Crítica | Titãs: Entre erros e acertos, série se mostra promissora

Antes mesmo de sua estreia, Titãs já era vista como promissora. O primeiro projeto do DC Universe, selo que irá trazer séries live-action e animadas dos personagens da DC Comics, já estava com a segunda temporada garantida antes mesmo da estreia americana em 2018. A série desenvolvida por Geoff Johns, Akiva Goldsman e Greg Berlanti mistura o colorido dos quadrinhos dos anos 80 com o realismo e violência desde a reinvenção do conceito de herói DC que Christopher Nolan idealizou a partir de Batman Begins. Depois das primeiras reações estadunidenses, é a vez dos brasileiros acompanhar a 1ª temporada da série disponível desde o dia 11 na Netflix.

A série

Ainda sem confirmação concreta, Titãs está ambientada no mesmo universo DC do cinema. A série acompanha Dick Grayson/Robin (Brenton Thwaites) abandonando Gotham City para trabalhar como detetive em Detroit. Algo muito tenso aconteceu entre ele e seu mentor Bruce Wayne/Batman. Isso se torna evidente quando Menino Prodígio manda o Homem-Morcego para “aquele lugar” enquanto espanca alguns capangas, que esperavam a visita do Cavaleiro das Trevas.

Enquanto investiga um caso que parecia corriqueiro, o caminho de Dick se cruza com Ravena (Teagan Croft), jovem atormentada por uma misteriosa força. Enquanto procura entender e ajudar Ravena, mais desafios surgem quando Estelar (Anna Diop) e Mutano (Ryan Potter) se juntam a dupla.

Exageros

Titãs busca fugir de tudo que já feito pela DC, inclusive, nas séries da CW que entregam um tom mais leve e cômico. Contudo, a série cai na armadilha da violência gratuita e nos exageros que torna Dick Grayson, moldado para ser algo melhor que Batman, alguém tão violento e transtornado quanto o seu tutor. Robin passar por problemas é compreensível. Mas torna-lo alguém descontrolado foge dos padrões que foram importantes para a criação do personagem. Percebendo o erro, a série tenta consertar fazendo de Dick uma figura paternal para Ravena e Mutano, os mais jovens do grupo.

Figurino

Um dos aspectos positivos da série é o figurino. O uniforme do Robin é o mais bonito e que mais se aproxima dos quadrinhos ao lado do traje de Ben Affleck em Batman vs Superman. Estelar, antes criticada pela reformulação, está maravilhosa em cena. O tom de cores é preciso e seu uniforme que vai se alterando ao longos dos episódios homenageia cada fase da personagem. Mutano e Ravena tiveram as mudanças menos sentidas, mas pontuais.

Batman 

Já era esperado que Batman seria uma figura bastante presente durante Titãs. O nome de Bruce Wayne é sempre citado. E a a figura mais importante de Gotham chega a aparecer sempre nas sombras e a câmera por trás sob seu ombro. O que incomoda não é o personagem aparecer ou não, mas as decisões ao longo da narrativa.

Wayne sempre foi um ótimo tutor. Rígido, mas considerado um pai para Dick e os outros Robins. Em Titãs, o personagem é tratado como alguém impossível de se relacionar e com decisões precipitadas. Em um episódio, ele manda Jason Todd ( o segundo Robin) para enviar uma mensagem a Dick. Vejamos, ele pediu para um menor de idade viajar para uma outra cidade trajado de Robin e realizar um serviço que seria de sua responsabilidade. Agora ficou claro porque Dick abandonou Gotham. Bruce Wayne é irresponsável e um péssimo tutor.

Pra piorar, um episódio é destinado todo a figura do Batman com o vigilante jamais aparecendo por completo. Se o Batman não está permitido na série, que não o use.

Grupo

Apesar de muitos deslizes, Titãs funciona no motor principal. O grupo em ação possui ótima sintonia com cenas bem executadas. Além da formação clássica, a série permite a aparição de outros importantes personagens do cânone como Rapina e Columba, Moça-Maravilha (uma das melhores personagens da série) e a Patrulha do Destino, que por sinal, fazem parte do melhor episódio de Titãs. Uma notória introdução dos personagens, que ganharão sua própria neste ano.

O que achamos?

Apesar do último episódio deveras desastroso, Titãs deixa um sinal de que algo promissor está por vir. Uma série que busca  aproveitar o potencial de seus personagens, destaque para Moça-Maravilha e Patrulha do Destino. Ao final, a série refresca o conceito de heróis em uma nova e arriscada abordagem (passando um pouco do ponto). Porém, Titãs se mostra um bom início para a nova fase da DC no serviço de streaming.

 

3

Bom

Apesar do último episódio deveras desastroso, Titãs deixa um sinal de que algo promissor está por vir. Uma série que busca  aproveitar o potencial de seus personagens, destaque para Moça-Maravilha e Patrulha do Destino. Ao final, a série refresca o conceito de heróis em uma nova e arriscada abordagem (passando um pouco do ponto). Porém, Titãs se mostra um bom início para a nova fase da DC no serviço de streaming.