Há quem diga que gostar de um livro depende muito do momento em que seus pensamentos se encontram e definitivamente #GIRLBOSS é um clássico exemplo disso. Provavelmente teria achado ele entediante em outras épocas, mas me identifiquei muito com a fase iniciar de Sophia Amoruso – inclusive marcando algumas de suas frases -, e devorei o livro em apenas alguns dias.
Em #GIRLBOSS, assim como na série homônima da Netflix, Sophia nos relata sobre os momentos cruciais de sua carreira e como sua vida girou em torno disso. Em boa parte das páginas temos situações engraçadas e de superação, que transformam o livro em uma espécie de guia para o sucesso inesperado. Quando ela resolve partir para apenas instruções e termos técnicos nós já estamos apaixonados pela história, e por mais que se torne burocrático e monótono, Amoruso sabe como manter seu público preso em suas palavras.
“Não importa onde você está na vida, você vai poupar muito tempo ao não se preocupar demais com o que os outros pensam de você […]. Você é quem você é, então, acostume-se com isso.”
Uma das maiores qualidades de Sophia é não ligar para o que os outos podem vir a pensar de suas ações – ela realmente não liga para as consequências. Sejam seus ideais anarquistas e anticapitalistas, ela sempre procurar tirar o melhor proveito de todas as situações e dar a volta por cima a seu favor. A maneira fácil e objetiva como Sophia escreve nos traz para dentro de seu universo e parece que estamos lendo um conto fantástico ao invés de pura realidade. Você pode não concordar com tudo o que ela faz e/ou diz, pois o lado impulsivo da moça é facilmente confundido com prepotente e petulante. Entretanto, o objetivo desse grande relato chamado #GIRLBOSS não é saber nossa opinião e sim apenas contar uma história.
Seja você uma ou um adolescente, duvido não ter vontade de sair pedindo carona pelo país e vivendo as loucuras de Sophia sem a menor preocupação com o dia de amanhã. Lembre-se, porém, de tudo que ela teve a ensinar em seu “roteiro”. Não é todo mundo que irá sentar em frente ao computador, criar uma conta no eBay e alguns meses depois ter um império de milhões de dólares. Sophia é bem clara em tudo que diz, procurando sempre vangloriar-se e trazer mais público para sua empresa, mas não iludindo o leitor de que tudo tenha sido fácil.
“Quando as vendas aumentavam, perto das festas de fim de ano, eu ficava tirando fotos da tela toda vez que o saldo da conta subia, porque eu não sabia se algum dia veria novamente tanto dinheiro acumulado. Eu queria lembrar, para sempre, como eram ter tantos zeros juntos.”
#GIRLBOSS é uma grande aula divertida e objetiva sobre como ter seu próprio negócio, mesclando uma dissertação cômica e pessoal com termos técnicos e burocráticos do mercado. Por mais que apareça bastante entre as páginas, a palavra “sorte” não pode descrever e levar todo o mérito pelo sucesso de Sophia Amoruso. Não, ela não passou pelos típicos rituais de uma adolescente – escola, faculdade, estágio e emprego -, mas talvez tenha batalhado mais pelos seus objetivos do que muitos. Aprender a lidar com pessoas e dedicar-se intensamente a seus sonhos foi o que transformou a menina de 22 anos na multimilionária dona da Nasty Gal.
Por fim, a autora optou por também incluir depoimentos de outras #GIRLBOSSes, que em algum momento tiveram suas histórias unidas em um só lugar. A única crítica está nas partes finais do livro, que demoram mais a passar do que a obra inteira. Sophia tenta nos convencer de coisas e introduzir de qualquer maneira os princípios da Nasty Gal, indo contra todas as suas ações até então. Não é algo que comprometa a trama como um todo, longe disso, mas evita que tenhamos um fechamento com chave de ouro.
Ótimo
#GIRLBOSS é uma grande aula divertida e objetiva sobre como ter seu próprio negócio, mesclando uma dissertação cômica e pessoal com termos técnicos e burocráticos do mercado. Por mais que apareça bastante entre as páginas, a palavra “sorte” não pode descrever e levar todo o mérito pelo sucesso de Sophia Amoruso.