Rock in Rio | Noite de sábado é marcada por público morno que só se animou com Guns N’ Roses

O sexto dia de Rock In Rio se destacou por um público seletivo, que veio apenas para assistir o show do Guns N’ Roses. Mesmo diante de grandes performances e momentos icônicos como a presença do The Who, o público presente reservou toda sua energia para a atração principal na noite desse sábado (23).

O Palco Mundo teve início com o show dos Titãs. A banda brasileira trouxe o bom e velho rock nacional com canções marcantes. Hits como “Cabeça Dinossauro”, “32 Dentes”, “Sonífera Ilha”, “Comida”, “Go Back”, entre outros, foram um ótimo esquenta para os shows internacionais. A banda que está por lançar uma ópera rock em 2018, apresentou três canções inéditas que estarão nesse projeto. Destaque foi para “Me Estrupem”, canção que narra o ponto de vista de uma vítima de estupro.

(Foto: Fábio Tito/G1)

A primeira atração internacional do Palco Mundo foram os californianos do Incubus, que apesar de um show executado com eficiência, não chamou tanto a atenção do público, que parecia não estar a fim de acompanhar o show. O que já era esperado, porque a plateia em peso estava à espera do Guns N’ Roses.  Mais um erro de planejamento dos organizadores do evento em escalar bandas de estilos e épocas diferentes para a mesma noite. O momento mais importante do show foram a sequência de hits “Anna Molly”, “Wish You Were Here”, “Love Hurts”, “Pardon Me”, “Drive” e “Nice to Know You”.

(Foto: Lucas Dumphreys/TMDQA)

O penúltimo dia de Rock in Rio foi histórico por trazer pela primeira vez os britânicos do The Who. Em um show apoteótico, a banda apresentou todos os clássicos, algumas delas chiclete por serem temas da série CSI. Os britânicos mostraram o porque de serem uma das bandas mais importantes do rock. Roger Daltrey ainda um grande frontman e Pete Townshend com seus famosos riffs de guitarra e dancinhas que se tornaram sua marca registrada. Porém, o público permaneceu em boa parte morno, se animando em poucos momentos. O melhor momento de interação foi com “Behind Blue Eyes”, cantada do início ao fim pela plateia.

(Foto: Fábio Tito/G1)

Outro destaque da apresentação foi Zak Starkley, baterista que substitui Keith Moon, morto em 1978. Starkley é filho de Ringo Starr, baterista dos Beatles. Zak é afilhado de Keith Moon, que lhe deu a primeira bateria e o ensinou a tocar, já que Ringo não aprovava o filho se tornar um músico.

Zak Starkley participou da edição do Rock in Rio de 2015 com o Hollywood Vampires, banda formada por Alice Cooper, Johnny Depp e Joe Perry.

Fechando a noite, Guns N’ Roses retornou ao Rock in Rio depois da polêmica apresentação em 2011, que teve horas de atraso e um Axl Rose com cara de poucos amigos. Agora foi tudo diferente. Eles foram pontuais e permaneceram longe de problemas. Com o retorno de membros da formação original (Slash e Duff), a banda apresentou um extenso repertório com canções dos álbuns Appetite for Destruction, Lies, Use Your Illusion I e II, e Chinese Democracy. Não muito diferente da última e recente passagem do grupo no território brasileiro.

Houve ainda espaço para homenagens como a cover de “Black Hole Sun”, dedicada ao falecido cantor Chris Cornell. The Who, que havia se apresentado antes, também foi homenageado com a cover de “The Seeker”.

(Foto: Alexandre Durão/G1)

Axl Rose está renovado, visivelmente mais em forma, mas sua voz não é mais a mesma quando chega nos agudos. Mas seu esforço é compensado com o público cantando em uníssono em quase todo o show.

Slash, um dos mais assediados durante a apresentação, pode estar acima do peso, mas não fora de forma no que diz respeito aos famosos solos de guitarra, que causaram frisson. O público brasileiro tem uma paixão especial (e até exagerada) pelo Guns, que soube retribuir o carinho com mais de 3 horas de show. Axl Rose e cia encerraram o penúltimo dia de festival em grande estilo, apagando a imagem ruim que ficou em 2011.