Análise | Game of Thrones: Episódio 7×05 – Eastwatch

Um episódio diferente do que estamos acostumados nesta sétima temporada. Se os anteriores fizeram questão de nos deixar apreensivos em meio às guerras e cenas de tirar o fôlego, em Eastwatch, ficamos sem fôlego quando uma leitura foi feita por Gilly lá na Cidadela.

No mais, reencontros de aquecer o coração. Tyrion e Jaime, Jorah e Daenerys e também, o encontro cheio de referências entre Gendry e Jon Snow. Talvez, se você só assiste à série, tenha sido mais um daqueles episódios em que vemos as pessoas reclamarem da falta de ação, mas, desculpe dizer, para quem se aprofunda na história, foi um presentão.

Vamos começar?

Torrente do Água Negra

Divulgação / HBO – Game of Thrones

Para alívio dos que ainda estavam com dúvidas, Jaime Lannister (Nikolaj Coster Waldau) e Bronn (Jerome Flynn) estão a salvo da fúria de Drogon. E, vale dizer, não por conta da benevolência do mercenário, mas sim, pelo seu amor ao ouro. O que Jaime mais deseja é ir contar para Cersei (Lena Headey), sobre tudo que viu no primeiro confronto contra a Targaryen. Ele teme por suas vidas, mostrando que a semente que Olenna Tyrell (Diana Rigg) plantou em sua morte, ainda não floresceu completamente.

Tyrion Lannister (Peter Dinklage) observa com pesar o resultado da batalha, e parece bem preocupado, com um olhar de medo, provavelmente, temendo ver o irmão entre as cinzas.

Drogon surge, mais uma vez, majestoso, mostrando que será preciso muito mais para feri-lo mortalmente. Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) revela que deseja que muitos dobrem os joelhos. “Não vim para matar, mas sim destruir a roda de poder… dobrem os joelhos ou se recusem e morram”. Bela alternativa.

Os Tarlys – Randyll e Dickon – apresentam o mesmo problema nas juntas que Jon Snow e com discurso nacionalista do Tarly pai, permanecem firmes em sua decisão. Tyrion tenta convencer Dany a mandá-los para Muralha, teme que todas as Casas de Westeros sejam extintas em meio a essa guerra, mas não tem jeito, Daenerys mostra-se impiedosa e temos o primeiro Dracarys em personagens relevantes. Impressionante como Drogon já faz o serviço funerário completo, os Tarly viraram pó.

Porto Real

Jaime chega anunciando os terrores da batalha, dizendo que não há como eles vencerem essa guerra contra Dothrakis e dragões. Cersei diz que vai comprar os mercenários da Companhia Dourada. Ainda assim, o gêmeo acredita não haver chances. Cersei então, o dá um motivo para lutarem, ela está esperando um filho dele e como é rainha e não deve mais nada a ninguém, diz que vai contar que é dele mesmo e pronto. Ou seja, a semente plantada pelos Lannisters (o bebê) é ainda mais forte do que toda a dúvida de Jaime com relação à irmã.

(Reprodução/Realily Social)

Cersei lembra a Jaime que foi ele quem matou o Rei Louco. Jaime conta que Olenna matou Joffrey e mesmo com essa revelação, o ódio dela por Tyrion não parece diminuir. Com a liderança da leoa, eles escolhem lutar.

Tyrion volta a Porto Real e Bronn arma um encontro entre os irmãos. Que maravilhoso vê-los novamente juntos. Mesmo em meio a tantas mágoas, principalmente pelo anão ter matado o patriarca, há ainda amor entre os dois. O Mão da Rainha Targaryen diz que ela tem um pedido importante (ajoelhem-se … opa, ainda não).

Na expedição de Davos Seaworth (Liam Cunningham) na Baixadas das Pulgas, finalmente sabemos onde estava Gendry (Joe Dempsie) durante todo esse tempo. E a piada sobre ele estar remando? Parece que os produtores sabem do que tiramos sarro. Nem precisa de muito discurso para convencer o bastardo de Robert a se juntar a causa contra os Outros. E aquele martelo? Gente, o que foi Gendry segurando a arma que fez Robert Baratheon famoso nos 7 Reinos, referência feita com muito sucesso!

