No sucesso de Crepúsculo muitas pessoas ficaram se perguntando “e se a Bella ficasse com o Jacob?” ou como seria uma história de amor onde a criatura sobrenatural fosse um lobisomem e não um vampiro. Podem ter existido inúmeras fanfics com versões diferentes do universo de Stephanie Meyer, mas uma autora consagrada por séries fantasiosas, Maggie Stiefvater, resolveu levar o tópico a sério e criar um mundo onde lobos eram os principais condutores da aventura.
Esse novo universo de fantasia criado por Stiefvater se dá na trilogia Os lobos de Mercy Falls, publicado e republicado com novas capas aqui no Brasil pela Agir Now. O núcleo da série segue Grace, uma menina que quando mais nova foi atacada próxima de sua casa por uma alcateia de lobos e antes que o pior pudesse acontecer, foi salva também por um lobo misterioso de olhos amarelos, que Grace jura ver todos os anos na floresta atrás de sua casa.
No decorrer do enredo, com capítulos alternando o ponto de vista entre os personagens principais, vamos descobrir que os lobos que cercam a cidade são, na verdade, lobisomens, e quem salvou Grace foi Sam, um dos mais jovens lobos do grupo. Sam se torna humano durante os verões, quando o clima está quente e favorável para as mudanças que ocorreram em seu corpo. No inverno, a cada ano mais frio, ele vira um lobo completo e só volta a sua forma humana interina quando a neve começa a deixar a cidade.
O primeiro livro segue a saga de Grace e Sam para descobrir uma forma de mantê-lo humano por mais tempo, porque conforme se sabe por experiência, no próximo inverno, o mais frio de todos, Sam se tornará lobo para nunca mais voltar a ficar sob dois pés. Mas nada é muito fácil, ainda mais quando um recém transformado parece estar fora do controle dos mais velhos.
O início da série apresenta seus altos e baixos: os personagens são bons e a trama é bem conectada, porém às vezes o romance parece exceder as expectativas e não de uma forma aceitável para o público. Por outro lado Grace se difere da criticada Bella Swan, ao ser uma personagem mais ativa, até mais que a criatura sobrenatural que Sam é.
“Você é um vício” confessei.
“Você já deveria saber.”
Outro ponto negativo é a relação dela com os pais, que parecem ser posto muito de lado na obra, com a justificativa de serem “ausentes”, mas há horas que pode se perceber que na verdade a autora não sabia como proceder com os acontecimentos caso eles estivessem ali.
A continuação é uma grande reviravolta para o que encontramos no final do primeiro livro – tudo que pareceu se resolver, desaba e o casal encontrará mais obstáculos para alcançar seu objetivo de permanecerem juntos. Ainda no segundo livro somos apresentados a um novo personagem, que chega para por em destaque Isabel, uma personagem já apresentada na primeira parte da história, que agradou muitos os fãs e continua a desempenhar um ótimo papel para a trama. Maggie Stiefvater não desperdiça grandes personagens secundários, lhes dando a chance de brilhar com o que têm de melhor em sua essência – e vale destacar que o personagem introduzido, Cole, acabou por se elevar tanto dentro dos últimos livros que ganhou seu próprio spin-off (Perdido, a ser lançado pela Agir na Bienal do livro do Rio de Janeiro).
Alguns pontos perdidos pela autora no primeiro volume passam a ser melhorados no decorrer da trilogia, porém vale ressaltar que Os Lobos de MercyFalls é uma história para bons amantes de (muito) romance, drama e coisas além do ordinário.