Ler é Bom, Vai! Inspeção, de Josh Malerman

Reprodução/Intrínseca

Josh Malerman está em todas as prateleiras de livrarias depois do sucesso estrondoso de Caixa Pássaros, que catapultou ainda mais sua carreira com a adaptação para a Netflix. Depois de Piano Vermelho e Uma Casa no Fundo do Lago, o jovem autor lança Inspeção, história que apresenta uma narrativa deveras pertinente para os dias de hoje, bebendo da fonte de muitas conhecidas obras.

Lançado pela editora Intrínseca, o enredo trabalha com eficiência a manipulação, desinformação e a forma conservadora de impor regras nas relações interpessoais.

Na trama, garotos e garotas estão sendo criados em escolas especiais. Um grupo não sabe da existência do outro. No alto de uma torre embrenhada em uma floresta e isolada do restante do mundo, temos J. Ele é um dos vinte e seis rapazes de um internato que tem como objetivo formar prodígios em artes, ciências e atletismo. A partir do momento que J começa a ter dúvidas sobre o local, e começa a imaginar o que pode existir lá fora, o garoto começa a investigar os mistérios sobre o prédio onde reside.

O universo distópico de Malerman está presente mais uma vez. Porém, fica a sensação de já ter lido isso antes. O conceito é muito similar a Maze Runner e, principalmente, ao mangá/anime Promissed Neverland, onde crianças também se rebelam diante de um orfanato misterioso. Em Inspeção, o autor utilizada de metáforas e críticas sociais para construir uma atmosfera eletrizante ao seu ato final.

O conceito da “Parentalidade”, onde relações do sexo oposto são proibidas traz discussões, reflexões e um paralelo com o nosso atual cenário. Mas, ao passar dos capítulos, começa a se tornar cansativo por ser genérico e lembrar outras obras.

Por fim, Inspeção não é o melhor livro de Josh Malerman. Os altos e baixos acabam fazendo da leitura cansativa em alguns capítulos, por apresentar personagens rasos e que não evoluem. O autor ainda reserva espaço para um romance forçado. Mas, é inegável o talento do autor em criar universos distópicos, que nos faz refletir de que estamos caminhando para algo semelhante no futuro não tão distante.