Ler é Bom, Vai! Lady Killer, de Joëlle Jones e Jamie S. Rich

Reprodução/Darkside Books

Lady Killer, HQ indicada ao prêmio Eisner criada por Joëlle Jones e Jamie S. Rich, brinca com o esteriótipo americano na década de 60. Lá, o marido trabalha e a esposa cuida das crianças e se porta como uma devota dona de casa.

Josie Schuller segue a risca esse perfil. Uma esposa e mãe dedicada. Mas, ela esconde um segredo: é uma letal assassina de aluguel. Ela traz em seu currículo uma série de assassinatos a sangue frio, muitos deles utilizando a sensualidade no melhor estilo femme fatale. Entretanto, por viver uma vida dupla, ela comete um erro e o chefe para quem Josie trabalha decide aposenta-la da pior forma. Josie se torna um alvo da empresa que representa e precisa ser eliminada.

Situada na década de 60, Joëlle Jones e Jamie S. Rich utilizam com eficiência o cenário histórico da época. Josie está diante do início da luta pelos direitos das mulheres nos Estados Unidos. Os diálogos são afiados com muita crítica social sobre a figura da mulher serviçal e subestimada pelos homens.

Os traços da HQ são deslumbrantes com cores vivas e traços fortes. Destaque para as cenas de ação eletrizantes e bastante sangrentas.

Carismática, inteligente e sensual, Josie Schuller é uma protagonista cativante. Ciente da misoginia que ambienta seu trabalho, ela cria personagens de acordo com seu alvo. Ora é uma mulher frágil, ora é uma mulher sedutora. Ela se torna quem o homem espera que seja. Mal sabem que estão diante de uma assassina.

A edição da Darkside Books é deveras caprichada trazendo uma caixa de papelão que cobre a HQ de capa dura e luvas de borracha em alusão a Josie. É mais um título que merece estar na coleção de qualquer leitor de quadrinhos.