos e ignorantes sobre o papel da mulher na sociedade, foi então que decidi levantar essa bandeira juntando com minha admiração pela Mulher Maravilha, os papeis femininos de extrema importância em minha vida pessoal e a volta (finalmente) da própria nos cinemas e ir adiante com o projeto.”
Como foi o processo de caracterização, materiais e confecção do traje?
“O material foi simples: inteiramente EVA. As crianças usam demais na escola e é facilmente encontrado em qualquer lugar. Sem olhar técnicas ou referencias, fotos ou vídeos pela internet, essa minha primeira criação foi inteiramente original, caseira e simples, apenas contando com diferentes tipos de acabamentos como tintas e vernizes. O solado da bota foi o único item previamente feito e mais trabalhoso pois as “caneleiras” foram moldadas diretamente nas pernas com borracha quente, assim queimando minhas pernas na frente e atrás no processo, mas nada grave.”
Os visitantes da #CCXP ficaram impressionados com o cosplay. Como seus amigos e familiares reagiram quando te viram?
“Quem mora (ainda) com os pais, sabe que essa história de super-herói não “desce” muito bem, mas mesmo assim o apoio deles junto com os melhores amigos, não deu outra: a coragem de concretizar essa ideia era certa. Em conversa com todos eles, chegamos a conclusão (antes do evento) que essa minha aventura com certeza chamaria atenção e eu mesmo já estava armado até os dentes para as mais intolerantes e ignorantes críticas possíveis, mas daí que veio a surpresa que me desarmou por completo: o carinho do público. Sim, existiram pessoas que olhavam meio atravessado, faziam comentários meio duvidosos, mas esses poucos se tornaram invisíveis no meio de tanto carinho, respeito, admiração vindos de quase 300 pessoas numa tarde de sábado apenas. Eu fiquei extremamente surpreso e confesso que nem soube reagir a tantas palavras e mensagens de solidariedade, não só pelo uniforme, mas pela coragem e ousadia.”
Camarim Cosplay SyfyOs cosplayers tiveram, ainda, uma estrutura dedicada para atendê-los, o Camarim Cosplay Syfy, onde puderam guardar seus pertences e se produzirem para as atrações.
Nesta edição, o Cosplay Universe contou com workshops de duas cosplayers profissionais, Lady Lemon e Emily Anderson, que também foram juradas na final do concurso Cosplay Experience, que aconteceu no último dia do evento, 6 de dezembro, domingo. O concurso trouxe ainda com a participação de Armando Fonseca, um dos especialistas em efeitos especiais do programa Cinelab, exibido pelo canal SyFy.
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Fotos: Chev Roberto e Luan Damascena