Ler é Bom, Vai! Vampeerz Vol. 01 e Vol. 2, de Akili
Divulgação/JBC
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Ler é Bom, Vai! Vampeerz Vol. 01 e Vol. 2, de Akili

A Editora JBC surpreendeu o público brasileiro ao iniciar, em março deste ano, o lançamento de Vampeerz, uma obra que rapidamente se consolidou como um dos títulos mais cativantes do gênero GL (Girls Love) no mercado lá fora. Publicado originalmente na Sunday Gene-X entre 2019 e 2023, o mangá de Akili — pseudônimo de Shou Higashiyama, também conhecido como Quasar — reinventa o imaginário dos vampiros ao mesclar romance e humor com uma delicadeza rara, sem abrir mão de momentos de tensão e mistério. Sua proposta não é simplesmente inserir um romance entre uma humana e uma vampira, mas criar uma relação que oscila entre o improvável e o irresistível, envolvendo o leitor em cada troca de olhares, em cada diálogo espirituoso e, sobretudo, na química irresistível entre Ichika, uma jovem humana em fase de descobertas, e Aria, uma vampira enigmática que carrega consigo segredos tão perigosos quanto sedutores.

Desde as primeiras páginas, Vampeerz se diferencia dentro do saturado universo de narrativas vampirescas. Obras envolvendo vampiros quase sempre exploram os temas clássicos de imortalidade, dilemas morais e amores impossíveis. Porém, Akili não se contenta com arquétipos: ele constrói personagens com camadas, carisma e personalidades vibrantes. Ichika é o tipo de protagonista que não se limita ao papel da “donzela” fascinada pelo sobrenatural; ela é curiosa, proativa e genuinamente engraçada, o que torna a leitura leve sem deixar de tocar em questões emocionais profundas. Já Aria é uma vampira que, apesar de seu passado centenário, conserva uma jovialidade quase desconcertante, algo que confere à sua presença uma aura de familiaridade, mesmo quando seu comportamento flerta com o excêntrico ou o inquietante. A sintonia entre elas é tão orgânica que cada capítulo parece um convite para continuar explorando essa relação, sempre com aquele “gostinho de quero mais”.

O ponto de partida da trama é tão inusitado quanto envolvente: após a morte de sua avó, Ichika se vê diante de Aria, uma visitante misteriosa que não apenas conhece segredos sobre sua família, mas também demonstra um interesse peculiar por ela. A relação entre as duas sofre uma reviravolta quando Ichika descobre que Aria está em busca de uma espada lendária capaz de matá-la — e mais, que deseja que Ichika seja a responsável por sua morte. É um pedido carregado de contradições: como alguém poderia desejar a própria morte, ainda mais pelas mãos de quem está apaixonada por ela? A recusa de Ichika não apenas impede o desfecho trágico, mas inaugura uma jornada de autoconhecimento e descoberta emocional que vai além do sobrenatural, revelando que o maior mistério talvez não seja a imortalidade, mas sim a vulnerabilidade diante de um sentimento genuíno.

Ler é Bom, Vai! Vampeerz Vol. 01 e Vol. 2, de Akili

À medida que a convivência entre as duas se intensifica, Aria passa a frequentar a escola de Ichika, integrando-se com surpreendente naturalidade ao cotidiano da jovem. A vampira não apenas conquista as colegas, mas também envolve figuras inesperadas, como uma “nova professora” que, na verdade, é outra vampira devotada a ajudá-la em tudo. Esses momentos, que misturam o ordinário com o extraordinário, funcionam como respiros narrativos e, ao mesmo tempo, reforçam o vínculo entre as protagonistas. Entre eventos escolares, testes de coragem e a sombra de inimigos do passado, o romance floresce, e Ichika, com seu coração acelerado, começa a criar coragem para buscar aquilo que deseja: o primeiro beijo.

A construção psicológica das personagens é um dos grandes trunfos da obra. Apesar de ser uma vampira com milhares de anos, Aria mantém uma mentalidade próxima à de Ichika, o que transforma temas como o romance e o primeiro beijo em tópicos carregados de timidez, hesitação e encanto juvenil. Akili sabe equilibrar o humor leve com momentos mais íntimos, criando diálogos que alternam entre o espirituoso e o emotivo, mantendo o leitor sempre investido no relacionamento. A humanidade que Ichika vê em Aria — e que talvez a própria vampira tenha esquecido existir — se torna o ponto central da narrativa, permitindo que a história vá além do simples “humano se apaixona por imortal”, explorando o impacto que essa relação tem no amadurecimento emocional de ambas.

Com apenas dois volumes lançados no Brasil até agora, Vampeerz já se coloca como uma das leituras mais apaixonantes do ano. É um mangá que mistura com maestria romance, fantasia e uma pitada generosa de comédia, resultando em uma obra capaz de encantar tanto os leitores de longa data de Girls Love quanto aqueles que estão se aventurando no gênero pela primeira vez. Se a química entre Ichika e Aria continuar nesse nível, a expectativa para os próximos volumes será quase insuportável — e, convenhamos, essa é a melhor sensação que uma boa história pode oferecer.


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