Ler é Bom, Vai | As Provações de Apolo: O Labirinto de Fogo

Já falei diversas vezes que Rick Riordan é meu autor favorito. Mesmo que ame todos os livros publicados, sempre antes de começar um novo me preparo para o previsível. Vejam bem, isso para mim não é ruim, afinal, leria até mesmo a lista de compras de Riordan. Mas um pouco de surpresa nunca é demais, certo? Quando recebi o terceiro livro de As Provações de Apolo, bateu toda a nostalgia de ver o estilo de capa novamente. Pontos para a Editora Intrínseca mais uma vez. Caso você seja um fã do autor, reconhecerá logo os traços característicos em O Labirinto de Fogo, com desenhos que só farão sentido ao terminarmos a leitura.

Entretanto, algo diferente aconteceu durante a leitura de O Labirinto de Fogo, algo que até então nunca havia acontecido. Rick Riordan me fez chorar! O terceiro volume da série traz elementos, que até então não tinha visto em outras obras. Mais do que nunca, comecei a criar teorias improváveis para um possível encontro de todos os heróis de Riordan. Quem nunca sonhou em ver Magnus, Percy, Meg, Jason, Leo, Piper e os outros em um mesmo lugar? Sem mais spoilers, vamos ao livro!

Sinopse

“O Labirinto pode ser bem desnorteante. Ele é como uma teia de veias logo abaixo da pele do mundo mortal, conectando porões, esgotos e túneis esquecidos pelo planeta, sem respeitar as regras do tempo e do espaço. Eu teria preferido evitar esse lugar, mas, para meu azar, a profecia que recebemos em Indiana era bem específica: Por labirintos obscuros e terras fatais arrasadas. Que maravilha! “

Com a ajuda de alguns amigos semideuses, Apolo conseguiu sobreviver às duas primeiras provações de sua temporada terrena. Agora, ele vai ter que enfrentar mais um componente do triunvirato do mal e deve descer até o Labirinto de Dédalo para impedir que o terceiro imperador destrua o próximo oráculo da lista.

Percy Jackson
Reprodução/Percy Jackson e o Ladrão de Raios

O Labirinto de Fogo

Depois de enfrentar Nero e Cômodo, Lester Papadopoulos já não aguenta mais a vida de mortal. O adolescente espinhento está prestes da descobrir a identidade do terceiro e último imperador do Triunvirato. Uma vez que Meg McCaffrey está empenhada em destruir os inimigos, ele não vê escolha a não ser ir junto. Um antigo conhecido nosso retorna e conseguimos matar a saudade dos livros de Percy Jackson. Como anunciado no final do segundo livro, Grover Underwood é fundamental para a missão de Apolo e Meg. Durante o decorrer de O Labirinto de Fogo, outros dois nomes conhecidos surgem na história: Piper McLean e Jason Grace!

Não demora para descobrirmos quem é o último imperador, e é provável que você já tenha ouvido o nome dele. É provável também, que eu nunca tenha odiado tanto um personagem assim (nem mesmo Luke Castellan). Com a ajuda de uma antiga feiticeira, o imperador tentará roubar o posto de Apolo no Olimpo. Sim, ele quer ser o próximo Deus do Sol. Conhecendo o lado narcisista e convencido do ex-deus, é de se imaginar o quão desesperado ele fica com essa nova informação. Mesmo que não veja a hora de descansar, Lester é obrigado a usar todos os seus esforços para impedir o sucesso do Triunvirato. Mas é claro que ele não perde a piada.

“Eu me lembrava da jovem Herófila andando pelo Mediterrâneo e compartilhando sua sabedoria. Ela cantava para quem quisesse ouvir: reis, heróis, sacerdotes dos meus templos. Todos se desdobravam para transcrever as melodias proféticas. Imaginem ter que decorar todo o repertório de Hamilton de uma vez só, sem direito à consulta, e aí vocês vão entender o problema.”

O Labirinto de Fogo
Divulgação/Intrínseca

O Livro

Se tem uma coisa que Rick Riordan adora, são referências. E em O Labirinto de Fogo elas estão lá!  Desde músicas antigas a elementos da cultura geek/pop moderna, o autor sempre traz menções a assuntos do “mundo mortal”. Além disso, a escrita fácil e rápida tradicional de Riordan nos proporciona uma leitura instigante. Como sempre, uma vez que as páginas começam a se desenvolver, é impossível larga-las. Embora o molde de seus livros seja o mesmo, cada protagonista tem seu próprio modo de agir.

Enquanto Percy e Jason eram destemidos, Magnus era medroso e relativamente novo no assunto deuses. Apolo é completamente diferente dos três. Apesar de estar no corpo de um adolescente espinhento e barrigudo, ele tem milhares de anos e já passou pelas mais diversas experiências. A medida em que novas criaturas vão surgindo, o ex-deus tem de esforçar para lembrar de onde as conhece. Além disso, Zeus realmente não facilitou as coisas para Lester. É ao mesmo tempo engraçado e interessante, ver como ele sofreu um “reset” em determinados assuntos, e outros não. Apolo não consegue esquecer a morte de Jacinto, seu grande amor, mas demora para lembrar o que são Pandai.

” – Ou posso deixar minha amiga aqui procurar enquanto faço uma serenata com meu ukelele desafinado. Já ouviu ‘Total Eclipse of the Heart’, da Bonnie Tyler?
  Compasso estremeceu, apavorado com a ideia.
  – No segundo convés, a bombordo, terceira porta! – admitiu. – Por favor, ‘Total Eclipse of the Heart’ não! ‘Total Eclipse of the Heart’ não!”  

Desde A Profecia das Sombras, podemos observar a mudança acontecendo no personagem de Apolo. O Deus do Sol metido e prepotente que protagonizou o primeiro livro agora se preocupa com os outros, e os chama de amigos. A amizade entre ele e Meg, por exemplo, é não apenas bonita, como também uma lição de vida. E uma vez que ainda teremos mais aventuras pela frente, o sofrimento de Lester está longe de acabar. A forma como o livro termina não poderia ser pior – não em termos de qualidade, longe disso, mas sim no quesito ansiedade. Depois de derramar um Rio Estige de lágrimas, só nos resta esperar para o próximo capítulo dessa saga.

Reprodução/Percy Jackson e o Ladrão de Raios

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Se tem uma coisa com a qual nós, fãs de Rick Riordan, sonhamos, é com um possível grande crossover entre os personagens. Embora sejam de universos diferentes, suas sagas se cruzam desde Os Heróis do Olimpo. Magnus é primo de Annabeth e Grover ressurge em O Labirinto de Fogo. Entretanto, parte desse crossover se tornou impossível com a morte de Jason no final do livro. Já havíamos perdido Leo Valdez alguns anos atrás, mas o recuperamos graças a uma poção feita por Esculápio. Entretanto, Apolo deixa bem claro para Piper que tal feito não voltaria a se repetir.

Todos sabemos que heróis nórdicos que morrem com bravura, vão direto para o Hotel Valhala. Sem dúvidas, Jason Grace morreu de forma heroica, defendendo o mundo e impedindo a morte de seus amigos. Sim, eu sei que Jason é romano e Valhala é no mundo nórdico, mas não seria uma boa maneira de cruzar o universo de Apolo com o de Magnus? Isso sem falar que todos queremos o filho de Júpiter de volta. Que tal tio Rick?

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