O gênero new adult veio tomando conta das prateleiras entre 2013 e 2014; apesar de ter um teor mais sensual e cenas de sexo explícitas, não chega a ser um Cinquenta tons de cinza, ficando alguns passos antes da linha do gênero erótico. O new adult tem um background maior, uma história mais desenvolvida, personagens mais jovens e algumas características clichês de toda obra, como o bad boy. Enquanto o erótico fica como aquele livro ‘você está lendo isso?’ e que promete milhões de descobertas sexuais, o new adult fica mais ao lado do romance, aquele sonho antigo adolescente do garoto mau que encontra a garota que o faz entrar na linha.
O incrível é que apesar de várias coisas repetidas na maioria das história, os adeptos do new adult ficam viciados – pelo menos por um tempinho. E o legal do gênero é que ele se encaixa em vários cenários: no campo, na cidade de praia, na cidade grande, high school, bandas de rock e, inclusive, máfia e rivalidades entre famílias, que é o tema escolhido para o primeiro livro e new adult de Catherine Doyle.
O enredo segue Sophie – na verdade Persephone -, que após o pai ser preso e perder seu padrão de vida social, precisa trabalhar na lanchonete da família como garçonete e aceitar que, agora, seus antigos amigos não a veem com os mesmos olhos. Mas o que parecia apenas um incidente pode vir a se revelar a grande reviravolta de sua vida com a chegada de cinco irmãos à sua pacata cidade. Entre sua paixão por um deles, o jovem Nic, Sophie irá descobrir que sua verdadeira história, assim como a de sua família, está entrelaçada a mais mistérios do que fora capaz de perceber.
A proposta do livro de Doyle é totalmente new adult! A questão é que apesar do clima sensual e de “todos esses irmãos são uns deuses”, o primeiro livro da série, Vingança, não trás cenas explicitas ou sequer se atém muito aos momentos entre Sophie e Nic, o que, num primeiro momento, me fez pensar que a autora perdeu um pouco o rumo e se esqueceu de dar um desenvolvimento mais crédulo para o romance antes da ação e consequências que esse poderia trazer para a trama. Mas ela, com sutileza, nos leva para outro caminho e terminamos o livro querendo mais páginas, nos perguntando como não desconfiamos desde o principio?
Logo podemos considerar o todo da obra uma grande introdução para a trama, um amontoado de primeiros capítulos que se tornou um livro com seus merecidos créditos entre os leitores, com bons momentos que trazem todas aquelas boas sensações dos velhos clichês adolescente com uma pitada de ação.
Para o primeiro livro, Catherine deu um bom passo e deve estar certa do rumo que dará a Sophie e aos irmãos para se firmar num mercado já dominado por grandes nomes como Colleen Hoover e Abbi Glines, autoras número um do New York Times.
Vingança também vale como um bom primeiro livro para quem quer mergulhar nesse mundo que é o new adult e vêm sido explorado pelo mercado editorial brasileiro com aprovação do público.
PS: Devemos dar nota mil para a edição brasileira, feita pela Agir Now. A capa ficou maravilhosa, assim como a diagramação dos capítulos, que combinou – e muito – com o tom do livro. Geralmente preferíamos as capas originais, mas dessa vez nossa querida versão brasileira saiu bem na frente!