Crítica | Siren deixa de lado o clichê da sereia boazinha

As sereias são criaturas mitológicas que personificam o mar e os perigos que ele representa. A maioria dos povos que vivem perto dos oceanos possuem suas próprias lendas e histórias envolvendo essas criaturas, quase sempre descrita como metade mulher, metade peixe e com um belo canto que é capaz de arrastar os homens até a água onde acabam morrendo afogados.

Desde os primórdios do cinema, as sereias se tornaram personagens filmes de fantasia e na maioria deles foram retratadas como belas criaturas que podem se tornar amigas dos seres humanos. Entre os mais conhecidos estão a animação da Disney A Pequena Sereia de 1989 (uma adaptação bem leve do conto de fadas de Hans Christian Andersen), a comédia romântica Splash – Uma Sereia Em Minha Vida de 1984 e os queridinhos das adolescentes dos anos 2000 Aquamarine e H2O: Meninas sereias. Um dos filmes que mudou essa visão das sereias foi Harry Potter e o Cálice de Fogo de 2005, no qual as criaturas que vivem no lago de Hogwarts, chamas sereianos, são bastante agressivas e com vozes que parecem ruídos desagradáveis aos ouvidos humanos.

Em 2018 o canal Freeform lançou Siren, uma série que mistura tudo que conhecemos sobre sereias!

A série

Siren se passa na cidade costeira de Bristol Cove conhecida por ter sido o lar de sereias. A cidade recebe a visita de uma garota misteriosa chamada Ryn (Eline Powell), que pode provar que as lendas são mais reais do que eles pensam. Ryn acaba virando a pacata cidade de cabeça para baixo enquanto procura por sua irmã Donna (Sibongile Mlambo) que foi capturada. Os biólogos marinhos Ben (Alex Roe) e Maddie (Fola Evans-Akingbola) acabam se envolvendo na história e passam a ajudar Ryn em sua missão. A cidade também é lar do pescador Xander (Ian Verdun), que luta para descobrir a verdade sobre as coisas estranhas que estão ocorrendo no mar e da excêntrica Helen (Rena Owen), a dona de uma loja que entende tudo sobre sereias.

A série foi criada por Eric Wald (Voando Alto) e Dean White (The 100), que também foram os produtores, Wald foi o roteirista da primeira temporada. O programa é comandado por Emily Whitesell (Finding Carter) e a trilha sonora foi feita por Michael A. Levine (Arquivo Morto).

Roteiro

Siren transformou as lindas criaturas míticas que conhecemos em algo muito mais perigoso do que estamos costumados a ver e isso foi uma ótima decisão. Com sustos reais, tensão, violência, segredos e conspirações, Siren é ideal para o público jovem adulto. Não é uma série enjoativa, a história se desenrola sem delongas e passamos por várias reviravoltas durante a temporada.

Elenco

Eline Powell (Noviciado) é simplesmente fantástica como Ryn. Ela consegue ser vulnerável, estranha, bela, curiosa ou até mesmo assustadora apenas com suas expressões, já que no inicio da série Ryn praticamente não tem falas. Apesar de ser uma caçadora implacável quando está na água, Ryn tem um senso de lealdade e uma curiosidade em relação aos humanos que a torna uma personagem muito carismática, é difícil não gostar dela, mesmo quando ela está dilacerando algo com as próprias mãos.

Outro destaque é Rena Owen (O Último Caçador de Bruxas) como Helen, a excêntrica dona de uma loja de souvenir inspirados em sereias. No inicio ela aparenta ser apenas o clichê da louca da cidade, mas com o tempo vai provando ser mais valiosa do que imaginávamos.

A dupla Alex Roe (A 5ª Onda ) como Ben e Fola Evans-Akingbola (Game of Thrones) como Maddie tem uma ótima química com Ryn e protagonizam alguns dos momentos mais empáticos da série.

O que achamos?

Mostrar as sereias de forma mais próxima às da mitologia grega é algo que foge do clichê da sereia boazinha que se apaixona por humanos que está no imaginário popular e que não vemos com frequência nas telas – com isso Siren conseguiu atrair não só os fãs de fantasia, mas também os fãs de suspense e até mesmo de terror – e, é claro, o público adolescente, já que não falta romance também.

Outro ponto bastante positivo da série são as transformações das versões humanas de volta para a forma de sereia, quando mostradas de forma completa podemos perceber o quão dolorosa podem ser, fazendo com que tenhamos empatia por essas criaturas, por mais terríveis que elas possam ser, além de ser um belo efeito visual.

Como já citado anteriormente, a atuação de Eline Powell funciona quase como a canção de uma sereia, nos atraindo para sua personagem. Ryn vai crescendo e se desenvolvendo como personagem de forma gratificante.

https://www.youtube.com/watch?v=nX5XZ3brFZo

O canal Freeform renovou Siren para uma segunda temporada.
No Brasil a primeira temporada estreia no dia 12 de junho, às 23h no Canal Sony.

  • Ótima
4

Resumo

Ao mostrar versão diferente do que estamos acostumados a ver, Siren conseguiu atrair não só os fãs de fantasia, mas também os fãs de suspense, de romance e até mesmo de terror. Apesar de não ser o clichê da sereia boazinha, a protagonista Ryn, consegue ser extremamente carismática e mesmo quase sem falas encanta os espectadores.