Crítica | Perdidos no Espaço: Versão da Netflix transforma a série em thriller espacial

A década de 60 foi um marco para o gênero ficção científica na TV. Quase que em sequência surgiram as séries Star Trek, Doctor Who e Perdidos no Espaço. A última tentou retornar como franquia no cinema em 1998, que apesar de ser um divertido filme, não seguiu adiante. Depois de apresentar com êxito Star Trek Discovery, a Netflix revive as aventuras da Família Robinson com a nova série de Perdidos de Espaço.

Desenvolvido por Matt Sazama e Burk Sharpless, a primeira temporada com 10 episódios honra o material original criado por Irwin Allen com uma versão verosímil e realista. Se você não conhece absolutamente nada sobre a primeira versão, não fique com receio. Este novo formato é uma nova história, introduz com eficiência os personagens e serve de impulso para procurar os episódios da série de 1965. 

A série

Na versão original o Professor John Robinson, sua esposa Maureen, e os filhos Judy, Penny e Will, além do Major Don West,  são selecionados para viajar no espaço com intuito de estabelecer colônias como forma de evitar a superpopulação do planeta Terra. Contudo, a missão é sabotada pelo vilão doutor Zachary Smith. Os planos vão por água abaixo e a família se encontra sozinha e lutam para encontrar um meio de retornar para casa.

A adaptação da Netflix muda alguns pontos, ms introduz novamente a colonização no espaço com a família Robinson testada e selecionada para uma vida nova em um mundo melhor. Um acidente os retiram da rota para sua nova estadia precisando trabalhar juntos para sobreviverem em um ambiente hostil e já habitados por outros colonos, alguns não confiáveis como a Doutora Smith.

Doutora Smith

Muito se questionou sobre a mudança de gênero do vilão Doutor Smith, vivido por Jonathan Harris na TV e por Gary Oldman no cinema. Parker Posey vive a versão feminina do antagonista com excelência. Smith é o exemplo de vilão que amamos odiar e Posey apresenta carisma e elegância no papel da personagem, que se aproveita de algo que ela sabe não ter: solidariedade. Em um futuro não muito distante a sociedade precisa conviver em harmonia com as colonizações no espaço. Porém, para Don West (Ignacio Serricchio) e a Doutora Smith é cada um por si. West é mais malandro do que vilão, tanto que é manipulado facilmente por Smith, sua grande habilidade durante toda a série. Smith pode ser definida como uma grande observadora. Ela analisa o ponto fraco de cada um e usa contra.

O que achamos?

Enquanto no original a família Robinson era sinônimo de união e cumplicidade, esta versão mostra uma família que usa a viagem para esconder os problemas de relacionamento. John Robinson (Toby Stephens) não é melhor exemplo de pai e está quase separado de Maureen Robinson (Molly Parker), que acredita que a viagem será um caminho para uma nova fase com os filhos Judy (Taylor Russell), Penny (Mina Sundwall) e Will (Max Jenkins). Os episódios trabalham com eficiência os problemas familiares de cada um. A insegurança é o ponto mais trabalhado nesta temporada. A insegurança em enfrentar o inesperado. A insegurança em dialogar quando se é necessário. E a insegurança em tomar decisões. Will é o personagem com o melhor arco, mas nos episódios finais ficam o destaque para o crescimento da relação entre Penny e Judy. Ainda há espaço para John e Maureen colocar panos quentes sobre a situação complexa entre ambos.

Por fim, Perdidos no Espaço é um intrigante thriller espacial. A nova adaptação apresenta um espaço assustador que, assim como no original, tem como principal ameaça a própria humanidade. O potencial deixado é iminente para que novas aventuras possam acontecer.

4

Ótimo

Perdidos no Espaço é um intrigante thriller espacial. A nova adaptação apresenta um espaço assustador que, assim como no original, tem como principal ameaça a própria humanidade.