Antes de irem embora, aquela apreensão de que os homens da Companhia Dourada reconheceriam Tyrion e tudo daria errado, foi assim que fomos acostumados, a vermos tudo dar errado para os nossos favoritos, sorte a nossa que Gendry não só tem o martelo, mas sabe usá-lo.

Pedra do Dragão

Dany volta com Drogo e Jon Snow (Kit Harington) os recepciona tendo seu primeiro encontro de perto com ele. Que lindo está o CGI (computação gráfica) do dragão!  O sangue Targaryen de Jon fala mais alto e Drogon se conecta com ele, deixando Dany intrigada. Dany os trata como filhos, como toda mãe não os acha assustadores, mas Jon reconhece a beleza das feras. Jon insiste em não contar que voltou da morte, muito cedo para revelar isso, suponho.

Divulgação / HBO – Game of Thrones

Mais um retorno, agora é a vez de Sor Jorah Mormont (Iain Glen) chegar a Pedra do Dragão e já chega dobrando o joelho (alô, Jon). Que lindo reencontro e o abraço entre ele e Dany (espero que a escamagris esteja mesmo curada), indicando que o personagem voltou mesmo para um sacrifício final por sua rainha. Tyrion tenta se convencer sobre a não semelhança de Dany com o pai, ao contar sobre a morte dos Tarly para Varys (Conleth Hill). E Varys lembra como O Rei Louco também não o escutava e diz que Tyrion precisa a fazer ouvir e não deixar o dragão falar mais alto.

Jon fica sabendo que Arya e Bran estão vivos e que Bran viu as centenas de mortos-vivos em direção à Muralha. Tyrion sugere levar os mortos até Cersei para ela acreditar (e assim que ele vai parar em Porto real). Como assim, né? Seria mesmo necessário passar todo esse risco para convencer Cersei, que está cagando e andando para qualquer coisa que não seja ela? Mas enfim, um recurso de roteiro que vai tentar unir os todos os personagens principais em um mesmo objetivo.

Gendry chega e ao invés de manter a história que Davos inventou para protegê-lo, vai abrindo o bico para Jon e apela para amizade dos pais deles, que momento “aquece coração de fã” (fan service, como quiser). Os filhos de Robert Baratheon (Mark Addy) e Ned Stark (Sean Bean) vão lutar uma batalha juntos!

Tyrion conversa com Mormont, o homem que o levou até Dany, em tom de despedida. Aquela olhada final de Jorah para Dany é muito o anúncio do fim.

Winterfell

Os corvos de Bran Stark (aka Corvo de Três Olhos) estão voando por aí e avistam o exército do Rei da Noite e, por isso, Bran (Isaac Hempstead-Wright) manda mensagens para todo o reino.

Enquanto isso, o povo nortenho já quer por Sansa (Sophie Turner) como rainha, mas por mais habilidade política que ela tenha, e é visível seria uma governante melhor, permanece fiel ao Rei do Norte, sob o olhar atento e desconfiado de Arya (Maisie Williams). O que revela como o ponto de vista das irmãs continua diferente. Arya deseja matar a todos, pois é isso o que ela é, uma assassina, já Sansa aprendeu a ter jogo de cintura e a ser uma verdadeira política (no bom sentido da palavra, viu). Senti um pouco de birra da Arya com relação à irmã. Elas precisam se unir e Mindinho (Aidan Gillen) já percebeu esse abalo e continua muito inteligente em seus “planos infalíveis”.

