Love,Victor (Com Amor, Victor) é uma sequência do sucesso de bilheteria Com Amor, Simon de Greg Berlanti, situado na mesma cidade e na mesma escola do filme original. Alguns anos após o desenrolar da história de Simon (Nick Robinson), Victor (Michael Cimino) chega a Creekwood com seu próprio segredo, mas o que se desenrola é na verdade uma história mais complexa e profundamente relacionável sobre auto descoberta, sexualidade e todos os obstáculos na estrada que você pode experimentar ao longo do caminho.
O TV Guide conversou com o showrunner Brian Tanen sobre o desenvolvimento da série, o derivado de Com Amor, Simon por que a história única de Victor ainda é tão relevante e suas esperanças para a segunda temporada depois de lançar essa enorme reviravolta no final sobre nós.
Sabendo que era uma derivação de Com Amor, Simon quanto vocês queriam seguir o estilo e a história do filme e quanto vocês queriam se desviar e criar algo totalmente novo?
Para Isaac Aptaker e Elizabeth Berger os criadores de Love, Victor, desde o início, eles queriam mostrar o mesmo DNA do filme – o estilo, o charme, a conexão com os personagens do filme – para que os fãs tivessem algo em que se agarrar. Mas também foi super importante para eles e para a equipe de redação que essa fosse uma história diferente; que contamos a história de um adolescente LGBTQ+ diferente. E você percebe essas mudanças logo de cara quando ele diz a Simon que sua história é um pouco fácil demais para Victor digerir, e que ele vai ter um passeio muito mais atrevido.
Por que era importante para vocês mostrar que Victor tem uma família muito mais homofóbica do que Simon?
Eu acho que foi realmente importante para nossa equipe de roteiristas, que tinha mais da metade dos escritores LGBTQ+, representar o tipo de homofobia casual que pode permear a vida de um jovem, mesmo em uma família que é calorosa e amorosa. Acho que muitos de nós já passaram por jornadas em que pessoas bem-intencionadas ainda não adotaram esse tópico e ainda não estão totalmente confortáveis com ele. Ou talvez estejam de acordo com a ideia de pessoas gays, mas não a consideraram de verdade ou não se sentiriam felizes se acontecesse na própria família. Então, queríamos que essa família fosse autêntica, e acho que, especialmente dentro de uma família religiosa, as pessoas podem amar sem aceitar totalmente. E eles terão sua própria jornada para continuar também.
Por uma boa parte da primeira temporada, Victor parece estar lutando para colocar um rótulo em sua própria sexualidade. Você pode falar um pouco sobre essa jornada?
Sim, uma das grandes diferenças entre o filme e Love,Victor é que esse personagem é alguns anos mais novo e está no início da jornada de descobrir sua sexualidade. E isso ressoou com muitos escritores gays na equipe. A ideia de quando você está explorando esses tópicos pela primeira vez, mesmo que tenha esses sentimentos desde a infância, quando você começa a colocar um nome neles, eles podem ser muito assustadores. E você pode ser seu pior inimigo quando se trata dessas questões, porque sua própria homofobia internalizada, seu próprio medo de ser reconhecido por quem você é o impede de ser seu eu honesto. Então, isso faz parte da jornada de Victor na primeira temporada, percebendo quem ele é e como é o amor e se há uma diferença entre o amor platônico e uma forma de amor sexualizada, talvez mais adulta.
A reviravolta no final foi uma maneira muito importante de terminar a primeira temporada. Quão confiante você está de que haverá uma segunda temporada para nos deixar mais ansiosos?
Acho que sempre fomos muito otimistas e esperançosos em relação à segunda temporada. Entendo que parece absolutamente um gigantesco precipício, mas para mim também parece a conclusão de uma jornada. Essa é a coisa pela qual você está torcendo por toda a temporada – para ele entender quem ele é e ter a coragem de dizer isso em voz alta. Então, para mim, foi realmente um final de temporada para fazer aquele momento sobre ele e sua declaração, e não sobre as reações de outras pessoas. Penso que uma grande jornada de saída é superar seus próprios obstáculos internos. Então, me pareceu certo que esse momento fosse singular sobre ele. E na segunda temporada, espero que você veja quais são as consequências dessa declaração e como as pessoas reagem. Mas, por enquanto, este é o momento dele.
Existe alguma reação dos membros da família na segunda temporada que você está particularmente empolgado para explorar?
Sim, eu amo a ideia de ver como um relacionamento irmão-irmã é afetado por uma revelação como essa. Eu sei que estou muito próximo da minha irmã, e isso realmente melhorou nosso relacionamento quando saí do armário, esse tipo de aprofundamento da nossa amizade e nosso vínculo entre irmãos. E eu acho que isso é algo que podemos esperar com Victor e Pilar (Isabella Ferreira), que é uma espécie de outsider por si mesma … e também estou animado em contar uma história em que os pais podem ter que embarcar em uma jornada, onde eles podem ter que desafiar a si mesmos e suas crenças para aceitar seu filho.
Obviamente, sabemos que a religião tem um papel muito importante nessa família. Isso fará parte da jornada de Victor e de seus pais no futuro?
Sim… Existem muitos caminhos para explorar na segunda temporada. Estabelecemos muitos relacionamentos que serão afetados por uma revelação. O que Victor e Mia (Rachel Naomi Hilson) têm, por exemplo, é realmente uma grande amizade, mas o que acontece quando ela percebe que estava em um relacionamento completamente diferente com Victor? E aqui temos um jovem estudante-atleta que de repente sai do armário, e como isso se espalha pelo mundo tradicionalmente masculino do atletismo no ensino médio? Eu sinto que há muitos lugares para a nossa história ir na segunda temporada, e é realmente divertido começar a pensar e escrever a história de alguém que finalmente está começando a viver sua vida autêntica.
Love, Victor é uma série original do Hulu – que ainda não está disponível no Brasil.
