Crítica | The Umbrella Academy – 1ª Temporada mostra heróis incomuns

Netflix sofreu um baque após o cancelamento das séries da Marvel que estão migrando para o Disney +, o serviço de streaming da Disney. Contudo, a empresa buscou outras HQ’s do mercado para criar suas adaptações. The Umbrella Academy é a primeira grande aposta do serviço. A série adapta a HQ da Dark Horse Comics desenvolvida por Gerard Way (ex-líder da banda My Chemical Romance) e do artista brasileiro Gabriel Bá (Dois Irmãos). O quadrinho agradou por apresentar heróis problemáticos e que não queriam estar ali. Desde crianças são forçados a serem algo que muitos ainda não estavam preparados.

A Série

Na trama, quando inexplicavelmente 43 mulheres dão à luz no mesmo dia sem estarem grávidas, o bilionário Sir Reginald Hargreeves (Colm Feore) adota sete dessas crianças com intuito de torna-las uma família de heróis, algo meio X-Men. O experimento não funciona e cada criança seguiu seu rumo. Eles se reencontram 17 anos depois quando o pai adotivo morre sob circunstâncias misteriosas.

The Umbrella Academy cai na velha armadilha da Netflix que segue conservadora em manter entre 10 e 13 episódios em suas séries originais. A 1ª temporada foram 10 episódios. Alguns episódios foram longos e outros curtos como os dois últimos. Uma temporada com oito capítulos seria o mais adequado.

A série foge dos clichês dos super-heróis. Nada de grandes poderes vem grandes responsabilidades. Na trama, os poderes ou a ausência deles são traumáticos. Vanya (Ellen Page) se sente um patinho feio por não possuir habilidades como os irmãos. Luther (Tom Hopper) foi o único que buscou abraçar o heroísmo, mas o resultado foi doloroso e o levou ao isolamento na Lua. Já Klaus (Robert Sheehan) abusa das drogas para não se comunicar com os mortos.

Trilha sonora

A trilha sonora é quase um personagem a parte. Canções do Queen, The Doors e uma linda versão de Never Tear Us Apart, do INXS, traduz o caos e diversão da série. E o essencial, o sentimento dos personagens. A sequência musical do primeiro episódio é um lindo momento de escapismo dos irmãos onde cada um se conecta ao seu jeito.

Aidan Gallagher

Do elenco principal, o jovem Aidan Gallagher se destaca como Número 5. O ator de 15 anos captou a maturidade necessária para o personagem, já que o Número 5 viaja pelo espaço e tempo e, conseguiu manter a aparência infantil. Vanya, por exemplo, tem o dobro de sua idade, mas parece mais nova tamanha a autoridade que ele consegue exercer perante seus irmãos em cena.

O que achamos?

Com The Umbrella Academy, Netflix mostra que há ótimos quadrinhos para adaptar que não seja Marvel ou DC. Quem acompanhou a obra original, irá se deliciar com esta série que captou de forma eficiente as cores, o visual e a narrativa envolvente. Em tempos que heróis ganham roupagens realistas e sombrias, Netflix vai contra a maré e entrega uma série divertida, sem medo de ser extravagante e que traça sua própria identidade.

4

Ótimo

Em tempos que heróis ganham roupagens realistas e sombrias, Netflix vai contra a maré e entrega uma série divertida, sem medo de ser extravagante e que traça sua própria identidade.