Conheça Treze Dias Longe do Sol, a nova minissérie da Rede Globo

Globo/Ramón Vasconcelos

O ano de 2018 começou muito bem na Rede Globo. Além do lançamento da nova novela as 7, Deus Salve o Rei, a emissora chega com mais uma minissérie pra lá de curiosa. Trazendo a história por trás do desabamento de um prédio, Treze Dias Longe do Sol estreou na última segunda-feira (08). O desabamento em questão é apenas o ponto de partida para uma série de desdobramentos envolvendo quem está sob e acima dos escombros. Estrelado por nomes como Selton Mello, Carolina Dieckman, Débora Bloch, Enrique Diaz, Paulo Vilhena, Lima Duarte, entre outros.

Tivemos a oportunidade de entrevistar Luciano Moura e Elena Soarez, coautores de Treze Dias Longe do Sol. Fizemos treze perguntas sobre a minissérie e as respostas apenas aumentaram nossa vontade de conferir a obra! Moura é, ainda, diretor artístico da produção. Confira:

1- A premissa da minissérie traz os personagens em situações extremas de desespero, testados até o limite de sua normalidade. Alguma ocasião ou episódio ocorrido no passado os inspirou para a elaboração trama?

Uma série de acontecimentos desse tipo nos inspirou. Desabamentos, situações de confinamento…O Palace II no Rio, São Mateus em São Paulo, o buraco do metrô também em SP, por exemplo. Mas o que nos interessou foi trabalhar com os personagens em situações-limite.

Globo/Ramón Vasconcelos

2- A escolha de 13 como o número de dias foi aleatória ou seria pela eterna relação entre o mesmo e algo ruim (sexta-feira treze)?

Não. A série não é de terror. Buscamos um número plausível de dias de confinamento que justificasse a dúvida sobre a possibilidade de sobrevivência dos soterrados.

3- Construir o cenário de dois mundos paralelos, um cinco andares abaixo do outro, não deve ter sido fácil. O maior desafio foi fazer tudo caber em um estúdio, a complexidade da estrutura em si ou construir algo que transpareça a ideia de realidade (ou um pouco dos três)?

O maior desafio foi tornar os cenários críveis. Esse é o Norte de todo o esforço. Construir parte do cenário em estúdio foi uma necessidade. Intervir em uma locação para chegar aos andares desabados seria mais trabalhoso do que construir do zero e não obteríamos o mesmo resultado.

4- Toda produção procura ensinar alguma coisa a seu telespectador. Qual vocês acham que será a maior lição que Treze Dias Longe do Sol passará ao público?

Contamos uma experiência humana. Pessoas erram e acertam. Mas os atos têm consequências. E os personagens pagam pelos seus atos. Mas também aprendem.

Globo/Ramón Vasconcelos

5- Em relação ao elenco, vocês buscaram selecionar atores que já trabalharam em produções semelhantes – confinamento, desespero – ou classificaram os mesmos pelo talento já conhecido por todos nós?

O que norteia a escolha dos atores é o talento e a adequação ao papel. Claro que quando se pode contar com um ator como o Selton Mello é um ganho enorme. Ele traz o peso necessário ao protagonista. Credibilidade é igualmente importante. Como tínhamos o grupo de operários soterrados, o produtor de elenco, Chico Acioli, ajudou a buscar atores de teatro pelo Brasil, alguns desconhecidos do grande público. Criamos assim um conjunto de peso e autêntico.

6- Qual a principal diferença em montar uma série para a TV Brasileira e elaborar o roteiro de um filme? Quais os desafios em comum e as discrepâncias?

No filme, o esforço para se erguer um universo tem uma única paga. Já nas séries, o esforço se desdobra nos vários episódios e as vezes várias temporadas. No entanto, tradicionalmente se esperava maior profundidade dos filmes se comparados aos produtos destinados a TV. Mas isso parece estar mudando porque as séries têm se tornado mais complexas, com personagens mais elaborados.

7- Podemos esperar uma continuação de Treze Dias Longe do Sol ou toda a narrativa será apresentada e concluída nos 10 episódios divulgados?

É uma minissérie. A história de Treze Dias se encerra nela mesma. Tudo é construído em torno de um evento que terá necessariamente um desfecho.

Globo/João Cotta

8- As cenas gravadas no subsolo serão desenvolvidas como se fossem em um reality show, onde pessoas tem sua vida exposta nas câmeras, enquanto resolvem os problemas entre si?

Não. Nos realities, as pessoas expostas e o público tem consciência da presença da câmera. No nosso caso, é ficção. A câmera trabalha para contar visualmente a história. Não está ali para registrar comportamentos espontâneos. Tudo é construído a partir de uma intenção narrativa.

9- Uma vez que o elenco é composto de atores bastante consagrados, podemos esperar que seja usado o recurso dos dublês ou que os próprios passem pelas situações de perigo?

Temos atores conhecidos e desconhecidos. O dublê é necessário quando o ator vai ser exposto a algum risco ou quando é preciso alguma habilidade que o ator não possui.

10- Como foi a preparação dos atores para viverem seus personagens? Passaram por algum psicólogo ou conversaram com pessoas que já se encontraram em situações semelhantes?

Não. Tudo se dá em torno do texto. A partir da história cada ator vai buscar seu personagem. Apenas em alguns casos, como o dos bombeiros, recorremos ao Corpo dos Bombeiros de São Paulo que dividiu com Fabricio Boliveira e Eucir de Souza sua expertise e vivências.

Globo/Ramón Vasconcelos

11- Todas as cenas foram gravadas em estúdio ou foram escolhidas locações específicas para as gravações?

Em estúdio rodamos todas as cenas dos soterrados. Mas os escombros do prédio desabado foram construídos em locação. As histórias paralelas, como a construtora e as casas dos personagens foram rodadas em locações.

12- Aproveitando a última pergunta, foram necessários muitos recursos tecnológicos para o desenvolvimento da narrativa?

Sim. Utilizamos 3D e composição de cenários sempre que foi necessário contar algo que não se consegue reproduzir, como por exemplo, a queda do prédio.

13- Internacionalmente, o universo de séries atrai cada vez mais telespectadores. Considerando o sucesso das últimas minisséries produzidas pela emissora, vocês acreditam que esse seja um tipo de produção que irá arrecadar cada vez mais fãs, visto que estamos acostumados principalmente com as novelas?

Não há dúvida de que no Brasil e no mundo cresce o interesse pelas séries. A série é uma narrativa diferente da novela, mais próxima do cinema. É um formato que veio para ficar.

Globo/João Cotta

Treze Dias Longe do Sol é uma minissérie da Globo em coprodução com a O2 Filmes. Mais informações podem ser conferidas aqui.