Crítica | La Casa de Papel foi um dos maiores acertos da Netflix!

A Netflix sabe mesmo como surpreender seus espectadores. Sem muita divulgação, disponibilizou em seu catálogo uma série com nome em espanhol e sem rostos conhecidos no elenco. O que ela não esperava, porém, é que La Casa de Papel fosse se tornar uma das melhores do ano. Lançado ainda em 2017, o seriado prende a atenção do público desde o primeiro capítulo. Recheada de cenas de ação, suspense e um plano extremamente bem pensado, a série é uma das produções de maior qualidade do serviço de Streaming.

Divulgação/Netflix

A Série

La Casa de Papel foi lançada primeiramente na Espanha, como uma minissérie. Originalmente com 15 episódios, teve seus capítulos reorganizados pela Netflix. Os 9 primeiros episódios foram então, transformados nos 13 que compõe a primeira temporada.

A história desenvolve o plano minuciosamente pensado de um único homem. Atendendo pelo nome de Professor (Álvaro Morte), ele recruta 8 criminosos para assaltar a Casa da Moeda da Espanha. Cada um recebe o nome de uma cidade, mas não demora para seus verdadeiros nomes serem revelados. O que parecia aleatório, começa a se encaixar a medida que a narrativa avança. A história de cada um dos assaltantes é contada e logo nos identificamos com cada um deles. Tokio (Úrsula Corberó) é a narradora e seu ponto de vista corrobora para a qualidade final da produção.

Assaltar a Casa da Moeda da Espanha está longe de ser algo trivial. Quando a personalidade de cada ladrão se junta a tensão do roubo, nem mesmo o Professor consegue prever os acontecimentos. Paralelamente, conhecemos a inspetora encarregada pelo assalto, Raquel (Itziar Ituño). Passando pela pior fase de sua vida, o que ela menos precisava é ter toda a mídia voltada para si. Por fim, alguns dos reféns ganham destaque na trama. Algumas histórias individuais nos levam a pensar sobre quem são os verdadeiros vilões em La Casa de Papel.

Divulgação/Netflix

O Elenco

Río (Miguel Herrán) é o mais novo dos ladrões, e o responsável pelas tecnologias. Denver (Jaime Lorente) é recrutado com seu pai, Moscou (Paco Tous). Juntos, eles tentam ter a vida de paz que sempre sonharam. Nairobi (Alba Flores), ao lado de Tokio, compõe o time feminino do grupo. Ela precisa do dinheiro para dar uma vida digna ao filho e está disposta a enfrentar tudo e todos. Berlim (Pedro Alonso) é o lado explosivo dos 8. Ele não tem mais nada a perder, além de não ter nenhum escrúpulo. Oslo (Roberto García) e Helsinque (Darko Peric) fecham o grupo. Quietos e reservados, usam a força para expressar suas opiniões. Esther Acebo, que interpreta Mónica Gaztambide, é quem merece destaque dentre os reféns. Assim como o drama pessoal de Raquel, são histórias paralelas que desviam o foco da trama central e ajudam a não tornar a série cansativa.

Mesmo com a participação de todo o elenco, há aqueles que merecem destaque. Com o peso de ser, praticamente, o protagonista, Álvaro Morte soube assumir a responsabilidade. O cinismo misturado com o nervosismo e uma boa dose de inteligência são visíveis nas expressões do ator. Pedro Alonso está fenomenal. Berlim é uma figura facilmente odiável, e Alonso o desenvolve com tamanha naturalidade. Não é fácil interpretar o “vilão” e ele o faz brilhantemente. Finalmente, Úrsula e Jaime merecem destaque pelos mesmos motivos. Com atuações maravilhosas, podem não atrair a atenção durante todo o tempo, mas quando revelam a real personalidade de seus personagens, não conseguem mais sumir de cena.

Todos tem seus minutos de fama. Para construir a trama, o criador Álex Pina precisou contar a história de cada um. O passado dos assaltantes é essencial para compreendermos suas motivações em La Casa de Papel.

Divulgação/Netflix

O Que Achamos?

La Casa de Papel é simplesmente sensacional, um seriado com todos os elementos necessários para torná-lo incrível. Quando parece que tudo vai por água abaixo, o Professor se mostra cada vez mais inteligente. É impressionante como tudo se encaixa. O clima de tensão tangencia a trama do início ao fim e nos pegamos torcendo pelos assaltantes. A maneira como cada personagem é desenvolvido é a chave da série. Individualmente, suas histórias moldam o ambiente do roubo e o dinheiro parece a última coisa com que se preocupam. O crime, que dura apenas alguns dias, parece um verdadeiro roteiro de novela. Há espaço para a ação, para o suspense, para o romance e até mesmo para a música.

Os detalhes da fotografia são interessantes. As cores mais escuras da Casa da Moeda destacam o vermelho da roupa dos bandidos, e se repararmos, tal cor está sempre presente nas principais cenas. Além disso, a maneira como a câmera busca centralizar nos personagens reforça a importância de cada um. Este é um seriado sobre pessoas, não sobre um roubo, e o criador Álex Pina usou todos os recursos possíveis para mostrar isso ao espectador.

La Casa de Papel é o tipo de série que não dá para ver em uma semana. Uma vez começada, é praticamente impossível parar e em menos de um dia devora-se seus 13 episódios. E receio dizer que não será na primeira temporada que descobriremos o destino do Professor. Já lançada na Espanha, a segunda leva de episódios chega em abril na Netflix.

Divulgação/Netflix
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