Se você é assinante da plataforma de streaming Netflix, com certeza você tem recebido como indicação ou visto nos destaques a série Ratched trabalho de Ryan Murphy (American Crime Story). Para os fãs dos trabalhos de Murphy, sem dúvidas, gerou aquela empolgação e expectativa pelo seriado.
Baseada na personagem da obra Um Estranho no Ninho de 1974, a enfermeira Mildred Ratched é a protagonista da trama. Mildred ganha vida através de Sarah Paulson (American Horror History) que surpreende por sua versatilidade.
Sinopse: Em 1947, Mildred Ratched começa a trabalhar como enfermeira em um hospital psiquiátrico, mas por trás da aparência impecável, cresce uma alma sombria.
Primeiramente preciso falar da fotografia dessa obra que é impecável. A riqueza de cuidado e detalhes com a estética e como de fato retrata o final dos anos 40 é nítida, a gama de cores na fotografia te prende tanto quanto o figurino, as maquiagens, os veículos, etc.
A Série também fala sobre as discussões sociais da época, dentro e fora do hospital psiquiátrico onde Ratched trabalha e passa grande parte do tempo, relacionamento homosexual entre mulheres é um dos temas mais abordados, o empoderamento das mulheres que são visivelmente fortes, o machismo e outros preconceitos, como o racismo.
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Apesar de ser uma série inspirada no filme Um Estranho no Ninho, não é necessário assistir ao longa para acompanhar a série.
Somente essas questões sociais tocadas na série já são pesadas por si só, seja pelos temas abordados, que se já são pesados hoje, na década de 40 ficam intragáveis, e explora a questão de que ninguém nasce um monstro, torna-se.
Na série vemos Gwendolyn Briggs (Cynthia Nixon) que trabalha com o típico e desrespeitoso governador da Califórnia, George Wilburn (Vincent D’Onofrio), vivendo ainda uma vida de fachada para esconder a sua sexualidade fingindo ter um relacionamento com o marido, também homossexual.
A premissa da série é que ninguém nasce um monstro, mas torna-se um, e isso é atrelado ao fato de que o paciente e prisioneiro, incrivelmente perigoso, do hospital é irmão de Mildred. A história dos dois, que é revelada de forma tardia propositalmente, é mais perturbadora do que a série inteira e suas cenas de violência, sendo eles duas crianças de pais diferentes que foram registradas como irmãos para sempre terem um ao outro, mas que foram vítimas de pais adotivos abusivos durante a infância inteira. A última adoção revela um casal perverso que gerou consequências graves para a cabeça dos dois, deixando o pior dos traumas com o irmão, Edmund Tolleson (Finn Wittrock), que tem o motivo da sua internação apresentada nos momentos iniciais do primeiro episódio.
Quando revelada a história de ambos, fica mais acessível entender a motivação de Ratched em salvar o irmão da morte iminente, apesar de seus atos tão cruéis.
Os personagens são todos peculiares e por vezes beiram a bizarrice, como o Dr. Hanover (Jon Jon Briones), que ao mesmo tempo em que é completamente incorreto e insano consegue ser eficiente em um dos tratamentos envolvendo a hipnose de Charlotte Wells (Sophie Okonedo) que entrega uma atuação perfeita de uma paciente com transtorno de múltiplas personalidades.
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Os personagens todos estão a altura da obra, Sharon Stone atua como uma milionária e mãe de um monstruoso e violento filho perturbado que foi tratado pelo Dr Hanover. Sarah Paulson entrega o necessário e sob medida, e pra quem já a assistiu em American Horror Story fica satisfeito em ver sua versatilidade entre os papéis e sendo exatamente o que precisa ser durante o que Ratched precisa expressar.
Não espere comparações e ligações ao filme Um Estranho no Ninho, pois Ryan transformou a ideia da enfermeira em algo totalmente único e independente, totalmente diferente do que possamos imaginar.
Não é uma obra que agradará a todos, especialmente quem desconhece o trabalho do produtor, é indigesta, pesada e possui características únicas como sempre encontramos nos trabalhos dele, embora isso não seja justificativa para uma crítica ruim, como podemos ler por aí.
Ótimo
Ractched é uma série que tem mistério, fotografia, gore, tortura, humor ácido, criticas sociais validas, estética impecavel, e de fato é o que o publico precisa dentro de inovações para as telas e plataformas.