Arya, achando ser mais inteligente do que é, vê Mindinho e seus segredos, mas só os segredos que ele deseja que a menina enxergue. A carta que ela toma posse, foi escrita por Sansa ainda na primeira temporada, sob o olhar atento de Cersei:

Reprodução / Reality Social

Robb, escrevo com o coração pesado. Nosso bom rei Robert está morto, por conta das feridas de uma caçada de javalis. Nosso pai foi acusado de traição. Ele conspirou com os irmãos de Robert contra meu amado Joffrey e tentou roubar seu trono. Os Lannisters estão me tratando muito bem e me dando todo o conforto. Eu te imploro: venha para Porto Real, jure lealdade a Joffrey e evite qualquer conflito entre as grandes casas Lannister e Stark.

Será que Mindinho conseguiu plantar o caos entre as Starks?

Cidadela

Nem os meitres acreditam na lenda dos Caminhantes Brancos, assim, fica difícil as pessoas comuns tomarem alguma medida contra a maior ameaça que irão enfrentar em breve. Samwell Tarly (John Bradley-West), que nem sabe que perdeu pai e irmão, mas assim, né, não parece que vai afetar tanto a vida dele, está ali para esclarecer e tentar convencer os velhos e descrentes meistres. Ele sugere que todos deveriam pesquisar sobre a Longa Noite.

Gilly (Hannah Murray) mostra que está super leitora lá na Cidadela, passando o tempo cuidando do pequeno Sam e com a cabeça nos livros. Entre as informações que Sam acha inútil, ela faz o maior fan service da temporada, o que ela leu, me fez pular na frente da TV, bater palma e tremer até o fim do episódio. Mas assim, Sam foi meio babaca e não deixou com que ela finalizasse, mas nem precisava. O que ela leu de tão importante, afinal?

Divulgação / HBO – Game of Thrones

“O que a anulação significa?” Gilly perguntou a Samwell preocupada enquanto lia o diário do Alto Septão Maynard. Um impaciente Sam explicou que significa terminar um casamento para que você possa casar com outra pessoa. Gilly continua dizendo que a anulação que Maynard descreve é ​​para um “Príncipe Raggar” que se casou com outra pessoa em uma cerimônia secreta em Dorne. Nem Sam nem Gilly entenderam o significado disso, mas milhares de leitores dos livros (entre eles, eu – minha mãe pode comprovar) apenas gritaram em choque e alegria.

O que isso significa é que o irmão de Daenerys, Rhaegar Targaryen, anulou seu casamento com sua primeira esposa Elia Martell para se casar com a mãe de Jon Snow, Lyanna Stark. Jon não é um bastardo, mas sim legítimo (R+L = J). Lembram quando Missandei aprende o conceito de bastardo? Pois é Jon, você não é um.

Depois disso, confesso que não entendi a motivação de Sam a fugir da Cidadela, se o plano era virar Meistre, sair dali pode não ser muito inteligente. Ainda assim, com tudo o que está acontecendo, pode até ser compreensível que Sam deseja fazer algo mais relevante do que apenas ficar tentando convencer os meistres de todo perigo iminente.

Atalaia Leste

Reprodução / Reality Social

Tormund (Kristofer Hivju) está lá tomando conta de Atalaia Leste e já sente saudade da Brienne (Gwendoline Christie), enquanto congela naquele lugar. Mas agora, a ação está para começar. Jon chega por lá com seu “esquadrão suicida” com a missão de capturar um zumbi.

Sandor Clegane (Rory McCann), Beric Dondarrion (Richard Dormer) e Thoros de Myr (Paul Kaye) que apareceram lá no primeiro episódio, chegaram na Muralha e estão congelando numa cela. Jon precisa de ajuda e está aceitando qualquer uma. Muito interessante o encontro de Gendry e o pessoal da Irmandade Sem Bandeiras, revelando antigas mágoas desse grupo improvável de heróis.

Reprodução / Reality Social

Por fim, o esquadrão suicida atravessa a Muralha, ali em Atalaia Leste, em busca de um zumbi para chamar de seu, o que nos fará morrer várias vezes no próximo episódio!

O que achou do quinto episódio da sétima temporada de Game of Thrones? Comente!