Em um mercado literário, onde o gênero de fantasia domina as principais obras fica difícil fugir dos clichês. Entretanto, é justamente aqui que o mais novo livro do escritor Leonardo de Andrade, Filósofo Suicida, se destaca dos demais e ganha um lugar ao sol com uma narrativa competente, história envolvente, mas que escorrega em alguns pontos.
A trama do livro acompanha Lars Justino, um sujeito bem comum não fosse o fato de ser imortal, e sua busca pela morte. Na jornada pelo destino final, o protagonista conhece outras pessoas, que o ajudam a encontrar seu destino e o fazem repensar seu anseio pelo fim da vida.
O universo proposto pelo autor é bem mais crível que a maioria. Aqui existe o Brasil, as Guerras Mundiais e Fria e por aí vai. As únicas coisas que o diferenciam do nosso mundo são alguns lugares fictícios, a presença de seres sobrenaturais e de cidades com elementos fantásticos.
É inegável o poder que o autor possui de fazer o leitor acreditar nesse mundo fantástico. Entretanto, algumas vezes, fica difícil acompanhar todas as peculiaridades desse universo. Conhecendo o estilo narrativo do autor, fica fácil imaginar que tudo é justamente para deixar o leitor tirar suas próprias conclusões. Por outro lado, é bem possível que um apêndice e uma linha do tempo ajudariam bastante no entendimento geral da obra.
O grande destaque do livro fica justamente pela jornada do protagonista em busca da morte. No decorrer da aventura, novos elementos surgem, que obrigam Lars a repensar seus objetivos. Entretanto, o motivo definitivo, que altera sua percepção de vida acaba sendo bem previsível.
Algumas partes do livro pecam em ritmo, principalmente aquelas que buscam abstrair os conceitos filosóficos de vida, rotina e o que estamos fazendo aqui. Talvez a falta de familiaridade com o universo proposto, contribua para acentuar esse problema. Mas as indagações apresentadas são realmente capazes de fazer qualquer leitor repensar pelo menos um pouco seu estilo de vida.
Outro ponto negativo fica por conta da encadernação e digitação do livro, que conta com alguns erros, mas nada que impossibilite a imersão nessa história tão peculiar.
Por fim, Filósofo Suicida é um livro cativante, que faz o leitor querer saber qual será o destino final dos personagens, entretanto, algumas saídas fáceis e a falta de empatia com o mundo proposto deixam a narrativa arrastada. Mas a boa narrativa e a construção de bons personagens compensa as eventuais falhas.
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Resumo
Por fim, Filósofo Suicida é um livro cativante, que faz o leitor querer saber qual será o destino final dos personagens, entretanto, algumas saídas fáceis e a falta de empatia com o mundo proposto deixam a narrativa arrastada. Mas a boa narrativa e a construção de bons personagens compensa as eventuais falhas.