Crítica | Everything Sucks! é divertida e cheia de referências aos anos 90

Há menos de cinco dias, a Netflix resolveu disponibilizar sua mais nova produção. Everything Sucks! é a nova série de comédia do serviço de streaming. Ambientada nos anos 90, a história transborda de tantas referências. Desde Alanis Morissette a Oasis, passando por Deep Blue Something, cada episódio é uma menção diferente. Diferente do que estamos acostumados, em Everything Sucks! a nostalgia não faz parte da trama, ela é a trama. Com um roteiro raso, a série se baseia na interação entre o elenco e nas referências para se desenvolver. E dá certo. Quando se busca uma produção divertida, curta e sem muita complexidade, a série é uma ótima pedida.

Reprodução/Netflix

A Série

Primeiramente a trama gira entorno de Luke O’Neil (Jahi Di’Allo Winston), que acabou de ingressar no Ensino Médio. Enfrentando os desafios típicos da idade, ele só quer pertencer a um grupo. Ao lado de seus dois melhores amigos, McQuaid (Rio Mangini) e Tyler (Quinn Liebling), ele encontra refúgio no Clube de Vídeo da escola. Lá conhece Kate (Peyton Kennedy), e não demora para se apaixonar pela garota. A menina por sua vez, está vivendo seus próprios conflitos internos. No segundo ano do colegial, ela está começando a entender suas preferências quando se trata de meninos e meninas. Por ser a filha do diretor da escola, Ken Messner (Patch Darragh), Kate carrega um peso extra nas costas. Quando Luke a chama para sair, o medo de ser julgada a faz agir contra suas vontades e aceitar. O que tinha tudo para dar errado, marca o início de uma bela amizade.

Como toda escola, há aqueles que são tratados como reis e rainhas. Em Everything Sucks!, esses cargos pertencem a Emaline (Sydney Sweeney) e Oliver (Elijah Stevenson). Membros do Clube de Teatro, eles não perdem a oportunidade de fazer uma cena em frente a todos. Quando o Clube de Vídeo começa a ganhar destaque no colégio, o casal passa a infernizar a vida de Luke e seus amigos. O lado destemido e espontâneo de Emaline despertam em Kate uma sensação desconhecida. Lembrando que a trama se passa nos anos 90, algumas opiniões ainda eram bastante arcaicas.

O confronto entre os dois clubes é o que faz a trama se desenvolver. Quando os jovens finalmente param de brigar e encontram uma maneira de se unir, a história começa a tomar forma. E o resultado é Everything Sucks!.

Reprodução/Netflix

O Que Achamos?

Demora para Everything Sucks! mostrar realmente a que veio. O que começa como uma versão menos sombria de Stranger Things – a semelhança física entre Kate e Dustin assusta, inclusive -, logo se revela mais uma das clássicas versões de um high school americano.

Não há como negar o talento dos dois personagens principais. Jahi dá um show como Luke, responsável por quase todos os acontecimentos na série. Peyton, diferente do amigo, não é explosiva ou extrovertida. Com seu jeito tímido, ela logo toma conta da série e me peguei ansiosa para a chegada de suas cenas. Entretanto, é quando os outros personagens entram em cena que tudo toma forma. Todos passam a ter uma atenção especial, com momentos individuais emblemáticos. McQuaid e Emaline protagonizam momentos hilários, e o menino que vivia escondido nas sombras de Luke, se mostra um excelente ator. Tyler é hilário! Com seu jeito inocente e levemente bobo de ser, ele arranca os sorrisos de todos mesmo nos piores momentos. E até mesmo o casal de adultos consegue encontrar seu pequeno espaço em meio a tanto drama adolescente.

A primeira temporada de Everything Sucks! passa rápido demais, mas mostra um futuro promissor. Após assistir os dez episódios, temos a sensação de vimos o projeto piloto e que a verdadeira produção está por vir. Uma vez que a primeira parte já foi boa, mal podemos esperar para a próxima.

Divulgação/Netflix
  • Muito Bom
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