Quando pensamos em alguns anos atrás, ver um livro de romance new adult, voltado para o público LGBTQiA+ poderia parecer impossível, visto que a literatura ainda não tinha acompanhado o ritmo o mesmo ritmo de tolerância e diversidade da sociedade moderna. Felizmente, não vivemos mais em um período onde esse tipo de conteúdo literário é banido de livrarias e aqueles que os julgam impróprios, não estão conseguindo nos impedir de ter acesso a verdadeiras obras primas, como o livro que falaremos hoje, Vermelho, Branco e Sangue Azul.
O livro pode parecer mais do mesmo em um primeiro momento, trazendo todos os clichês de romances que envolvem um amor proibido, dessa vez não apenas por questões que envolvem a realeza britânica, como também por pessoas intolerantes e preconceituosas que não aceitam o amor. Casey McQuiston trouxe em Vermelho, Branco e Sangue Azul algo nunca antes visto ou lido, ao menos por mim: um relacionamento LGBTQiA+ entre o futuro rei da Inglaterra e o filho da atual presidenta dos Estados Unidos. Louco, não?
Vermelho, Branco e Sangue Azul conta a história de Alex, filho da presidenta dos Estados Unidos e conhecido por ser um verdadeiro mulherengo, frequentador de baladas e festas regas à bebida alcóolica. Dono de talento e carisma naturais, Alex sempre está presente em capas de revistas e é considerado um dos solteiros mais cobiçados do país. Tudo em sua vida ia bem, até ele precisar criar um relacionamento de amizade com Henry, o príncipe britânico e também um verdadeiro mala na opinião de Alex.
Após um grande incidente, Alex e Henry precisam fingir uma amizade que nunca existiu, afinal, serem inimigos na mídia pode provocar ameaças a acordos governamentais. O que era para ser uma amizade falsa diante das câmeras logo se transforma em algo maior. Vermelho, Branco e Sangue Azul se transforma em um romance contemporâneo LGBTQ+ diante dos olhos e vemos o desabrochar de um relacionamento puro e tomado pela paixão, pelo tesão e pelo sentimento de estar fazendo algo errado. Eles sabem que não estão, mas seus cargos políticos dizem o contrário.
É preciso deixar de lado aqui alguns paradigmas aqui, pois o livro traz todos os clichês possíveis para um romance adolescente. A vida de Alex e Henry vira do avesso diante do relacionamento, mas ambos encontram suporte em suas famílias a partir do momento em que descobrem realmente se amar, com exceção da avó de Henry, que reluta em aceitar um príncipe gay em sua monarquia. Sabemos que não são todes que encontram apoio e suporte ao saírem do armário pela primeira vez, como o livro mostra, mas devemos aproveitar e abraçar essa pequena bolha de perfeição que Vermelho, Branco e Sangue Azul nos mostra.
Esse é um livro de ler em uma única sentada, aquele que você começa e antes que perceba, já está lendo os agradecimentos. A química entre o casal protagonista é incrível, criando dois lados completamente diferentes, Alex com sua rebeldia e Henry com sua imponência real. Quando estão juntos, porém, formam um só e a maneira como descobrem o amor é a grande cereja do bolo.
E como boa trama, não poderíamos deixar de dar os devidos créditos ao elenco coadjuvante, que com suas histórias particulares conseguem dar mais dinâmica ao livro.