Antes de começar este texto, só quero deixar bem claro que não tenho nada contra o Adam Sandler e o seu tipo de humor. Confesso que algumas de suas produções curti bastante na minha adolescência, uma fase que a zoação prepondera exageradamente, e suas piadas evidenciam isso. O Paizão, Um Maluco no Golfe, Como Se Fosse a Primeira Vez e Click são alguns destes filmes bacanas de assistir. Mas, de uns anos pra cá, as comédias de Adam Sandler estão cansando.
É fácil resumir um filme de sua autoria: piadas machistas, mulheres sendo apresentadas como objetos sexuais e diálogos grosseiros e pejorativos.
Em The Ridiculous 6, acompanhamos mais uma vez um teste de paciência com todas as grosserias encabeçadas por Sandler e cia. Na trama, o ator vive Faca Branca, um nativo-americano que descobre que seu pai é um lendário bandido e, foi capturado por um grupo de bandidos. Sabendo que seu pai está escondendo um tesouro, Faca Branca reúne um grupo de meio-irmãos formado por Chico (Terry Crews), Herm (Jorge Garcia), Lil’ Pete (Taylor Lautner), Ramon (Rob Schneider) e Danny (Luke Wilson) para iniciar uma busca.
No mais, os 119 minutos de filme se tornam uma verdadeira tortura depois de tantas cenas que deveriam ser cômicas, na verdade representarem uma afronta para os nativos-americanos. Sandler definitivamente não sabe diferenciar sátira do desrespeito.
Uma pena ver atores divertidos como Terry Crews e Steve Buscemi envolvidos nesta produção. Nem o carisma notório dos dois atores é capaz de trazer algo de cômico. Os dois se envolvem em piadas sexuais de péssimo gosto.
Ao final, The Ridiculous 6 não tem uma definição. Ora tentou se apresentar como sátira, não é. Ora tentou se apresentar como um faroeste, não é. Ora tentou se apresentar como road movie, também não é. A única certeza é que se trata da pior produção da Netflix desde sua criação. E olha que esta é somente a primeira produção do acordo firmado entre a produtora de Sandler e o serviço de streaming. Resta torcer para que algo de bom saia nessa parceria.