Dividida em duas partes neste ano, a terceira temporada de Fuller House, o derivado de Full House, encerra o ano como uma das melhores séries de comédia da Netflix. Apesar da primeira parte inconsistente, a segunda parte que estreou no dia 22 (sexta) aproveita com eficácia o melhor do elenco com episódios divertidos, leves e com as lições que sempre fizeram parte da série original.
Full House ensinou que apesar dos percalços da vida, tudo será superado quando a família sempre estará por perto. Isso pode soar deveras clichê diante de uma sociedade cada vez mais distante e individualista. Para alguns, Fuller House vai soar ultrapassado por apresentar um humor típico da década de 80 e exaltar a família. Mas é exatamente isso que falta para esta geração. Piadas que não precisam ofender ninguém e o respeito as diferenças. Todos enfrentam adversidades. Desde um amor não correspondido, problemas financeiros ou decepções. Tanto a série original como a continuação mostram que tudo pode ser revertido quando ao seu lado tem alguém para estender a mão. Às vezes, uma simples conversa ou um abraço é o melhor remédio.
Lado B da terceira temporada começa em alto estilo com os Tanner/Fuller no Japão para o casamento de Steve e CJ. Ainda com sentimentos fortes por Steve, seu grande amor, DJ tenta seguir em frente. E claro, não dá muito certo. A abertura do primeiro episódio da parte B conta com o tema cantado em japonês (que ficou muito legal!) e a participação da boy band japonesa Sexy Zone. Interessante é que o público ocidental acreditava ser uma banda fictícia, quando começaram a sair notícias do Japão sobre a presença da banda na série.
O elenco atual é o grande destaque. O jovem Elias Harger no papel Max Fuller é repleto de carisma e sempre afiado no humor em um roteiro que soube aproveitar seu potencial. Michael Campion surpreende por não ser somente o irmão mais velho bobalhão como nas temporadas anteriores. Jackson Fuller tem um dilema interessante e bem executado. Contudo, mais uma vez, a diversão é garantida com Juan Pablo Di Pace no papel de Fernando Guerrero. O carisma natural do ator é evidente e sua interação com Andrea Barber (Kimmy Gibbler) e Soni Nicole Bringas (Ramona) são sempre divertidas.
No ano que se comemora o 30º aniversário da série original, dois episódios são reservados para John Stamos (Jesse Katsopolis), Bob Saget (Danny Tanner), Dave Coulier (Joey Gladstone) e Lori Loughlin (Becky Katsopolis), os últimos da temporada. A homenagem é justa, embora ainda exista o problema da não aparição de Michelle Tanner.
Ao final, o Lado B da terceira temporada de Fuller House é um belo presente de Natal para os nostálgicos e novos fãs desta família que pode parecer insólita, mas que todo ano nos reserva um ótimo entretenimento.
Ótimo
Para alguns, Fuller House vai soar ultrapassado por apresentar um humor típico da década de 80 e exaltar a família. Mas é exatamente isso que falta para esta geração. Piadas que não precisam ofender ninguém e o respeito as diferenças.