Na última quinta-feira (01), na sede da TV Globo em São Paulo, foi lançada a série Carcereiros, inspirada no livro do Dr. Drauzio Varella, retrata o dia a dia nos presídios brasileiros sob a ótica de um personagem até então não muito lembrado: o carcereiro.
A série é assinada por Fernando Bonassi, Marçal Aquino e Denisson Ramalho, escrita com Marcelo Staroubinas, livremente inspirada na obra de Drauzio Varella. Coprodução da Globo com a Gullane Filmes e a Spray Filmes com direção geral de José Eduardo Belmonte e direção de episódios de Belmonte e Fernando Grostein, estará no GloboPlay a partir do dia 8 de junho, na íntegra, só para assinantes.
“Estou muito feliz por trabalhar com esse pessoal todo. O projeto começou na minha vida com o Pedro Bial indo procurar o Drauzio para adaptar o livro. Drauzio me indicou por conta do documentário que fiz, “Na Quebrada”. É uma honra produzir dramaturgia para a Globo”, afirmou Fernando Grostein.
O seriado estrelado por Rodrigo Lombardi, como já foi dito, retrata o universo de agentes penitenciários no Brasil. Lombardi vive um profissional que é encarregado pela guarda dos presos e que vive as dificuldades do encarceramento: o dele e o dos presidiários. E a diferença de estreia entre a internet e a TV se dá por conta de um triste fato: a morte do ator Domingos Montagner.
Originalmente, Montagner era o ator escalado para viver o protagonista Adriano, mas devido à sua morte prematura, (no acidente em que se afogou nas águas do rio São Francisco, em setembro de 2016, na reta final de gravações de Velho Chico), a produção recorreu ao ator Rodrigo Lombardi, escalado às pressas.
“São acidentes da vida. Após a tragédia que aconteceu com o Domingos, o Rodrigo Lombardi foi escolhido de imediato, porque a produção ia começar em três semanas. Ele estava em Nova York, voltou correndo para participar, uma coisa louca. O material estava todo pronto para estrearmos em janeiro. Acontece que o Rodrigo está na novela [A Força do Querer], é uma norma da casa não ter o mesmo ator em dois produtos sequenciais”, explicou o roteirista Marçal Aquino.
Por isso, a série que estreia no serviço de streaming da Globo já no dia 8 de junho, só vai ao ar na TV em abril de 2018. “A forma de veiculação é uma decisão estratégica da emissora, não cabe à gente olhar isso. Trabalhamos com prazos e os cumprimos, tanto que estamos aqui vivos, continuamos empregados (risos). Mas, na verdade, a gente não interfere na questão da exibição, é completamente uma decisão da Globo”, complementou Bonassi.
E antes mesmo da estreia oficial, a série já vislumbra uma segunda temporada, a equipe de Carcereiros trabalha em novos episódios. “Nós nem temos o retorno da primeira temporada mas já estamos cuidando da segunda. Estamos na fase de definição de sinopse, é um material ainda incipiente. Então, é um cronograma um pouco diferente do usual”, adiantou Marçal Aquino.
Prêmio no MPITDrama
O seriado recebeu um prêmio no 2º MPITDrama Screenings. O evento, acontece em Cannes, na França e abriu a edição 2017 da Marché International des Programmes de Télévision (MPITV), uma das principais feiras do mercado de conteúdo do mundo.
A produção ganhou na categoria “Full Episode”, superando concorrentes do Reino Unido, da França, da Rússia e da Suécia. A série era a única latino-americana selecionada para a disputa.
Primeiras Impressões
Um dos diferenciais da série é a mescla de ficção com depoimentos reais (documentário), esse mix de formatos deixa a história mais fluída, sem falar no respiro que é sair do ambiente prisional. Conhecer pessoas reais que faziam (ou ainda fazem) esse trabalho dentro dos presídios gera uma identificação ainda maior com as personagens.
Aliás, a cenografia é muito bem feita. Você realmente se sente dentro da cadeia junto de Adriano (Lombardi) e à medida que a tensão vai subindo no episódio, sua tensão também pede por uma resolução pacífica do caso. Estar em meio a uma rebelião, durante uma guerra de facções criminosas é bem assustador, até mesmo para quem só está assistindo uma interpretação da realidade.
Rodrigo Lombardi está ótimo. Ele levará toda série como protagonista, com as coisas se desenvolvendo em paralelo ao seu arco central. Uma ótima oportunidade para aprofundar sua carreira, se desvencilhar do “mocinho” e ir muito além em carga dramática e interpretação. A história pode ser acompanhada de maneira linear (cronológica) ou não.
A sensação ao final do episódio é de que durou pouco. Dá vontade de ver muito mais. Ou seja, os 12 episódios serão devorados pelos assinantes GloboPlay a partir do dia 8 de junho.