” – Não é justo.
– A vida não é justa. Você tem razão.
– Então por que devemos ser justos?
– Porque podemos. ”
As primeiras coisas que atraem um leitor em um livro, são a capa e o título. Muitos podem dizer milhões de coisas, mas quando não conhecemos o autor ou o enredo, é através deles que um livro nos chama atenção ou não. E é apenas sobre essas duas coisas, que tenho algo negativo a dizer de Quase Uma Rockstar.
Todo leitor de hoje em dia, principalmente as mulheres, já passou pela fase Thalita Rebouças e Meg Cabot. Ao me deparar com Quase Uma Rockstar, de Matthew Quick (o mesmo de O Lado Bom da Vida), achei que o livro nada mais era do que mais dessa ‘fase’, voltado principalmente para o público teen. Me interessei pela sinopse, resolvi ler e vi em ação a celebre frase : Nunca julgue um livro pela capa (ou pelo título).
Lançado no Brasil pela editora Intrínseca, história nos apresenta a Amber Appleton, uma menina de 17 anos, que já passou por muitas coisas ruins na vida, apesar da pouca idade. Ela vive em um ônibus escolar com a mãe e o cachorro Bobby Big Boy, está no segundo ano do ensino médio e sua mãe é uma alcoólatra. O livro pode parecer cansativo nos primeiros capítulos, mas que atire a primeira pedra quem nunca se arrependeu de pensar isso no final de uma trama. Amber vai conquistar qualquer um que esteja disposto a ler sobre sua história e depois de algumas páginas, todos ficamos curiosos e apaixonados.
Apesar das condições adversas da vida, Amber sempre mantém o otimismo elevado, e procura transmitir esperança através de seus trejeitos e palavras. Ela visita semanalmente a Casa de Repouso Metodista, a igreja de senhoras coreanas, um soldado veterano do Vietnã, e seu melhor amigo altista. Pode parecer um pouco altruísta demais, mas as palavras de Quick conseguem nos convencer e até nos mostrar que, mesmo o nosso pior momento, pode não ser nada comparado aos de outras pessoas. Quick nos prova que as vezes reclamamos por coisas fúteis, enquanto pessoas como Amber Apppleton sofrem por problemas reais.
Em Quase Uma Rockstar, os personagens ‘coadjuvantes’ fazem parte de toda a moral e beleza do livro, tanto quanto a protagonista. As histórias que se desenvolvem a partir do relacionamento de cada um com Amber, irão fazer os olhos encherem d’água, e mexer com o coração do público que lê. Nem mesmo o lado religioso da menina irá atrapalhar a leitura. Eu mesma, por exemplo, não tenho religião, mas a fé da jovem é pura e bela, até mesmo nos piores momentos.
Diferente de tudo que imaginei desse livro, me surpreendi com o quão bonito ele é. Cheio de mensagens de esperança, otimismo e alegria, Quase Uma Rockstar é basicamente uma aula de como devemos olhar a vida. É uma leitura que irá provocar uma mistura de sensações no leitor, desde a raiva ao extremo bem estar no final. Te desafio a não derramar uma lágrima em algumas páginas. Mais uma vez, Matthew Quick provou ser um excelente escritor, com palavras simples e pertinentes, mas que juntas exercem um tremendo significado.
E ainda há mais um motivo para ler esse livro maravilhoso : a história ganhou um filme lançado pela Netflix.
” Sei que talvez isso seja estranho, mas a gente tira amor de onde pode, não é? Pelo menos é o que minha mãe diz. “— Quase Uma Rockstar.
Texto publicado por Paula Ramos.