Poucas obras dentro do universo dos mangás conseguem equilibrar tão bem o grotesco e o estilizado quanto Hellsing, de Kohta Hirano. Publicado originalmente no Japão entre 1997 e 2008, na revista Young King OURs da editora Shonen Gahosha, o título foi rapidamente alçado ao status de cult, conquistando fãs fiéis com sua narrativa visceral e seu traço carregado de energia e violência. Ao longo de uma década, seus capítulos foram compilados em 10 volumes, formando uma obra coesa que mistura ação desenfreada, intriga política, críticas religiosas e uma atmosfera gótica difícil de esquecer. O sucesso foi tamanho que a obra ganhou duas adaptações: um anime exibido entre 2001 e 2002 e, posteriormente, uma série de OVAs (Hellsing Ultimate), mais fiel ao material original.
No Brasil, Hellsing encontrou casa pela primeira vez em 2008, quando a editora JBC trouxe os dez volumes para o público brasileiro entre 2008 e 2010. Anos depois, entre 2015 e 2016, a editora voltou a relançar a série, reafirmando o poder de sua narrativa e o fascínio que ela ainda desperta em novos leitores. Agora, em 2025, a obra retorna em uma edição renovada, novamente dividida em 10 volumes, com o primeiro já disponível desde julho. Este relançamento é uma oportunidade imperdível para veteranos revisitarem a trama e, principalmente, para novos leitores conhecerem uma das histórias de vampiros mais intensas do mangá japonês.
Mas o que torna Hellsing tão marcante a ponto de justificar sucessivas reimpressões e relançamentos? A resposta está na maneira como Kohta Hirano constrói uma narrativa eletrizante e cinematográfica, onde cada página transborda adrenalina e ritmo. A história se apoia em combates sangrentos e no suspense constante, mas o que realmente a diferencia é a densidade dos personagens e a aura de mistério que permeia a trama. Não é apenas um mangá de ação; é também uma reflexão sobre fé, poder, guerra e monstros — humanos e sobrenaturais.
A trama acompanha a Agência Hellsing, uma organização secreta britânica dedicada a erradicar ameaças sobrenaturais que colocam em risco o Império Britânico e a Igreja Protestante. No comando está Integra Hellsing, a herdeira de uma das mais respeitadas famílias da Inglaterra, que carrega a missão de proteger a coroa e sua nação contra as forças das trevas. Contudo, a força da agência não se limita à sua disciplina militar ou armamentos: seu verdadeiro trunfo é Alucard, o vampiro mais poderoso já existente, um ser imortal e praticamente invencível, que atua como a “arma secreta” de Integra. Com sua arrogância, brutalidade e carisma, Alucard não é apenas um protagonista, mas um ícone da cultura pop, constantemente lembrado como um dos vampiros mais memoráveis dos mangás e animes.
Já no primeiro volume, Hirano nos apresenta a intensidade de sua narrativa. Alucard se depara com inimigos formidáveis e, embora pareça invencível, acaba encontrando adversários capazes de testá-lo e até derrotá-lo momentaneamente. É também aqui que surge Seras Victoria, uma policial transformada em vampira por Alucard, que passa a ser sua parceira e aprendiz. A presença de Seras dá ao mangá um frescor particular, pois através dela acompanhamos o dilema entre a humanidade perdida e a aceitação do novo destino como criatura da noite. Ao mesmo tempo, novas conspirações se desenham, revelando que a ameaça vampírica é apenas a superfície de um jogo muito maior que envolve seitas, organizações secretas e um poder obscuro que vai além da compreensão.
Para os leitores que apreciam obras como Castlevania e Blade, Hellsing é uma recomendação certeira. A ambientação gótica, os confrontos estilizados, o uso de armas modernas contra forças sobrenaturais e a atmosfera de conspirações internacionais criam uma narrativa irresistível. O mangá vai muito além de um simples “caça-vampiros” e entrega um universo rico em simbologias religiosas, choques de ideologias e personagens que permanecem na memória.
Mais do que um mangá de ação, Hellsing é uma leitura obrigatória para quem deseja compreender como o gênero de vampiros foi reinventado dentro da cultura pop japonesa. A cada relançamento, a obra reafirma sua relevância e prova que a força de suas páginas não se limita ao tempo em que foi publicada. Para quem nunca se aventurou por essa história, este é o momento perfeito: mergulhar em Hellsing é colecionar uma das sagas mais intensas, violentas e fascinantes já criadas nos quadrinhos japoneses.
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