Bom Dia, Verônica vem dando o que falar. A obra do autor Raphael Montes e da crimonóloga e escritora Ilana Casoy coloca o leitor em uma narrativa frenética, com muito suspense, terror e duas mentes sombrias, uma delas de um serial killer. A história se transformou em uma série da Netflix, lançada no dia 1 de outubro.
Se você ainda não iniciou a série da Netflix, vale a dica de ler o livro antes, já que a série retirou algumas coisas da história de Verônica Torres, uma escrivã da polícia de homicídios que sente na pele as mulheres sem voz para denunciar seus abusos e o quanto a justiça é falha.
Após presenciar o suicídio de uma mulher vítima de um golpista, Verônica também se depara como uma dona de casa sofrendo violência doméstica do marido, um renomado Tenente Coronel da Polícia Militar e, serial killer.
Os primeiros capítulos de Bom Dia, Verônica mostram a protagonista saindo da zona de conforto de escrivã e notando que pode fazer mais. Nos revoltamos junto com ela quando o delegado Carvana faz pouco caso do golpista que ataca as mulheres e do serial killer Brandão, que vem atacando jovens garotas na rodoviária de São Paulo. Mesmco com todas as evidências a favor, Carvana escancara seu machismo por não acreditar em Verônica.
A narrativa de Raphael Montes e Ilana Casoy é fluida e te prende nas 260 páginas. Estudiosa em perfis psicológicos, Ilana faz de Brandão um personagem que se torna cativante, já que buscamos entender suas motivações. Sua esposa Janete nada pode fazer. Ela vive enclausurada em sua casa, sendo violentada de todas as formas possíveis. O leitor estará se perguntando sobre a posição de Janete. Ela é mais vítima ou cumplície? A partir do momento que seu caminho se cruza com Verônica, fica claro que a dona de casa é como os passarinhos nas gaiolas de sua casa. Aparentam estarem felizes, já que comem e cantam quando querem. Mas lá no fundo, sofrem. Querem a liberdade da mesma forma que Janete.
Lançado pela editora Darkside Books, a edição em capa dura está deveras caprichada e com detalhes que enriquecem a obra, como uma sobre capa que simula a caixa de Brandão, peça-chave para seus crimes.
Bom Dia, Verônica apresenta uma heroína da vida real. Verônica está longe de ser perfeita e toma decisões questionáveis durante seu curso na história. Entre erros e acertos, ela está representando todas as mulheres que não são respeitadas no trabalho, que são violentadas de forma psicológica e física em silêncio.
Um livro arrebatador e indicado para todos que adoram um intrigante romance policial.
